Corridinha chata…

Hamiltinho
Hamiltinho, ou melhor, Lewis Hamilton, alcançou a 76ª vitória da carreira numa corrida chata: o GP da Espanha teve raros momentos de brilho neste domingo. Valeu pela zoação do Snapchat e a turma da Fórmula 1 voltou no tempo…

RIO DE JANEIRO – A Mercedes-Benz e seus pilotos não têm culpa do regulamento atual da Fórmula 1 ser a bela porcaria que é. E nem da pista da Catalunha, que deve dar adeus ao calendário da categoria já no próximo ano, não proporcionar disputa alguma. Resultado: o GP da Espanha deste domingo foi chato.

Muito chato. Em doses cavalares. E não sei como não dormi ao assistir às 66 voltas da corrida, a quinta do calendário – que viu o construtor da estrela de três pontas reafirmar seu domínio histórico: nunca antes na história uma escuderia tinha feito tanto num início de temporada quanto a Mercedes. Cinco corridas, cinco vitórias, cinco dobradinhas.

E hoje foi a vez de Hamiltinho (calma, eu explico mais abaixo) dar um pau épico em Bottinhas, que pôs o pescoço pra fora após a vitória no Azerbaijão e principalmente na luneta de seis décimos que enfiou no pentacampeão mundial. Do alto de todos os títulos conquistados e de suas 75 vitórias, o britânico tinha que dar a resposta na hora certa. E aconteceu.

Já na largada, Lewis resolveu as coisas e um vendido Vettel, que tentou dividir a primeira curva por fora com os dois rivais da Mercedes, perdeu ação e velocidade. Foi ultrapassado por Max Verstappen e jamais conseguiu recuperar a 3ª posição.

Pior: percebeu que não alcançaria ninguém e a Ferrari, como sempre, deu seu show de incompetência, demorando demais em permitir que Charles Leclerc ultrapassasse o companheiro de equipe. A estratégia também não se pagou: Leclerc trocou para pneus duros e Vettel, para médios. Verstappen foi inteligente, sabendo que a única forma de ir ao pódio era se manter na frente dos vermelhos. Fez dois stints com pneus macios e foi rápido o suficiente para se sustentar em 3º lugar.

E tudo isso mesmo após o incidente entre Lando Norris e Lance Stroll, numa refrega entre os dois pilotos na curva 1 em que ambos saíram perdendo. Acabaram fora da corrida. O Safety Car entrou, mas não conseguiu devolver emoção alguma à uma disputa absolutamente monótona do início ao fim.

A melhor do resto, desta vez, foi a Haas. Com atualizações que minimizaram os problemas de falta de aquecimento dos pneus nas corridas passadas, os carros ianques provocaram alguns sustos na rapaziada, especialmente pela disputa interna entre Kevin Magnussen e Romain Grosjean, que deve ter feito muita gente ali nas garagens arrancar os cabelos (saberemos nas cenas de Drive To Survive, temporada 2019). No fim das contas, os dois foram aos pontos e o franco-suíço saiu finalmente do zero no campeonato.

Carlos Sainz salvou a honra da McLaren e a própria, fazendo a festa do público – bem mais reduzido em relação aos últimos anos (que falta faz Fernando Alonso ali, hein?) – com a 8ª posição. E Daniil Kvyat salvou mais dois pontinhos com a Toro Rosso Honda.

Daí olhamos para a classificação do Mundial de Pilotos e começa a dar desânimo: Hamiltinho chegou a 112 pontos contra 105 de Bottinhas e 66 de Verstappinhoinho. Nos construtores, a Mercedes-Benz do megablaster bigodudo Dieter Zetsche alcançou incríveis 217 pontos (de 220 possíveis) contra 121 da Ferrari e 87 da Red Bull.

A quarta colocada? Bem… a boa notícia é que é a McLaren. A má é que o time de Zak Brown, que neste fim de semana teve a estreia de Andreas Seidl, ex-Porsche no WEC, como seu novo Team Principal, somou 22 pontos apenas na classificação.

E por que os diminutivos no texto? Viram o que o Snapchat fez com a função criança? Pois é: o pessoal aproveitou, pegou a turma da Fórmula 1 e os colocou jovens. Eu achei engraçado. Pelo menos isso salvou o domingo, porque a corrida… funcionou pra muita gente como o sonífero do domingão.

Comentários

  • Rodrigo de acordo integralmente. Uma chatice do início ao fim. Aliás faz alguns anos que é assim. Aliás nesse segundo semestre deveremos ter decisões importantes quanto aos futuros da F1 e da WEC (IMSA por tabela). Tomara que quem decide acerte!!!!

  • Esse combo de corridas Barcelona e Mônaco são o sonífero para uma manhã de domingo. Tá chato né? Hamilton é sensacional, mas sinceramente, tem tempo que já encheu. Assim como acontecia quando o Vettel deitava e rolava na Red Bull. Década perdida na F1, em termos de competitividade. Penso que a única maneira de tentar reduzir as diferenças seria tentar emular em parte o regulamento da MotoGP, permitindo o desenvolvimento do carro e motor somente aos times piores classificados e lhes conferindo concessões. Mas duvido muito que algo assim seja colocado em prática, muita politicagem, o que mata o esporte

  • F1 sem graça, muito rádio, muita ordem de equipe, pneu chiclete, pneu peroba, pneu maria-mole, reabastecimento, “Multi 21”, “Fernando is faster than you”.
    Antes era o seguinte, enche o tanque, vai para o grid, larga.
    Daí o piloto, e sô ele, fechado no seu mundo intra-cockpit, era quem ditava a regrado jogo.
    Hoje é um exército de robozinhos, perguntando pro box “cadê o cara”, “qual é a diferença”, e por aí vai.
    Boring!
    Rodrigo, li em algum lugar que essa conquista da Mercedes não é inédita, ok!
    A conferir.
    Abraço.
    Zé Maria

  • O Safety Car não deu emoção, pois, na F1, após o acionamento da bandeira amarela os boxes não são fechados como em outras categorias, onde esperam os carros se alinhares todos atrás do Safety Car para, aí sim, liberar a entrada dos carros nos boxes.
    Se fosse em outra categoria, ou em outras regras, iria dar uma boa embaralhad., Leclerc e Vettel pulariam na frente, visto que o primeiro estava com pneus para ir até o final e o Vettel já tinha feito sua troca também, até o Verstappen se benificiaria pois já tinha parado pra ir até o fim, agora, se iriam conseguir segurar as Mercedes com pneus novos e DRS é outra história.

  • Tirando as vezes em que choveu, Barcelona nunca proporcionou uma corrida boa. É aquela velha máxima: pista chata, corrida chata.

  • A corrida teve uma manobra sensacional, que ninguém (transmissão principalmente) comentou. La pelo meio da prova o Kvyat fez uma ultrapassagem toda por fora num daqueles curvões longos, que foi muito bonita !!! Acho que foi sobre o Sainz.

    Agora é esperar pra ver se alguém aparece com o vídeo dessa ultrapassagem, porque eu não tenho paciência de ver o VT todo outra vez, para achar ela…

  • Já tem alguns anos que a F1 está mais chata do que corrida de Tartaruga, eu mesmo não lembro mais qual foi a última vez que assistir uma corrida do início ao fim.

    Minha Opinião: Não tem como comparar os verdadeiros pilotos, que tinha que fazer tudo no carro tipo: Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansel, Nelson Piquet entre outros com esses de hoje que apenas ficam sentados no banco do carro quase 100% automáticos e Tele-guiados a distância pela equipe dos boxes.

    Att,
    Erialdo – Especialista Consórcio
    (610 9 9261-0110 Whatsapp