Suzuki fatura o caótico Bol d’Or em Paul Ricard

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A trinca Philippe (com capacete homenageando Anthony Delhalle, antigo integrante da equipe, já falecido), Masson e Black comemora a vitória da Suzuki no mais estranho Bol d’Or de todos os tempos

RIO DE JANEIRO – Caos é a palavra que mais bem representa a disputa da 83ª edição do Bol d’Or, a prova inaugural do Campeonato Mundial de Endurance (EWC) da FIM na temporada bienal 2019/20. O péssimo tempo na região de Bandol, onde se localiza o traçado de Paul Ricard, atrapalhou todo o fim de semana da tradicional corrida francesa de resistência, que contou com a participação de 56 motocicletas e 168 pilotos.

E tanto atrapalhou que grande parte das sessões classificatórias foi realizada com pista molhada – aumentando o risco de acidentes – e o início da corrida, também. Foram duas horas iniciais terríveis para pilotos e escuderias, por conta das condições climáticas. A chuva torrencial fez com que a direção de prova tomasse uma decisão drástica: interromper a disputa e retomar a prova de manhã, torcendo para que as condições melhorassem.

Donde que este Bol d’Or acabou sendo o menor da história em termos de quilometragem e voltas percorridas. Foram apenas 313 giros pelos 5,673 km do traçado – um total de apenas 1.775,649 km na corrida vencida pela Suzuki e sua equipe oficial de fábrica.

Gregg Black/Etienne Masson/Vincent Philippe levaram a moto #2 à vitória e assistiram ainda a autêntica dèbacle dos principais competidores e rivais na briga pelo título de uma competição que terá ao todo cinco eventos na temporada. Foi também a primeira conquista da marca em quase três anos – quando ganharam também o Bol d’Or de 2016, então disputado pela 80ª vez, ainda com Anthony Delhalle (já falecido) na tripulação.

Um outro exemplo de caos foi o que se viu na altura da 18ª hora, quando a corrida já estava no seu transcurso normal e o sol dera as caras em Paul Ricard. Na sequência da quebra da Honda CBR 1000 RR da F.C.C. TSR France, guiada pelo trio Mike Di Meglio/Josh Hook/Freddy Foray, houve o tombo da Yamaha da YART do trio Loris Baz/Marvin Fritz/Niccolò Canepa (que largaram da pole position) e também da Kawasaki da equipe campeã mundial conduzida por David Checa/Jéremy Guarnoni/Erwan Nigon.

Houve um incêndio de razoáveis proporções, duas motos ficaram muito destruídas e a direção de prova se viu obrigada a lançar mão dos dois Safety Car que entravam na pista em caso de necessidade extrema, para poder debelar o fogo e devolver condições mais seguras à corrida.

Sem os principais rivais, a Suzuki teve como principal opositora a surpreendente equipe polonesa Wojcik Racing Team, que levou sua Yamaha (sem vínculo oficial de fábrica) ao segundo lugar com Gino Rea/Christoffer Bergman/Axel Maurin, após largarem da 10ª posição e terminar uma volta atrás dos vencedores. O resultado deixou a Yamaha líder do FIM EWC entre os construtores com 57 pontos contra 49 da Suzuki e 45 da BMW.

O construtor germânico, inclusive, viu a moto #37 de Julian Puffe/Kenny Foray/Ilya Mykhalchyk conquistar uma ótima 3ª posição final – que depois seria excluída porque o tanque de combustível de sua máquina não atendia o regulamento técnico da competição. Com a desclassificação, a Tecmas BMW GMC conquistou o posto de melhor equipe representante da casa de Munique.

Isto posto, a Omega Maco Racing Team, com outra Yamaha, herdou o 3º lugar final na classificação com Karel Hanika/Björn Estment/Pawel Szkopek – um ótimo resultado para quem veio do 23º lugar do grid.

A Moto Ain, com Hugo Clere/Robin Mulhauser/Roberto Rolfo, ganhou o Bol d’Or na classe SST (Superstock), terminando a disputa com o quinto lugar geral. A BMRT 3D Maxxess Nevers ficou com o segundo posto da classe e a Motors Events fechou os três primeiros.

Parabéns aos 62 mil guerreiros que driblaram o mau tempo e foram acompanhar a corrida francesa. E agora o FIM EWC volta à carga em dezembro com o retorno das 8h de Sepang, na Malásia, em evento conjunto com o WTCR.

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