Desenrolando o cabo

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A morte de Danilo Berto bateu fundo no Superbike Brasil: a competição perdeu o apoio de Yamaha e Honda, que retiram equipes e apoio institucional até que se tomem as devidas providências. É justo – a credibilidade das marcas está em jogo e a vida dos pilotos, principalmente (Foto: Reprodução Facebook/Grande Prêmio)

RIO DE JANEIRO (Deu ruim!) – As duas mortes no Superbike Brasil em menos de dois meses trouxeram enfim drásticas consequências à competição.

Informou o Grande Prêmio nesta segunda-feira que Honda e Yamaha suspenderam temporariamente sua participação no evento.

Ambas as marcas, envolvidas com equipes oficiais (Honda) e como parceiras (ambas) da organização, comunicaram através de nota a decisão de paralisar suas atividades na categoria, aguardando e exigindo esclarecimentos quanto às questões de segurança – o que é muito justo.

Afinal de contas, o Superbike Brasil viu ocorrerem num espaço pouco inferior a quatro anos, cinco mortes em competições por ela sancionadas. Joãozinho Sobreira perdeu a vida em Goiânia – inclusive numa prova que eu comentava para o Fox Sports, que transmitiu por um tempo as corridas da categoria.

Depois, foram Sérgio dos Santos, Rogério Munuera, Maurício “Linguiça” Paludete e, agora, Danilo Berto.

Realmente não dá para pedir que Honda e Yamaha façam mesmo diferente com relação às decisões tomadas. Afinal de contas, está em jogo a credibilidade de marcas e principalmente de pessoas. É nessas horas em que algumas vozes deveriam se levantar e cobrar a quem de direito tudo isso que vem acontecendo.

A imprensa tem mais uma vez o caráter de informar e também de cobrar. Em nome de todos os que se foram – do Joãozinho, do Sérgio, do Rogério, do Maurício e do Danilo – seguiremos lutando para que tudo seja devidamente esclarecido.

Não queremos omissão e nem conversinha fiada. Queremos soluções.

Como falei na postagem que publiquei ontem, o Superbike Brasil precisa repensar seus conceitos. Pelo bem do evento, pelo bem do público, pelo bem dos pilotos e de todo o esporte.

ATUALIZANDO

Agora à noite, foi confirmado que a Kawasaki também retira seu apoio à competição – que tinha marcadas mais quatro datas (acreditem!) para Interlagos, a próxima em 16 de junho. Será bem difícil, inclusive, que o evento aconteça dentro do previsto, após tamanha debandada.

Comentários

  • Aplaudindo de pé Honda, Kawasaki e Yamaha!
    Decisão mais do que apropriada!
    Enquanto não expurgarem os cancros da categoria, promoverem uma limpeza total e definitiva, não tem competição, simples assim!
    Estranho demais a postura do Alex Barros, mudinho da silva em meio a esse caos generalizado. . .

    • Silêncio dele e de algumas figuras da cobertura do mundo do motociclismo (sim, o Sr Fausto Macieira). Muitos amiguinhos ali naquele meio. De novo: as pessoas aqui são ótimas de iniciativas mas péssimas nas “acabativas”. Se planeja muito mal, isso quando algo é planejado. Espero que o ministério público vá a fundo nos problemas dessa categoria. E que sirva de um marco para como o esporte é tratado no país.

      • Só de a Prefeitura intervir e proibir as competições de Motovelocidade em Interlagos é um caminho.

  • Olha, pra mim a coisa tem dois lados.
    Um é o órgão responsável pela averiguação do acidente e dar o laudo de exigências e responsabilidades.
    E do outro lado os que fazem o evento , o que as fabricas estão fazendo é tirando o corpo fora de maneira hipócrita pra não ficarem feias na foto , porque estas senhoras fabricas a décadas estão com times oficias no evento mais mortífero do motociclismo que é a Isle of Man,. Vale lembrar que a Honda patrocinou até filme que foi elogiado e amado por todos. As fabricas pra mim , decepcionantes neste momento dificil, seria muito mais bonito elas se unirem pra resolver o problema e não agirem assim e de forma definitiva “matar o motociclismo brasileiro”.

  • boa noite Rodrigo,

    recebi na segunda feira um video de sbk em interlagos este final de semana onde no posto 1 entrada do S do Senna, ou seja final de reta, temos uma invasão do publico que fica na beira da pista com as motos passando a 280km e o pessoal tirando self como se nada fosse acontecer, e um absurdo que seu Bruno Corano, vendo esta invasão não tenha tomado as medidas de segurança cabiveis, pois como pode ter mais de 17 pessoas na beira da pista tirando Self?

    ja da pra imaginar o que rola ne, venha nossa a nossa grana e a sua segurança nada.

  • Sempre que vou a Interlagos dou uma “bizoiada” na entrada do S do Senna.
    Ali você vê as máquinas passando bem pertinho.
    E vê a pilotagem.
    O jeito como os caras reduzem, contornam e vão embora…

    E posso dizer?
    Com todo respeito aos pilotos da Superbikes… a impressão que eu tive é que muitas vezes é máquina demais e piloto de menos.
    Esses brinquedos não são brincadeira por mais que a frase seja contraditória.

    Dentro de um carro o cara passa reto, roda… mas a vida segue.
    Em uma moto as consequências são um pouco mais graves.

    • Se uma das muitas causas é a falta de preparo dos pilotos, cabe a organização do evento definir critérios claros de quem pode ou não competir