McIndy

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De “altamente improvável” a factível em menos de três meses: a McLaren anuncia a entrada na Fórmula Indy em 2020, numa parceria com uma estrutura já montada – da Schmidt Peterson Motorsports

RIO DE JANEIRO – “Altamente improvável”, falou Zak Brown, CEO da McLaren, há menos de três meses, após o fragoroso vexame da desclassificação de Fernando Alonso nas 500 Milhas de Indianápolis.

Era melhor não ter dito nada: hoje, 9 de agosto, é confirmada a parceria da equipe britânica de Fórmula 1 com a Schmidt Peterson Motorsports (SPM), com vistas à temporada 2020 da Fórmula Indy.

Haverá dois carros a tempo inteiro, nos moldes que a SPM prepara sozinha neste ano, com James Hinchcliffe e Marcus Ericsson a bordo. A equipe – totalmente independente da base da Fórmula 1, é bom lembrar – vai se chamar Arrow McLaren Racing SPM e o pilar do projeto Indy será o brasileiro Gil de Ferran, campeão das 500 Milhas de Indianápolis e bicampeão da Fórmula Indy pela Penske.

“A Indy tem sido uma parte da McLaren desde nossos primeiros anos no automobilismo, e a categoria hoje fornece não apenas uma plataforma comercial para continuar o crescimento de nossa marca na América do Norte, mas competir com algumas das melhores equipes do automobilismo internacional. Essa equipe disponibiliza a energia certa como um sócio estratégico para nosso retorno para a categoria. Acreditamos que juntos podemos nos ajudar a alcançar nossas ambições mútuas. Sam Schmidt e Ric Peterson construíram uma base sólida e esperamos trabalhar juntos para levar a equipe ao próximo nível”, disse Zak Brown.

“Estou absolutamente satisfeito que vamos expandir nosso relacionamento com a Arrow Electronics na F1 e na Indy, enquanto renovaremos nossa longa afinidade com a Chevrolet como nossa parceira de motor. McLaren e Chevrolet tem uma história especial na América do Norte [conquistando cinco campeonatos consecutivos no Can-Am entre 1967 e 1971] e eles são parte de nosso retorno em tempo integral à categoria”, seguiu.

“Vamos para a Indy em total respeito ao esporte, nossos competidores, os fãs e os desafios. Em essência, nós na McLaren somos ‘racers’ e onde há competição que nos testa, vamos correr. A Indy nos fornece tamanho desafio”, completou.

Por falar em desafio, as portas estão escancaradas para um retorno de Fernando Alonso, pelo menos na Indy 500, em 2020. A Arrow McLaren Racing SPM tem condições de fazer um terceiro carro para Indianápolis e gostaria que o espanhol regressasse – certamente em condições bem melhores que neste ano.

“A porta está sempre aberta para Fernando. Ele é parte da nossa família, é um piloto da McLaren sob contrato e, pela primeira vez em muito tempo, não tem um calendário cheio à frente dele [para 2020]”, confirma Zak.

“Obviamente ele sabe o que estamos fazendo aqui, e eu estarei com ele ainda neste ano e vamos discutir nossos planos e os planos dele para ver se ambos convergem em algum momento”, afirmou.

Quanto a pilotos, Hinchcliffe pode ficar. Seu acordo contratual tem validade até 2020 e deve permanecer em vigor. Ericsson assinou apenas até o fim desta temporada.

Comentários

  • Xará Rodrigo, o que achou do movimento da McLaren rumo a IndyCar?

    Na esteira do recente anúncio que a categoria terá motores híbridos+kers+v6 biturbo 2.4 litros em 2022, acho que esse é um excelente momento para o open-wheel americano. Lenta, mas gradualmente, a Indy vem recuperando público (tanto in loco quanto em audiência televisiva), saúde financeira e estabilidade de regras e equipes, com várias delas anunciando expansões em seus programas (Rahal-Letterman talvez coloque 3º carro full-season em 2020, Meyer-Shank, Carlin também podem vir full-season) e o calendário tendo cada vez mais uma cara definida, com o retorno de praças clássicas como Road America (amo de paixão a “Spa ianque”), Laguna Seca e Portland. No campo de pilotos, o plantel atual está mesclando veteranos ainda com muita lenha pra queimar e jovens talentosos doidos para se destacarem. Regado a tudo isso, a boa possibilidade de termos mais uma (ou duas) fabricantes de motores aportando na categoria aproveitando as novas regras.

    A chegada da McLaren em um projeto de médio prazo (longo se tiver sucesso, né?) é uma bela pincelada no projeto de reconstrução tocado pelo ótimo Mark Miles, que não à toa é tratado como celebridade pelos paddocks e eventos da Indy. Esse cara salvou a Indy!

  • Ola Rodrigo.
    Eu estava vendo o teste que Felipe Nars fez com a spme pensei,pode ser um movimento para ele ser um possível piloto para a maclaren,claro depois que a própria maclaren oficializou sua parceira com a spm.
    O que vc acha Felipe Nars pode ser piloto maclaren na indy?
    E a própria indy com uma equipe europeia no seu grid, pode fazer vôos mais altos e fazer provas em território europeu?
    Abraços.

  • É uma boa para a Indy receber o aporte de um nome de peso como a McLaren. A categoria só tem a ganhar.

    Quanto a James Hinchcliffe, o canadense tem fortes ligações comerciais com a Honda em seu país. É pouco provável que fique – deve ir para alguma outra equipe que use os motores da fábrica japonesa.

  • Mattar,

    Vc sabe que, como critico fervoroso do Picaretonso, já espero um resultado pífio dele em qualquer campeonato onde o regulamento seja justo e não existam vantagens exclusivas.

    Dessa forma, gostaria demais que ele corresse todo o calendário da Indy em 2020, só para confirmar o que falo.

    Ou, para calar a minha boca!!!