Debandada: SMP Racing abandona WEC

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Adeus: após cinco pódios na última Super Season, a SMP Racing deixa o Mundial de Endurance e desfalca a classe LMP1 – que terá somente seis carros em 2019/20

RIO DE JANEIRO – Faltando duas semanas para o Prólogo do Mundial de Endurance, que será disputado em Barcelona – e uma notícia abala a credibilidade do campeonato: pódio na última edição das 24 Horas de Le Mans, a SMP Racing retira-se imediatamente da competição e não disputará a temporada 2019/20.

É um golpe duro para a classe LMP1, que se vê reduzida a apenas seis carros “full season”: os dois Toyota, os dois Rebellion R13 e os dois Ginetta. Não custa nada lembrar que havia 10 carros quando a Super Season 2018/19 foi iniciada ano passado, já que a ByKolles e a DragonSpeed também corriam, além da SMP Racing. A ByKolles não disputará a totalidade do próximo campeonato – apenas eventos pré-selecionados.

“Foi uma temporada difícil, com muito trabalho no nosso carro BR1. No final, conseguimos mostrar que uma equipe russa, com pilotos russos e um carro russo, conseguiu grandes resultados no campeonato mundial mais complicado que existe. Alcançamos nas prestigiadas 24 Horas de Le Mans, um sucesso bem merecido por todos aqueles que participaram nesta ambiciosa aventura: os nossos pilotos, SMP Racing, ART, BR Engineering e Dallara. Depois da corrida de Le Mans, decidimos deixar o WEC e nossa equipe não participará da temporada 2019-2020”, revelou o CEO da SMP Racing, o banqueiro russo Boris Rotemberg.

No campeonato recém-encerrado, a SMP Racing conquistou cinco pódios, nas pistas de Silverstone, Xangai, Sebring, Spa-Francorchamps e, por fim, em La Sarthe. O time ficou em 3º lugar na classificação final da LMP1 e os pilotos Mikhail Aleshin e Vitaly Petrov terminaram em quarto no Mundial de Pilotos, com 94 pontos.

Apesar de enaltecer o trabalho do time no comunicado oficial, fica claro que a insatisfação acerca da falta de equilíbrio entre os Toyota e os concorrentes independentes é o real motivo da saída da SMP Racing do WEC.

É difícil admitir, mas com menos carros no grid, perde-se um pouco do encanto e até a motivação para acompanhar o campeonato. ACO/FIA não seguraram Ford e BMW, muito menos os times independentes da LMP1. Dois não voltam e um terceiro não disputará o campeonato inteiro. Esse é o preço que se paga pela indefinição do regulamento Hypercars para a temporada 2020/21. Quem paga o pato é o campeonato de transição e também o público brasileiro, que não verá vários desses carros em fevereiro de 2020 nas 6h de São Paulo.

Comentários

  • A WEC nunca vai olhar para os independentes na classe maior, ali o objetivo são as fabricas , sem o glamour(grana) das fabricas a WEC não está nem ai, usou os privados pra quebrar o galho nestes campeonatos da Toyota não ficar ainda mais ridículo ainda , pobre times ,entraram nunca barca furada, jogaram dinheiro fora , estes ficarão desconfiados por um bom tempo.
    E não duvido nada se estes 6 carros restantes não desistirem pelo caminho, não tem sentido algum tanta diferença em uma brincadeira cara como a LMP1.

  • Mattar, com a regra dos Hypercars, como ficará a situação das independentes? Poderão comprar um desses carros em produção e fazer as adaptações necessárias para correr ou necessariamente terão que fazer alguma associação com as fabricantes desses carros?