WTCR: tudo pronto para a temporada 2019

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Este será o layout dos Hyundai patrocinados pela Lukoil para a equipe BRC, que contratou o brasileiro Augusto Farfus: o piloto correrá com o numeral #8 na temporada que terá cobertura completa dos canais Fox Sports

RIO DE JANEIRO – A partir de 6 e 7 de abril, começa a segunda temporada do campeonato que sucedeu – e de forma muito positiva – o WTCC. A World Touring Car Cup (WTCR) terá início no Marrocos, no circuito semipermanente de Marrakech – e daí, até dezembro, quando a competição se encerra na Malásia, serão 10 rodadas triplas e 30 provas. Emoção pra dar e vender, em pistas de todo o tipo e procedência.

O regulamento tem mudanças importantes. Principalmente na questão desportiva. O critério de pontuação muda e a partir deste ano nenhuma corrida terá mais peso que a outra. Todas, portanto, serão equânimes e os 15 primeiros colocados farão pontos, com 25 para o primeiro, 20 para o segundo, 16 para o terceiro, 13 para o quarto, 11 para o quinto e menos um ponto por posição – sucessivamente – até o 15º.

Além do máximo de 75 pontos que um piloto pode ganhar por prova, haverá outros 10, dos treinos oficiais (serão dois): um para definir o grid da prova #1 e o outro para definir o grid da prova #3. Na segunda prova, ainda teremos a inversão dos dez mais velozes do Q2, para indicar as posições de largada.

Outra modificação foi no limite de carros por marca envolvida na competição, desde que com veículos dentro do regulamento TCR (inclusive, foram construídos mais de 600, para os quase 20 campeonatos distribuídos pelo mundo inteiro – aliás, por que ninguém no Brasil pensa em importar mais carros enquadrados nas regras TCR, hein?): quatro carros por fabricante, podendo ter um máximo de 32 inscritos na série e um mínimo de 26, obrigatório pelo contrato firmado entre os promotores (Eurosport Events) e a FIA.

Aliás, o mínimo pelo menos está atingido e em várias provas haverá o complemento de wild-cards que estarão nas pistas, sem direito a pontos, é bom lembrar.

Entre as várias mudanças da temporada de estreia do WTCR para esta, estão a saída de três escuderias e de um fabricante, mantendo-se assim o total de sete marcas envolvidas: a Peugeot reduziu os investimentos no programa do modelo 308 TCR, precipitando a saída do time DG Sport da competição e tirando de esquadro pilotos como o eslovaco Mat’o Homola e o francês Aurélien Comte. As outras escuderias que saem da competição são a Campos Racing e a Zengö Motorsport. Ambas, por sinal, usavam o modelo Cupra León TCR.

Que não estará fora da temporada: a Comtoyou Racing assumiu alinhar dois carros do construtor espanhol (Cupra é agora uma marca da SEAT) e a nova organização sueca PWR Racing também chega para a festa. O WTCR terá ainda o retorno da Cyan Racing e a estreia da KCMG, esta com os modelos Honda Civic Type R FCR.

E sobre a Cyan Racing, não se pode deixar de apontar que é pela organização de bandeira sueca que vem a grande novidade dentre os modelos inscritos: fabricado pela Geely, dona da marca Volvo, o Lynk & Co 03 de competição é um carro derivado de um modelo vendido no mercado chinês. É comercializado com motores de 1,5 litro a 2 litros, atendendo portanto às especificações do regulamento técnico, só que com um motor mais “bruto” no WTCR, com turbocompressor, câmbio paddleshift e potência estimada em cerca de 350 HP – como em todos os carros da série.

O que não está claro é a divisão de forças: a italiana BRC, por exemplo, já confirmou suas duas equipes com o modelo Hyundai i30 N TCR. A Squadra Corse vai com o atual campeão Gabriele Tarquini e o magiar Nobby Michelisz. Já a segunda organização, que corre com o nome Lukoil Racing Team, é a que terá a bordo o brasileiro Augusto Farfus junto ao holandês Nicky Catsburg – marcando o regresso de ambos os pilotos a este tipo de competição.

Num primeiro momento, ninguém sabe qual é a “equipe #1” ou a “equipe #2” da Cyan. Mais cedo ou mais tarde, vão colocar o nome do time do interminável Yvan Muller na dança. E o francês é de novo uma das atrações do WTCR em 2019, junto a Thed Björk; ao sobrinho de Muller, Yann Ehrlacher e ao regressado Andy Priaulx, várias vezes campeão mundial do WTCC.

Da mesma forma, a Sébastien Loeb Racing, que alinhará o Volkswagen Golf, terá que se socorrer de um nome fantasia para separar seus quatro pilotos. As novidades para o ano são a chegada do sueco Johan Kristofferson, atual campeão do World RX Championship (Mundial de Rallycross) e a contratação do alemão Benjamin Leuchter, para dividir o time com Rob Huff e o marroquino Mehdi Bennani.

Já a Honda sabe quais são seus times: a recém-ingressada KCMG aposta na experiência de Tiago Monteiro, agora enfim recuperado do violento acidente sofrido em 2017 na reta final do WTCC e no húngaro Attila Tassi, tido como o mais promissor dos pilotos da nova geração dos WTCR. O time alemão de René Münnich se socorre não só de um “hermano” argentino, mas de dois: Néstor ‘Bebu’ Girolami está de volta ao automobilismo internacional, dividindo garagens e pistas com o ótimo Estebán Guerrieri.

A Comtoyou segue na competição de forma curiosa – terá quatro carros, mas de dois fabricantes distintos. Com os Cupra León, estarão Aurélien Panis e o loucaço holandês Tom Coronel. De Audi, virão o belga Fréderic Vervisch e mais um estreante no WTCR, o holandês Niels Langeveld.

A outra escuderia da marca quatrargólica é o Team WRT, com patrocínio da Leopard e os mesmos pilotos da última temporada – o britânico Gordon Shedden e o francês Jean-Karl Vernay.

Ma Qing Hua e Kevin Ceccon, que fez uma temporada de retorno às pistas muito positiva, melhorando a olhos vistos as performances do modelo Giulietta da Alfa Romeo, são as apostas do Team Mulsanne, cujo running é feito pela Romeo Ferraris. Michela Cerutti, antiga piloto BMW no Blancpain GT e também da extinta Auto GP World Series, é uma das responsáveis pela escuderia.

Fechando o lote de estreantes da lista de inscritos, estão exatamente os pilotos da equipe PWR Racing. No caso, um dos sócios e atual 3º colocado no TCR Escandinávia, o sueco Daniel Haglöf, além do espanhol Mikel Azcona, recém-coroado campeão do TCR Europe Series, inclusive superando alguns futuros adversários, feito Jean-Karl Vernay e Attila Tassi.

Os canais Fox Sports seguirão com os direitos de transmissão do WTCR para o Brasil em 2019. Novidades estão por ser confirmadas para grande parte da temporada e eu espero poder compartilhar essas notícias com vocês leitores do blog.

Comentários

  • Geralmente, por conta do horário de trabalho, raramente consigo ver os highligths transmitidos pelo Fox Sports, tanto do WTCR como também do WEC ou WRC…esses dias estava vendo alguns vídeos no youtube e confesso que me empolguei com a categoria…mais animada que o antigo WTCC.

  • Show de bola Rodrigo, essa categoria parece ser animal eu particularmente sempre tive uma preferencia por categorias de turismo frente aos formulas, turismo de verdade né, nunca gostei muito da stock car com as bolhas. Infelizmente o Brasileiro de Marcas vai tirar um ano sabático esse ano e dificilmente volta um dia, sempre achei uma pena não investirem nessa categoria ao invés da Stock Car, mas vida que segue, e lembro com saudosismo das categorias de superturismo dos anos 90, assisti ao vivo em Interlagos duas edições da Super Turismo Sudam, era simplesmente animal, o ronco daqueles carros é inesquecível, abraço.

    • Gosto do turismo de verdade, como gosto de Fórmulas, mas realmente essas bolhas tipo nossa Stock Cada não me animam nem um pouco, mas gosto é gosto e eu não consigo assistir essas bolhas em formas de carros correndo, parece brinquedo.
      Mas ressalvo que respeito quem gosta e admira, se todo mundo gostasse do azul, o que seria do vermelho? Essa parte final foi digamos brincadeira, porque sou gremista! Rsrsrs

  • Essa é a primeira vez em 12 anos que o Farfus volta a guiar um “dianteiro”. O último foi o 156 da Alfa Romeo da equipe N Technology já no distante ano de 2006. Em 2007 em diante ele disputou com a BMW 320 que era tração traseira.

  • Bom demais saber que teremos transmissão para o Brasil, pena não termos nenhum brazuca acelerando.
    Quando falamos de WTCC o que me vem a cabeça, são lembranças das lindas Alfas 155 vermelhas e rodas brancas, ou será que estou confundindo os campeonatos?

  • Tomara que seja uma retomada da carreira do Farfus, pois na DTM, tirando um ano que quase ganhou o campeonato, não fez uma boa passagem.

    Só acho que a WTRC podia colocar pilotos mais novos ou vindos de categorias como a StockBrasil, TC2000, SuperGT, V8Supercars, enfim.