Crise no Super TC2000?

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Com novo regulamento técnico, que inclui a adoção de propulsores montados na França e com turbocompressor, o Super TC2000 começa o campeonato deste ano no domingo: o que impressiona é o grid, o menor da história da competição desde sua “vitaminada” em 2012

RIO DE JANEIRO – Vai começar domingo em Córdoba no Autódromo Óscar Cabalen a temporada 2019 do Super TC2000. A versão mais evoluída do TC2000 – que segue em atividade até hoje, mas em menor escala de repercussão – surgiu em 2012 e, portanto, vai para sete anos de existência. Mas a julgar por alguns números, parece que o campeonato não começa tão bem quanto em outras oportunidades.

O Super TC2000 passa pela sua segunda mudança de regulamento técnico: saíram os motores V8 da Radical Performance Engines, com 2,7 litros de capacidade cúbica e que debitavam 430 cavalos a 11 mil rotações por minuto. Agora, os propulsores vêm da França, com a grife Oreca e dotados de turbocompressor, com arquitetura quatro cilindros em linha e rotação máxima de 7 mil 250 RPM.

Mas a novidade, que significou desenvolver novos chassis e um novo conjunto aerodinâmico, não comoveu alguns fabricantes. A Peugeot já estava fora: o construtor francês resolveu repensar investimentos no esporte a motor em todos os níveis e categorias. Curioso notar que a Citroën é do mesmo grupo (PSA) e segue. A Ford não participa do Super TC2000 há tempos e houve alguns Volkswagen construídos para o regulamento anterior, mas sem uso algum recentemente.

Se uns vão, outros vêm: a Fiat anunciou seu regresso ao certame. A marca italiana será representada pela DTA de Ulises Armellini, com os antigos pilotos da Peugeot Sport (Fabian Yannantuoni, Mariano Werner e Matías Muñoz Marchesi), menos Néstor “Bebu” Girolami, que voltou ao automobilismo internacional e estreia também neste fim de semana no WTCR. Os Tipo II foram os primeiros carros a andar com as novas unidades motrizes da categoria.

A campeã Renault inicia a temporada 2019 com quatro bólidos Fluence GT prontos para o desafio. Facundo Ardusso leva o dorsal #1 e terá Leonel Pernía como seu companheiro de esquadra. Numa espécie de time B da organização de Marcelo Ambrogio estarão Facundo Conta, que foi incorporado de última hora à escuderia, e Matías Milla.

Agustín Canapino e Bernardo Llaver serão os principais pilotos da Chevrolet em 2019. A dupla lutou pelo título de pilotos até o fim no último ano e a equipe Chevrolet YPF Pro Racing começa o ano com três carros. Tomás Gagliardi Genné continuará para ganhar mais experiência e a partir da etapa de General Roca chegará Alessandro Salerno para completar o lineup.

A Toyota, que tem sua oficina exatamente em Córdoba, será representada por apenas dois carros – modelo Corolla E170. O experiente Matías Rossi e o mendocino Julián Santero, de 25 anos, formarão a dupla inicial. Mas é possível que a equipe amplie seu total de bólidos para três, já que um chassi está pronto e faltando um piloto para fechar o pacote.

Já a Honda, cuja equipe será coordenada pelo veterano Victor Rosso, inicia o ano com três pilotos e chances bem sólidas de mais um quarto veículo no correr do campeonato – embora algumas fontes coloquem Santiago e Manuel Mallo como dois nomes a participar desta temporada. José Manuel Urcera e Juán Angel Rosso estavam mais do que garantidos. Faltava um último nome e ele será Caíto Risatti, filho do antigo piloto da Fórmula 3 Sudam, Ricardo Risatti. Hoje com 32 anos, Caíto não disputa uma temporada completa da categoria desde 2013.

Quem completa o lote de participantes é a Citroën, com a organização chefiada por Javier Ciabattari e dois C4 Lounge para Facundo Chapur e Marcelo Ciarrocchi, que conquistou ano passado o título do TC2000.

O campeonato também apresenta mudanças no campo desportivo: os treinos classificatórios ofertarão pontos extras – dois para o autor do melhor tempo nos treinos regulares, agora com 20 minutos de duração e boxes abertos para regulagens e modificações. A Super Clasificación terá os seis mais velozes e o mais rápido desse treino leva três pontos extras.

Estão extintas também as provas classificatórias posteriores aos treinos oficiais e o formato de provas, à exceção dos 200 km de Buenos Aires e da corrida urbana de Santa Fé, será de 110 km como percurso mínimo e a largada será parada. A pontuação será 20-15-12-10-8-6-4-3-2-1, mas nos 200 km de Buenos Aires será ofertado um máximo de 30 pontos ao vencedor e nas provas de Santa Fé, que serão duas, aliás e a propósito, 20 pontos.

Os argentinos acreditam estar na vanguarda tecnológica mundial em termos de carros de Turismo. Mas enquanto o Turismo Carretera lota seus grids com mais de 40 participantes, o Super TC2000 não chega nem a metade disso na primeira etapa. Dezessete pilotos é muito pouco. Seis marcas envolvidas é algo até relevante. Mas falta carro.

Crise no Super TC2000?

Comentários

  • Prezado Mattar, acho bastante sensacionalista o titulo da materia….O TC tem 40 carros, mas teve corrida que nao chegou a isso.O custo de um TC e muito menor do que um STC 2000 O STC 2000 fez a troca dos motores, -o primeiro motor só chegou em fevereiro- e do pacote aerodinámico em 3 meses, ainda não tem o parque completo, mas iniciar com 17 carros não é ruim não. Nas próximas corridas estará na faixa de 24 veiculos..Referente a PSA, não é tão curioso assim, o C4 Lounge continua em fabricação o que não acontece com o 408, por esse motivo a divisão Peugeot retirou sua equipe.Curioso em todo caso seria que Renault mantem sua equipe com os Fluence que já teve sua produção discontinuada.

    • Respeito sua opinião. Mas o campeonato está longe de começar bem, considerando a quantidade de participantes noutros anos.

  • Eu acompanho o Turismo Carretera, depois que a internet começou a passar as corridas, e vou acompanhar se mantiver as coisas como estão, são 4 fabricas ,Ford, Chevrolet,Dodge e Torino, um verdadeiro multimarca.No caso do TC2000 acho que esse negocio de motor único não cai no gosto dos argentinos, pelo menos alguns amigo que tenho por lá e converso regularmente sobre automobilismo.
    Aqui no Brasil o sistema NASCAR , que um um multimarca de adesivo agrada o publico brasileiro e assim a Stock vai bem.
    Eu particularmente , não vejo TC2000 nem Stock nem Nascar, o dia que só tiver monomarca, paro de ver corridas.