Direto do túnel do tempo (438)

Modus75

RIO DE JANEIRO – Num dos grupos de discussão do Facebook do qual participo sobre automobilismo, falou-se certa vez da temporada de 1975 da Fórmula 3 inglesa, ganha pelo sueco Gunnar Nilsson com um March “oficial” de fábrica.

Pouca gente sabia ou se lembrava que um dos rivais do sueco era um dos pilotos da foto.

A bordo do modelo Modus M1, está o estadunidense Danny Sullivan, que aos 25 anos viera da Fórmula Ford para competir na Europa junto ao compatriota Eddie Cheever Jr., então um moleque que nem tinha 18 anos completos quando o campeonato daquele ano se iniciou.

Aliás, a história do Team Modus é curiosa: Teddy Savory, fundador do Modus Group, tinha uma empresa de construção e a equipe de competições formou-se em 1973. Até que o designer Jo Marquart, que deixara a GRD, projetou e concebeu o modelo Modus M1, que fez curta carreira de sucesso nas pistas – inclusive com dois brasileiros no histórico de participação a bordo dos carros do construtor britânico: Júlio Caio de Azevedo Marques (1974) e Paulo Gomes (1976).

Estreando em 1974, o bólido tinha bom desempenho em praticamente todos os tipos de pistas, exceto quando o piso ficava úmido e o comportamento do M1 era “nervoso”. Mas Sullivan foi bem: correndo com motores Ford Holbay e depois com Toyota Novamotor, faturou três vitórias em Silverstone, Cadwell Park e Oulton Park.

O piloto terminou o ano com os mesmos 59 pontos do brasileiro Alex Dias Ribeiro, que também dispunha de um March 753. O número de vitórias foi o mesmo, três ao todo. O que favoreceu Alex no desempate foi o número de segundos lugares – quatro a três.

Apesar da ótima campanha, Sullivan não teve o mesmo destaque na Fórmula 2 europeia, voltando aos EUA, onde se destacaria até enfim disputar sua única temporada de Fórmula 1 pela Tyrrell em 1983, com direito ao 5º lugar no GP de Mônaco.

Já bastante experiente, o piloto que hoje tem 69 anos de idade venceria a CART em 1988, pilotando para o lendário Team Penske com um March nas cores da cervejaria Miller, de Milwaukee. Em 170 provas na Indy, Sullivan conquistou 19 poles e 17 vitórias – a maior delas na Indy 500 de 1985.

Há 44 anos, direto do túnel do tempo.

 

 

Comentários

  • Boa lembrança Rodrigo. Teve também um video game e arcade com o nome dele, Danny Sullivan Indy Heat se não me engano.
    Tinha também uma história que ele teve vários empregos não convencionais antes da carreira de piloto, inclusive teria sido taxista em Nova Iorque.

  • Grande Danny Sullivan. Um dos grandes pilotos da Indy dos anos 80/90.

    Na minha opinião, o Penske PC 17-Chevrolet que o Sullivan usou em 1988 com a pintura da Miller, foi o F-Indy mais bonito de todos os tempos, com aquela pintura branca e dourada. Digo mais: foi um dos monopostos mais bonitos da história do automobilismo, disputando pau-a-pau com o Lotus 79.