Novidade: vai começar o Rali do Chile

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Mads Østberg e o copiloto Torstein Eriksen em ação nos testes realizados segunda-feira: os noruegueses pretendem somar mais alguns pontinhos no Rali do Chile deste fim de semana

RIO DE JANEIRO – Pela primeira vez em 37 anos, a América do Sul volta a figurar no calendário do WRC com uma dobradinha de etapas. Após a defecção do Brasil após curta introdução na categoria no início dos anos 1980, é a vez do Chile receber o Mundial de Rali, após a passagem do campeonato pela Argentina.

E a 6ª etapa do campeonato vai gravitar por Concepción, cidade de quase cinco séculos de existência, que é localizada na segunda região mais habitada daquele país. O último Censo demográfico registrou uma população – só na cidade – superior a 230 mil habitantes.

Localizada praticamente ao nível do mar, a sede do estreante Rali do Chile tem também o maior centro industrial do país, sendo igualmente responsável por uma zona portuária bastante ativa, bem semelhante ao que acontece em Valparaíso, um dos refúgios do gênio Pablo Neruda. Não obstante, há cinco grandes universidades, com uma grande concentração estudantil e de pesquisas.

Voltando à parte esportiva, o evento terá 16 trechos cronometrados – a especial El Puma é a mais longa, com 30,72 km (disputada inclusive nesta sexta-feira). O primeiro dia terá seis passagens, três pela manhã e outras três à tarde – mesmo total registrado no sábado. No domingo, o Rali do Chile será encerrado com quatro etapas e a especial de Bio Bio será o Power Stage, com pontos extras aos cinco mais rápidos.

A lista de entradas é menos numerosa que no Rali da Argentina, até porque na ocasião disputou-se uma etapa em paralelo do Campeonato Nacional. Porém, o apelo de um evento novo no calendário encheu o plantel de inscritos do WRC2: só nesta divisão serão 22 carros divididos em WRC2 Pro e WRC2.

O que sem dúvida tornará a tarefa de Paulo Nobre e seu navegador Gabriel Morales bem mais complicada. “Palmeirinha”, 13º colocado geral e terceiro no WRC2 na etapa anterior, terá a concorrência direta de uma dezena de pilotos locais – com destaque absoluto para os irmãos Alberto e Pedro Heller, além do argentino Alejandro Cancio e do japonês Takamoto Katsuta, sem contar o mexicano Benito Guerra.

No WRC2 Pro, o boliviano Marco Bulacia terá à disposição um Skoda Fabia “zero bala” para substituir o monobloco destruído na etapa passada. Seus adversários serão Gus Greensmith, Kalle Rovanpëra e Mads Østberg.

Onze carros participarão do Rali do Chile na chamada “Prioridade 1”, sendo dez dos times oficiais de fábrica e somente a dupla formada por Lorenzo Bertelli/Simone Scattolin com uma inscrição privada. A dupla italiana corre com o suporte da M-Sport, mas seus pontos não serão válidos para o Mundial de Construtores.

Por sinal, duas marcas trouxeram carros novos: a Citroën para Esapekka Lappi e a Ford, para Elfyn Evans. Ambos abandonaram no Rali da Argentina por conta de fortes acidentes que deram perda total nos monoblocos, que serão reconstruídos para novamente terem a oportunidade de uso ainda neste campeonato.

A líder Hyundai terá de volta o “Pelé” do WRC: Sébastien Loeb disputará seu quarto evento no ano. Mas tanto o francês quanto seu parceiro Daniel Elena ainda não parecem muito à vontade a bordo do i20 Coupé da marca sul-coreana.

Certo é que Thierry Neuville chega a este evento com a enorme responsabilidade de buscar a terceira vitória consecutiva na temporada, o que lhe deixaria mais distante de Sébastien Ogier, da Citroën. O belga e o hexacampeão mundial estão separados por 10 pontos, enquanto o estoniano Ott Tänak caiu para o 3º lugar com 82. Até agora, somente eles três têm vitórias nas cinco etapas passadas na temporada 2019.

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