#FürNiki
RIO DE JANEIRO – O Grande Prêmio de Mônaco, como corrida, não cabe mais para a Fórmula 1.
Tirando uma tentativa aqui e alhures, não existem ultrapassagens e só situações atípicas poderiam mexer com a corrida. A deste domingo até teve alguns momentos interessantes. Mas, no bojo, como espetáculo ficou devendo. A corrida do Principado segue apenas pelo charme e pela tradição – o que para o que deseja o fã do automobilismo é muito pouco.
Porém, não há como negar que pelo menos houve uma expectativa por tudo o que aconteceu a partir da 12ª volta.
Eu explico: a corrida caminhava para a monotonia e Charles Leclerc ativou o modo “foda-se”, vindo de décimo-quinto no grid após mais uma patacoada dos estrategistas (os jênios – assim mesmo, com jota) da Ferrari. A primeira manobra de ultrapassagem sobre Romain Grosjean foi legal. A segunda tentativa, sobre Nico Hülkenberg, foi #FAIL. Resultado: pneu furado, assoalho do carro danificado e, já que estava ruim, melhor tirar o time de campo. Fim de corrida para um compreensivelmente frustrado Leclerc – não sem razão.
Por conta de detritos, o Safety Car foi acionado e os pilotos pararam para a mudança de pneus. A Mercedes-Benz trocou para pneus médios, enquanto a Red Bull e a Ferrari, para duros. Nisso, Max Verstappen tentou voltar à pista na frente de Valtteri Bottas e conseguiu. Mas a FIA – sempre ela – pôs tudo a perder e, numa interpretação ridícula do regulamento e dos comissários, puniu o holandês com acréscimo de tempo de cinco segundos.
A corrida seguiu em banho-maria por bom tempo e aí Hamilton começou a reclamar com o estrategista da Mercedes em relação ao pneu. “Não estamos com o pneu adequado”, disse o líder. “Se vira, bonitão, confiamos em você”, devolveu o box. E Hamilton teve que seguir com uma borracha já detonada, aguentando a pressão de Max Verstappen.
Mas o holandês também não fez muito. Foi o chamado “arame liso”, aquele que cerca e não machuca. Quando tentou passar, já era tarde demais para descontar os cinco segundos que tinha de abrir para não perder o pódio. Mas pelo menos não dá pra culpar o piloto da Red Bull por não ter tentado.
Hamilton chegou à sua 77ª vitória na carreira porque foi excepcional na defesa de posição mesmo com pneus no bagaço – e também porque em torque e tração sua Mercedes estava melhor que o carro rubrotaurino com propulsor Honda, o que faz uma baita diferença num circuito de baixa velocidade como o de Monte-Carlo.
Um triunfo que deixaria Niki Lauda, que o convenceu a pilotar para a marca alemã, orgulhoso. Por isso o título do post com a hashtag #FürNiki (Para Niki).
Para Verstappen restou a frustração de baixar de segundo para quarto e Vettel herdou a posição do adversário, com Valtteri Bottas em 3º. Considerando que o fim de semana foi péssimo para a Ferrari por conta dos acontecimentos dos treinos livres e da definição do grid, terminar com 18 pontos não foi tão ruim assim para o alemão.
Mas para Bottas foi um golpe enorme: o finlandês já está a 17 pontos de Hamilton, que chegou à sua terceira vitória em Mõnaco, isolando-se como o piloto com mais triunfo nas ruas da chiqueza e realeza entre os ativos da Fórmula 1.
Com o evidente desnível entre Mercedes, Red Bull, Ferrari e o resto, legal ver a McLaren como quarta força e Carlos Sainz alcançando um excelente 6º lugar, considerando também as circunstâncias. Corrida digna da dupla da Toro Rosso, que chegou em sétimo e oitavo com Daniil Kvyat e Alex Albon.
Já a Renault decepcionou de novo: antes do Safety Car, Ricciardo era quinto, mas já tinha perdido 20 segundos para Sebastian Vettel. A TV não mostrou o que aconteceu de errado no pit do australiano, que de repente despencou para a 13ª colocação. Com a punição a Romain Grosjean, que cruzou a faixa amarela da saída do pit lane, em cinco segundos, o Risadinha chegou em nono – muito pouco para quem venceu a corrida ano passado.
De resto, Alfa Romeo, Racing Point e principalmente Williams foram meras figurantes. As três equipe