24 Horas de Le Mans: definidos BoP dos LMGTE e tabela de EoT para os LMP1

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RIO DE JANEIRO – Após o Journée Test, o Comitê de Endurance da FIA publicou nesta quarta-feira os boletins de Equivalência de Tecnologia (EoT) e Balanço de Performance (BoP) que serão aplicados nas 24 Horas de Le Mans daqui a uma semana, quando começarem os treinos livres e de classificação.

Na classe LMP1, foi confirmado que os Toyota TS050 Hybrid terão um decréscimo de peso mínimo em relação às 6h de Spa-Francorchamps, quando trabalharam com 904 kg sem piloto e combustível. Os protótipos japoneses vão para La Sarthe com 888 kg – ainda assim, bem mais pesados do que os carros não-oficiais com motores aspirados e turbocomprimidos e com 10 kg a mais do que na prova francesa do ano passado.

De acordo com a nova tabela do EoT, os Rebellion R13, o ENSO CLM P1/01 da ByKolles e o BR01 Engineering da DragonSpeed poderão trabalhar com peso mínimo de 816 kg, enquanto a SMP Racing segue com os 833 kg do seu protótipo com motor AER Biturbo.

Com energia ilimitada para os não-oficiais, enquanto a Toyota segue com o cálculo de 124,9 MJ/Volta, os protótipos não-oficiais têm que obedecer ao fluxo máximo de 115 kg/h de combustível (80 kg/h para a Toyota), com 50,8 kg de fluxo por stint para os aspirados e 48,4 kg para os bólidos da SMP Racing.

Os protótipos do construtor japonês seguem com 35,1 kg por stint e deverão contar, apesar dos números dizerem justamente o contrário, com autonomia mais eficiente que os LMP1 não-hibridos – que a seu favor terão ainda uma rapidez maior nas paradas, por conta do uso de bocais maiores para a vazão do combustível.

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Na classe LMGTE, o BoP vai atuar para determinar peso mínimo, capacidade do tanque de combustível e também pressão do turbo e aumento/estrangulamento da entrada de ar dos motores de aspiração normal (Corvette, Porsche, Aston V8).

De acordo com a tabela divulgada, o Corvette C7.R é o carro com menor peso mínimo na LMGTE, tendo 1242 kg – sete a menos que o último boletim. Os Ford GT EcoBoost estarão 43 kg mais pesados que o concorrente ianque nesta primeira medição, recebendo 12 kg extras da medição anterior para esta. O Vantage AMR da Aston Martin começará com 1251 kg (sete a menos que em Spa), enquanto a M8 GTE da BMW vai com 1280 kg, nove a mais que em Spa-Francorchamps.

A Ferrari 488 GTE EVO ficará com 1284 kg de peso mínimo (sete a menos que em Spa, também) e o Porsche 911 RSR GTE, 1271 kg – dois a mais que na Bélgica.

Quanto ao reservatório de combustível, seguem os números: Aston Martin (97 litros), BMW (91), Corvette (95), Ferrari (88), Ford (96) e Porsche (99).

Na LMGTE-AM, para modelos pré-2019, o Aston Martin Vantage V8 terá 1249 kg de peso mínimo, sendo o carro mais leve do lote, enquanto o Ford GT terá 1295 kg (+13 kg que o mínimo anterior) sem piloto e combustível. A Ferrari 488 GTE começa com 1282 kg e o Porsche 911 RSR GTE, 1279 kg.

Nos tanques, deverá haver 99 litros para os Aston Martin Vantage V8; 87 litros para as Ferrari 488 GTE; 95 litros para o Ford GT e 98 para os Porsches.

Esses valores, aliás e a propósito, podem ser modificados pelo Comitê de Endurance da FIA, caso algum fabricante se sinta prejudicado em termos de performance ou se claramente for detectado um desnível entre os construtores no que tange à performance. BoP extra não é novidade nas 24 Horas de Le Mans e, se me lembro bem, foram aplicados dois – um em 2016, na estreia dos Ford GT e outro no ano passado.

Comentários

  • Rodrigo, você sabe dizer como os fabricantes se viram se o BoP para capacidade de tanque de combustível mudar em cima da hora? Porque imagino que deve-se fabricar um novo, e nesse caso a fábrica deve enviar para a corrida, e acho que precisaria de pelo menos 2 dias de prazo para fabricar, enviar (dos EUA por exemplo) e instalar no carro. Ou os caras adaptam os tanques na pista mesmo?

    E outra: a Fox vai passar pelo menos a largada?

    • Respondendo à primeira pergunta, óbvio que eles dão o jeito. Basta colocar a quantidade de combustível exigida pelo BoP. Isso se consegue pelo fluxo na mangueira na hora do refueling.

      Segunda pergunta sendo respondida: largada e chegada, pelo menos.

  • Eu ( Comitê de Endurance da FIA) teria vergonha de anunciar essas medidas ,marmelada isso!!!

    Mas é o que temos, mas francamente fico imaginando o tamanho do arrependimento dos privados em terem embarcados nesta categoria da WEC, a LMP1 é muito desigual , e o que mais me deixa nervoso é ver nas entrevistas a falta de auto critica deles , não enxergam que suas ideias foram um verdadeiro fracasso, ninguém (fabrica) entrou na onda , situação é critica!

    Mas Mattar o que você espera das mudanças do balanceamento na LMP1 , vai dar chances as nanicas?

    • Nesta Le Mans, só se os Toyota tiverem muitos problemas.

      Em 2019/20, haverá essa opção horrorosa de ballast box (lastro), que sou contra.