Primeira da Ferrari 488 GT3 no Endurance Brasil
RIO DE JANEIRO – Sábado quente – literalmente – em Goiânia, na 2ª etapa do Império Endurance Brasil. Sob o calor típico do Centro-Oeste, foram disputadas as 4h de Goiânia, no Autódromo Ayrton Senna. E foi uma corrida onde a resistência, mais do que nunca, foi importante. O desgaste de equipamentos e pilotos atingiu níveis estratosféricos, tanto que dos 30 carros vistos na largada, pelo menos metade sequer pôde ver a quadriculada.
Valeu a regularidade e principalmente a competência de administrar os carros em meio às dificuldades que se acumulam em corridas do tipo. E a Via Itália Racing festejou a primeira vitória do modelo Ferrari 488 GT3, com uma tocada perfeita de Daniel Serra e a boa atuação de Chico Longo em seu turno de pilotagem. Uma conquista para lavar a alma.
“Em Curitiba fomos desclassificados por uma interpretação do regulamento”, comentou Chico Longo após a corrida. “A gente não tinha muita expectativa porque o carro não estava bom nos treinos, mas os engenheiros trabalharam muito, porque o carro estava ótimo de guiar”, afiançou.
“A gente tem que dar muito crédito ao Chico”, disse Daniel Serra. “Ele acompanhou o Xandy (Negrão), o Guilherme (Figueroa), brigou até com o Ricardinho (Maurício) e o Xandinho (Negrão), então o maior crédito é pra ele. Lógico, quando entrei na pista tive que passar o pessoal, mas o carro tava muito bom. Então vamos aproveitar agora”, comentou o bicampeão da Stock, que recebeu a quadriculada da vitória após 162 voltas percorridas pelos 3,835 km do traçado.
Mais uma vez os protótipos AJR mostraram falta de confiabilidade ou se envolveram em incidentes, como foi o caso do #113 de Pedro Queirolo/David Muffato, que bateu com um retardatário na Curva Zero e em consequência da colisão perdeu várias voltas. O carro pole position da dupla Vicente Orige/Tarso Marques, após fazer a melhor volta da disputa em 1’18″306, não aguentou o esforço e parou com quebra de semi-eixo.
Os demais também ficaram pelo caminho com os mais variados problemas. Também o Sigma P1 Audi Turbo tentou fazer o máximo possível de quilometragem, mas como perdeu 77 voltas, não recebeu classificação ao final da disputa.
Restou o Ginetta G57 dos irmãos Wagner e Fábio Ebrahim, mais Pedro Aguiar – carro que inclusive liderou boa parte da disputa após o abandono do #88. Mas até o protótipo britânico com motor Chevrolet LS3 V8 teve problemas com o ajuste do volante, perdendo tempo precioso para impedir que lutassem pela vitória na geral. Pelo menos a trinca venceu na categoria e chegou em 2º na geral, com as mesmas 162 voltas dos vencedores.
A terceira posição, após ferrenha disputa nos instantes finais, ficou com o Mercedes-AMG GT3 de Xandy e Xandinho Negrão, já que o Porsche 911 GT3-R da Stuttgart Motorsport acabou tocando no adversário e rodando, com Ricardo Maurício a bordo. Foi o suficiente para a perda de uma volta em relação aos rivais.
Com tantos abandonos e problemas enfrentados pela quase maioria dos inscritos que viram a bandeira verde no início da disputa, o Ginetta G55 GT4 andou como um reloginho para conquistar um espetacular 5º lugar na estreia do goiano Renato Braga junto a Kreis Jr. e Renan Guerra. A vitória deixou a trinca empolgada, pois derrotaram os favoritos absolutos – os Mercedes-AMG R GT4, que desta vez ficaram em segundo e terceiro na subclasse, sem contar que o #22 de Flávio Abrunhoza/Leandro Ferrari teve que deixar a disputa a poucos minutos do fim, com falha de freios.
O estreante Tom Filho começou bem no Endurance Brasil: foi 6º colocado junto a Ricardo Mendes, ganhando a prova na classe GT3 Light. O “gigante” Peter Ferter vai se dedicar ao Turismo Nacional e não disputará mais o campeonato. O Lamborghini da Mottin Racing teve problemas e não completou.
Na P3, duas duplas de pais e filhos conquistaram os primeiros lugares: Carlos e Yuri Antunes tinham chances boas de emplacar os pontos máximos da divisão, mas tiveram problemas nas horas finais e deixaram o caminho aberto para a vitória de Renato e Matheus Stumpf – a primeira do protótipo Radical SR3 Hayabusa na categoria.
“A gente começou o final de semana tomando quatro segundos do pessoal que fez a pole, mas a gente conseguiu comprovar que mantendo um bom ritmo dá pra ganhar. Meu pai fez um bom stint, fez um ótimo trabalho, não se enroscou com ninguém e conseguimos a vitória na nossa categoria e o 8º lugar na geral, o que é ótimo”, comentou Matheus.
Os gaúchos Arthur Caleffi, Rodrigo e Marcelo Lemke levaram o Mercedes CLA 45 AMG a um incrível 11º posto geral e a dupla Ricardo Haag/Mário Marcondes fez as honras na classe P4 de protótipos – em mais uma disputa em que nenhum dos P2 inscritos conseguiu terminar. Com 30 voltas, os três carros presentes já haviam desistido.
A 3ª etapa do campeonato será as 3h de Tarumã, no dia 15 de junho. E o escriba aqui, tal como aconteceu hoje com a etapa de Goiânia, não vai poder comparecer.
Resultado final das 4h de Goiânia:
1. #19 Chico Longo/Daniel Serra
Ferrari 488 GT3 – categoria GT3
162 voltas em 4h00min07seg480
2. #20 Wagner Ebrahim/Fábio Ebrahim/Pedro Aguiar
Ginetta G57 Chevrolet V8 – categoria P1
a 1min02seg186
3. #9 Xandy Negrão/Xandinho Negrão
Mercedes-AMG GT3 – categoria GT3
a 1 volta
4. #55 Ricardo Maurício/Marcel Visconde
Porsche 911 GT3-R – categoria GT3
a 2 voltas
5. #16 Kreis Jr./Renan Guerra/Renato Braga
Ginetta G55 GT4 – categoria GT4
a 13 voltas
6. #155 Ricardo Mendes/Tom Filho
Ferrari 458 GT3 – categoria GT3 Light
a 13 voltas
7. #3 Alexandre Auler/Leandro Romera
Mercedes-AMG GT4 R – categoria GT4
a 15 voltas
8. #89 Renato Stumpf/Matheus Stumpf
Radical SR3 Suzuki Hayabusa – categoria P3
a 18 voltas
9. #22 Leandro Ferrari/Flávio Abrunhoza
Mercedes-AMG GT4 R – categoria GT4
a 26 voltas
10. #72 Carlos Antunes/Yuri Antunes
MRX Volkswagen 16V – categoria P3
a 28 voltas
Corridão !!!! o Serra foi impressionante rápido , categoria cada vez melhor!!!
Rodrigo, o McLaren tem algum carro correndo em campeonato de GT3?
Tem. Tanto que venceu uma prova ontem no International GT Open.
Obrigado
O piloto do Ginetta G55 GT4 estava tão concentrado que quase perdeu a janela de pitstop!
Rodrigo, o que foi feito do Aston Martin Vantage da MC Tubarão?
Não é a primeira vez que vejo o carro supostamente relacionado pra correr, mas na corrida mesmo ele não aparece. Tenho vontade de ir vê-lo (e ouvi-lo) ao vivo em uma etapa, mas não consigo saber se estará presente ou não.
Opção dos pilotos ou da equipe em não levá-lo e, se não me engano, foi a primeira vez que ele não correu.