Pour Anthoine

RIO DE JANEIRO – Apesar do clima de profunda tristeza pela morte de Anthoine Hubert na corrida de sábado da Fórmula 2 – que cancelou todo o seu fim de semana em Spa-Francorchamps, foi legal ver Charles Leclerc faturar sua primeira vitória no GP da Bélgica.

Isso provocou algumas mudanças nos compêndios do esporte. Leclerc é o 108º piloto da história a triunfar desde 1950 e o país que representa é o vigésimo-terceiro com pelo menos um nome no topo do pódio.

Fez-se justiça: o piloto de Mônaco já fazia por merecer essa conquista e foi uma pena que tenha sido numa situação tão impactante. Aliás, Leclerc sabe lidar bem com esse tipo de adversidades. Perdeu um colega de profissão e fez seu trabalho. Na GP2 Series (a atual Fórmula 2), correu depois de saber que o pai havia morrido e venceu também.

Leclerc e Hubert faziam parte da mesma geração de jovens pilotos que vieram do kart e galgaram degraus no esporte, chegando às categorias satélites e também à Fórmula 1. Eram próximos e amigos. A emoção tomou conta de todos ao fim da corrida, quando a mãe de Anthoine veio cumprimentar Leclerc, que dedicou sua conquista ao piloto recém-desaparecido.

A Ferrari, que dominou o fim de semana com performances impressionantes – principalmente de Leclerc, só não fez a dobradinha porque Lewis Hamilton e Valtteri Bottas não permitiram, deixando Sebastian Vettel em quarto. Max Verstappen, outro dos protagonistas de sempre, amargou seu primeiro abandono na temporada: o holandês cometeu um erro na primeira curva, acertou em cheio a Alfa Romeo de Kimi Räikkönen e danificou seu carro.

Sainz Jr. também abandonou de forma prematura e a McLaren, melhor do resto entre os construtores em 2019, encontrou em Lando Norris sua possível tábua de salvação. Mas uma falha geral no McLaren simplesmente demoliu as esperanças do jovem britânico em alcançar o melhor resultado na temporada.

Quem não teve nada com isso foi Alexander Albon, que protagonizou uma atuação sensacional a bordo da Red Bull em sua estreia pela equipe principal dos rubrotaurinos. Último no grid por conta de troca de motor, ele cometeu uma ultrapassagem digna de quem tem colhões, passando com duas rodas na grama, superando Sergio Pérez. Pelo visto, o veremos fazendo muito mais do que Pierre Gasly até o fim do campeonato.

Por falar em Gasly, ele conseguiu pontinhos em sua volta à Toro Rosso, assim como Daniil Kvyat. Outra equipe que pôs seus dois pilotos nos pontos foi a Racing Point – Pérez foi 6º e Stroll, décimo, com a quebra de Norris. O demissionário Hülkenberg não baixou os braços e fez pontos importantes para a Renault – que mesmo assim foi suplantada pela filial da Red Bull no Mundial de Construtores.

Bom… peço desculpas pela análise pouco aprofundada. A culpa foi do WEC, já que praticamente ao mesmo tempo que acontecia o GP da Bélgica, eu estava na cabine de transmissão do Fox Sports 2, que exibiu as 4h de Silverstone. Prioridades…

E já no próximo domingo tem GP da Itália. Mais uma chance para a Ferrari alcançar o topo do pódio – e diante da massa de tiffosi. Para Lewis Hamilton, líder agora com 65 pontos de vantagem sobre Valtteri Bottas, a matemática indica que o britânico não precisará mais de ganhar qualquer corrida para ser de novo campeão. No Mundial de Construtores, a Mercedes-Benz está com 145 pontos de frente sobre a Ferrari – o que não deve mudar até o fim da temporada.

Comentários

  • Ze, a mim o desempenho do Albon não surpreende.
    O desempenho dele ano passado na F2 já tinha sido muito bom, com algumas corridas de encher os olhos. Esse ano ele não fez feio na Toro Rosso, andando no mesmo diapasão do Kvyat, um piloto sabidamente rápido sobre uma volta. O Kvyat até marcou mais pontos, mas consequência de fatos de sorte e azar, porque, em ritmo de corrida, o Albon vinha sendo ate melhor do que ele.
    Não será estranho pra mim se em mais 3 ou 4 corridas o tailandês andar no mesmo ritmo do Verstappen em classificação (exceto se a RBR começar a agir protegendo o holandes….lá tudo é possivel).
    Entretanto, acho que em ritmo de corrida será dificil ele fazer sombra ao holandes, porque esse é o ponto forte do Max. Mas….deixo a ressalva que o ritmo de corrida também é o ponto forte do Albon…

    Antonio

  • Max Verstappen precisa de um médico psiquiatra… Após duas corridas em que se apresentou muito bem, ele nos faz lembrar do idiota que provocou o entrevero com Ocon em Interlagos 2018.

    Eu, chefe de equipe, não sei se gostaria de tê-lo como piloto, a despeito de sua velocidade.