Jim Russell (1920-2019)

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RIO DE JANEIRO – O fato é do dia 30 de março, mas a notícia só foi divulgada nesta quarta-feira: morreu aos 98 anos o britânico Jim Russell, autêntica lenda do automobilismo mundial. Ele tinha sofrido uma intervenção cirúrgica e não resistiu ao procedimento operatório.

Nascido em de 28 de maio de 1920 com o nome de batismo de Herbert James Russell, Jim foi piloto nos anos 1950. Disputou provas de Fórmula 3 (foi três vezes campeão inglês de 1955 a 1957) e Fórmula 2, se envolvendo também num grave acidente nas 24h de Le Mans de 1959, quando colidiu com Brian Naylor. Os estragos foram grandes e as fraturas, de longa recuperação. Tão longa, que pôs um ponto final em sua carreira.

Mas não no envolvimento com o esporte: em Snetterton, próximo a Norfolk, criou a Jim Russell Racing Drivers School e também um time de competição, que via de regra premiava seus melhores alunos. Através de sua equipe e com o auxílio da Lotus Components, um certo Emerson Fittipaldi ganharia o título da Fórmula 3 inglesa em 1969 – mesmo com o campeonato em andamento – e daí partiria para o estrelato. Outro brasileiro campeão por sua equipe, muito tempo depois, foi o gaúcho Luiz Fernando Cruz, que venceu o Townsend Thoresen de Fórmula Ford, nos anos 1980.

Jim Russell não teria somente Emerson como um de seus alunos famosos. Nomes como os de Derek Bell, Danny Sullivan e Jacques Villeneuve, por exemplo, fizeram parte de seus quadros. E foi graças a Jim que tivemos o prazer de ter Ralph Firman (cunhado do próprio Russell, posto que era casado com a irmã deste), então mecânico de Emerson, se tornar um construtor de mão cheia com seus Van Diemen de Fórmula Ford.

A expertise de Jim foi usada para outros fins, como bem lembra o amigo Paulo Alexandre Teixeira. Ele prestou consultoria no lendário filme “Grand Prix”, a obra-prima realizada por John Frankenheimer. Foi Russell quem deu lições de pilotagem aos atores. James Garner, um dos protagonistas com a personagem Pete Aron, pegou gosto pela coisa e seguiu os passos de Steve McQueen e Paul Newman, por exemplo – mas sem os desempenhos dos dois colegas de profissão.

A Jim Russell Racing Drivers School foi sucesso absoluto, com franquias na América do Norte (EUA e Canadá) e expansão para circuitos ingleses como Silverstone e Donington Park. Virou sinônimo de aprendizado a bordo de um carro de competição, marcando o nome do britânico na história.

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