Capa certeira
RIO DE JANEIRO – O risco de uma “barriga” – jargão usado no jornalismo para definir uma notícia que é dada como certa e depois não se confirma – da tradicional Auto Hebdo caiu por terra nesta quinta-feira. Na edição semanal da publicação francesa de automobilismo, a capa cravava a volta de Esteban Ocon à Fórmula 1 como piloto Renault, no lugar de Nico Hülkenberg.
O alemão tentou dar uma minimizada nas redes sociais, tratou o episódio até com certo desdém e ironia. Mas os gauleses estavam certos: Ocon será mesmo o novo companheiro de Daniel Ricciardo na equipe do losango em 2020.
E isso aconteceu porque a Mercedes-Benz preferiu renovar com Valtteri Bottas – possivelmente atendendo a algum pedido de Lewis Hamilton.
Duvidam? Ocon sabidamente viria com sangue nos olhos e seria uma ameaça. Talvez não tão latente, mas seria um piloto com capacidade para chegar e mostrar bons resultados logo de cara, tal como Charles Leclerc fez e faz com Sebastian Vettel na Ferrari.
Ter Bottas, que ladra mas não morde, a seu lado, é muito mais cômodo para o piloto cinco vezes campeão mundial de Fórmula 1. O que aconteceu no começo deste campeonato foi um susto que logo passou. Lewis enquadrou o finlandês e é melhor ter alguém que não incomode muito do que um jovem que seria uma sombra nas suas pretensões de dominar a categoria até dizer chega e ir pra casa, após conquistar todos os recordes possíveis e imagináveis.
À Hülkenberg restará brigar por um assento numa nova equipe. A Haas é possivelmente a melhor opção. Romain Grosjean e Kevin Magnussen não são garantia de nada para a equipe ianque e Nico, que é mais consistente e experiente, seria uma boa aposta para 2020. E não há mesmo outros pilotos disponíveis no mercado com pontuação de Superlicença, aptos a correr na categoria.
Quanto a Ocon, o francês nascido em 17 de setembro de 1996 – portanto, fará 23 anos em poucos dias – retorna à categoria para sua terceira equipe. Estreou pela Manor no GP da Bélgica em 2016 e depois passou à Force India, pela qual marcou 136 pontos em 50 GPs disputados. Seu melhor resultado foi um 5º lugar, duas vezes, nos GPs da Espanha e México em 2017, seu primeiro ano completo na Fórmula 1.
Hülkenberg segue ainda marcado como o piloto com mais corridas disputadas sem sequer subir ao pódio e sem qualquer vitória também – superando o compatriota Nick Heidfeld, que detinha o triste recorde: o GP da Bélgica deste fim de semana será o de número #169 da carreira do piloto de 32 anos, que foi três vezes quarto colocado – a última vez, por ironia do destino, na mesma pista onde soube que está fora de sua atual equipe.
Venceu a mediocridade, mais uma vez!
O saco de pancadas finlandês vai para mais uma temporada, pelamor!
Isso mostra que o Hamilton manda e o Toto obedece.
E a Racing Point renovou com o Pérez por 3 anos. . .socoooorro!
Será que a coisa está tão feia assim, que ninguém aparece para ocupar o lugar desses 2 águas de salsicha?
No caso do Pérez, “money talks”, sem contar a experiência e alguma velocidade. Com um bom carro ele até consegue andar bem.
Mas isso não é exclusivo do Hamilton, praticamente todo piloto campeão já fez isso em algum ponto da carreira. O próprio Senna já fez isso por exemplo.
AutoHebdo, que revista legal!
Principalmente as charges e historietas de Fizman.
Você tem mais informações sobre outra reportagem de capa?
“Decouverte: Alpine A110 Rallye”