Dakar 2019: 333 veículos na largada

RIO DE JANEIRO – Contagem regressiva iniciada para o maior evento off-road do planeta: a edição 2019 do Rali Dakar será inteiramente disputada num único país – fato inédito na história da competição, que há exatos 10 anos chegou aqui na América do Sul para fugir dos ataques terroristas em solo africano.

Os veículos já começaram a partir de Le Havre, cidade portuária da França, rumo ao Peru. Será naquele país na costa do Oceano Pacífico que o evento organizado pelo Amaury Sports Organisation (ASO) irá se realizar entre os dias 6 e 17 de janeiro.

Hoje foi confirmado no site oficial o plantel de inscritos para o evento. São 333 veículos em cinco categorias. O total é menor que neste ano – onde a prova contou com 343 inscritos. Pela minha contagem, teremos 138 bikes, 29 quads, 95 carros, 30 SxS e 41 caminhões. Carros e SxS são as únicas classes em que houve incremento de participantes em relação ao último Rali Dakar e o total da classe dos UTVs dobrou, já que eram 14 participantes em 2018.

O total de brasileiros confirmados é maior que no último ano, mesmo com a ausência do maranhense Marcelo Medeiros. O 4º colocado nos Quadriciclos na última edição não vai disputar a prova em 2019. Já nas motos, onde os pilotos do país não participaram em 2018, haverá dois estreantes: o paranaense Antônio Lincoln Berrocal e o gaúcho Marcos Colvero.

Os demais vão na classe dos SxS, com destaque para Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin defendendo seu título conquistado neste ano, com a equipe de fábrica Can-Am e patrocínio Monster Energy. Bruno Varela está confirmado – ainda sem navegador, enquanto o X-Rally Team vai com dois Can-Am X3 para Marcos Baumgart/Kléber Cincea e Cristian Baumgart/Beco Andreotti.

Os demais representantes do país no evento constam como estrangeiros: um desses casos, é o de Lourival Roldan, cujo nome tem ao lado a bandeira portuguesa no site oficial. Campeão em 2017 ao lado de Leandro Torres, ele vai navegar o SxS do português Miguel Jordão. E tem ainda Daniel Oliveira, que esteve no Rali de Velocidade: o baiano de 33 anos será o navegador de Gérard Farres Guell.

A menos que haja baixas de última hora por lesões ou problemas na vistoria técnica, os pilotos favoritos nas motos são o campeão Matthias Walkner, que lidera o exército KTM – que terá ainda o britânico Sam Sunderland e o australiano Toby Price, todos igualmente vitoriosos no Dakar; o português Paulo Gonçalves (ausente por lesão em 2018), tendo a companhia de Kevin Benavides e de Joan Barreda Bort na Monster Energy Honda Factory Team; além de Adrien Van Beveren e Xavier de Soultrait com motos oficiais Yamaha.

Correndo por fora, estão o chileno Pablo Quintanilla com sua Husqvarna patrocinada pelo energético Rockstar e Michael Metgé, que vai de Sherco TVS na próxima edição do Rali.

Nos Quads, sem Ignácio Casale e o russo Sergey Karyakin, que trocaram as motos de quatro rodas pelos SxS, o favoritismo recai sobre o argentino Jeremías González Ferioli, ao lado do compatriota Nicolás Cavigliasso. O boliviano Juan Carlos “Chavo” Salvatierra é outra atração da competição. A oposição aos sul-americanos virá, em maioria, dos franceses. Axel Dutrie, Alexandre Giroud e Sébastien Souday são três dos poucos europeus que vêm em 2019 para o Dakar.

A categoria dos Carros conta com a permanência de “El Matador” Carlos Sainz, que tinha anunciado a aposentadoria e voltou atrás após a vitória neste ano. O espanhol vai correr com o Buggy X-Raid da Mini, que estreou em 2018 sem os resultados desejados. O ‘Dream Team’ da marca da BMW terá ainda o mito Stéphane Peterhansel ao lado de David Castera e Cyril Despres correndo desta vez com Jean-Paul Cottret. Uma troca estratégica de navegadores.

A equipe de Sven Quandt ainda vai alinhar outros Mini All4Racing, para Nani Roma/Alex Haro Bravo, Kuba Przygonski/Tom Colsoul, Boris Garafulic/Filipe Palmeiro, Orlando Terranova/Bernardo Graue e Yazeed Al-Rajhi/Timo Gottschalk.

Na Toyota, que continua em busca de um título que insiste em escapar de suas mãos, as esperanças são depositadas em Nasser Al-Attiyah/Matthieu Baumel, Giniel De Villiers/Dirk Von Zitzewitz e em Bernhard Ten Brinke/Xavier Panseri. A equipe PH-Sport terá, em caráter não-oficial, um Peugeot 3008 DKR para Sébastien Loeb/Daniel Elena. Outros dois antigos bólidos da marca francesa estarão na disputa: o DKR Maxi de Harry Hunt/Wouter Rosegaar e o 2008 DKR para Pierre Lachaume/Jean-Michel Polato.

A classe dos UTVs tem um incremento de participantes e pelo menos dois nomes da relação constante no site do evento chamam a atenção: o russo Sergey Karyakin e o espanhol Gérard Farres Guell são dois dos que vêm para um novo desafio em suas carreiras. O chileno Ignácio Casale, bem como o compatriota Francisco “Chaleco” López (que estão no segundo vídeo deste post) eram igualmente aguardados, mas até o momento não constam da relação de inscritos. O amigo jornalista português João Carlos Costa confirma que pode haver um erro no total de participantes.

E nos “brutos”, outra vez a Kamaz vem com o favoritismo por conta do título de Eduard Nikolaev na última edição. Mas que os russos abram o olho: o holandês Gerard De Rooy, após se ausentar do evento em 2018, volta com tudo. O piloto da Iveco terá de novo a companhia de Darek Rodewald e Moi Torrallardona na tripulação. Em meio ao sem-número de holandeses e tchecos, há que se destacar a presença de Federico “Coyote” Villagra, mais uma vez ao lado de Ricardo Torlaschi e Arturo Adrián Yacopini.

E também do inoxidável e imparável Yoshimasa Sugawara: aos 77 anos, ele se prepara para disputar seu 36º Rali Dakar. O japonês foi cinco vezes vice-campeão da categoria dos Trucks no passado e, mesmo sendo hoje um coadjuvante de luxo, é saudado ainda como o maior mito vivo da história da competição.

Comentários