Dakar 2019: Varela vence última etapa nos SxS e vai ao pódio; Chaleco é campeão

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E deu Chaleco! O chileno conquista pela primeira vez o Rali Dakar, agora disputando na categoria SxS, dos UTVs (Foto: Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Reprodução Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO – A competição dos SxS também conheceu nesta quinta-feira seu novo campeão na edição 2019 do Rali Dakar: após construir uma sólida trajetória como piloto de Motocicletas, o chileno Francisco López Contardo, o “Chaleco”, triunfou junto ao copiloto Alvaro Leon Quintanilla, tornando-se a terceira dupla diferente a levantar a taça na competição dos UTVs, que neste ano teve diversas mudanças na luta pela vitória e um ótimo índice técnico se comparado às duas disputas anteriores.

Mas poderia ser diferente: Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, que lutaram pelo bicampeonato seguido, se atrasaram na 8ª e antepenúltima especial, reduzindo suas chances ao tempo em que Chaleco voltava à dianteira após assumir a ponta na 3ª etapa. A dupla brasileira venceu as duas últimas etapas – incluindo a de hoje, com 112 km percorridos em 1h25min09seg. Com isso, terminaram em terceiro lugar geral, no segundo pódio deles na prova. O vice-campeonato geral foi de Gerard Farres Guell/Daniel Oliveras Carreras, que também pertencem à equipe Monster Energy Racing Can-Am, oficial de fábrica.

A equipe X Rally Team, dos irmãos Marcos e Cristian Baumgart, fecha o Rali Dakar 2019 com nota positiva. Cristian e seu navegador Beco Andreotti fizeram o segundo melhor tempo da última etapa, enquanto Marcos e Kleber Cincea fecharam em 6º na geral na segunda participação da dupla na história da competição. O outro carro da equipe chegou na nona posição final.

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Missão cumprida: as duplas brasileiras do X Rally Team fizeram um belo trabalho e fecharam a competição dos UTVs no Top 10 final. (Foto: Victor Eleutério/Divulgação)

“Muito legal poder completar o nosso primeiro Dakar, ainda mais entre os dez primeiros. Ficou um grande aprendizado, uma bagagem enorme. Muito bacana. A equipe toda foi sensacional. Foi inesquecível para todos nós, e a emoção de estar aqui no final é gigante – assim como a vontade de voltar. Antes eu tinha medo de andar nas dunas, porque elas são muito altas e imponentes, e agora deixou de ser um desafio para se tornar um prazer. Mais um sonho realizado”, afirmou Cristian Baumgart.

“Foi um rali muito duro, mais difícil do que imaginávamos, em um terreno com o qual não éramos tão familiarizados. Muita areia, muita duna. Foi um grande aprendizado, e poder concluir o Dakar na nossa primeira participação é uma grande conquista da equipe. Estamos muito felizes com isso e agora só queremos comemorar, porque tivemos um ano de planejamento muito intenso e felizmente conseguimos colocar tudo em prática”, destacou o navegador Beco Andreotti.

“Neste ano nós cumprimos o objetivo, que era terminar. Estarmos juntos, como equipe, nos tornou mais fortes e possibilitou que pudéssemos chegar ao final. Realização é pouco para definir o que sinto. É demais, demais!”, exclamou Kleber Cincea.

“Para ser sincero, eu não imaginava que iríamos terminar. O Dakar é muito difícil com equipamento, com o corpo e com o psicológico da gente. É demais chegar ao final, um sentimento incrível de realização. Dakar é Dakar, e só estando aqui para saber. Chegar é uma vitória, um sonho realizado, uma classificação excelente. Aprendemos muito e fizemos história”, resumiu Marcos Baumgart.

Não só as três duplas brasileiras fecharam em alta conta a participação nos UTVs. Alçado à condição de lenda do Dakar, Lourival Roldan (o primeiro campeão da categoria) fechou em sétimo junto ao português Miguel Jordão – que na disputa dos melhores pilotos novatos terminou em segundo, à frente de Cristian Baumgart. O melhor dos rookies foi o norte-americano Casey Currie, quarto colocado geral.

Ao todo, foram 20 duplas – dentre 30 que largaram dia 7 – chegando ao final, infelizmente com Bruno Varela e Maykel Justo de fora após a penúltima especial. Destaque para a presença feminina, com Annett Fischer/Andrea Peterhansel terminando a disputa em 14º lugar na geral e a tcheca Olga Rouckova, ainda que em vigésimo e último, também ao final da disputa.

Etapa #10 – Pisco-Lima
Ligação: 247 km
Trecho cronometrado: 112 km
Total: 359 km

Resultado – SxS:

1. #340 Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin (Can-Am) – 1h25min09seg
2. #398 Cristian Baumgart/Beco Andreotti (Can-Am) – a 3min39seg
3. #360 Chaleco López/Alvaro Leon Quintanilla (Can-Am) – a 6min10seg
4. #378 Ricardo Porém/Jorge Monteiro (Can-Am) – a 6min25seg
5. #358 Gerard Farres Guell/Daniel Oliveras Carreras (Can-Am) – a 8min59seg
6. #421 Rodrigo Moreno Piazzoli/Jorge Araya (Can-Am) – a 11min13seg
7. #343 Casey Currie/Rafael Tornabell Cordoba (Can-Am) – a 12min19seg
8. #427 Michelangelo Bertolla/Paolo Boggioni (Can-Am) – a 12min57seg
9. #372 Miguel Jordão/Lourival Roldan (Can-Am) – a 14min15seg
10. #342 Juan Carlos Vallejo/Leonardo Baronio (Can-Am) – a 14min56seg

Classificação final extra-oficial:

1. Chaleco/Quintanilla – 42h19min05seg
2. Farres Guell/Oliveras Carreras – a 1h02min35seg
3. Varela/Gugelmin – a 1h05min19seg
4. Currie/Tornabell Cordoba – a 2h32min51seg (+20min de penalização)
5. Moreno Piazzoli/Araya – a 3h10min25seg (+2min de penalização)
6. Baumgart/Cincea – a 3h48min02seg
7. Jordão/Roldan – a 4h41min57seg (+40min de penalização)
8. Hinojo Lopez/Blanco – a 5h05min56seg (+49min de penalização)
9. Baumgart/Andreotti – a 5h22min28seg
10. Kariakin/Vlasiuk – a 8h25min53seg (+1h22min25seg de penalização)

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