Ginger Baker, 80

RIO DE JANEIRO – Lá se foi mais um dos heróis musicais que eu tive na vida.

Peter Edward “Ginger” Baker, o ruivo mais furioso da história do rock, morreu ontem aos 80 anos em Londres, na Inglaterra.

Pra mim, um dos grandes bateristas de todos os tempos. Aliava técnica, classe, força, potência e principalmente musicalidade. Bebeu das fontes do jazz e da música africana. Trouxe todos esses elementos em seus trabalhos com os mais diferentes grupos e artistas.

Tive conhecimento do seu valor e principalmente de seu trabalho quando meu pai, lá pelos anos 1980, me presenteou com uma coletânea de Eric Clapton em vinil. O guitarrista era uma paixão comum de pai e filho.

Daí que soube que Eric tinha sido de um supergrupo que desconhecia, chamado Cream. E que o baterista era esse Ginger Baker da foto. Um monstro, um demônio no palco.

E, como todo artista que se preze, de temperamento tido como difícil. Com Clapton, tocou no Cream e no Blind Faith. Com Jack Bruce, baixista do lendário power trio, fez parte também da Graham Bond Organisation e do BBM, onde o guitarrista era Gary Moore, também já falecido. Em todas essas bandas, teve atritos e brigas incontáveis com todos os citados.

Se o jazz foi a primeira paixão do músico, o Afro-Beat o fez ser um percussionista de mão cheia. Ao trabalhar com Fela Kuti, lenda da música daquele continente, Ginger deixou-se levar pelos ritmos africanos e residiu por muito tempo em Lagos, a capital da Nigéria. Depois, até com Johnny Rotten tocou – no Public Image Ltd. (PIL).

O Cream voltaria para três shows de reunião após a tentativa – fracassada – de retorno que resultaria no BBM: quando o grupo foi indicado no Rock and Roll Hall of Fame em 1993; em quatro noites no Royal Albert Hall em Londres, no ano de 2005 e também em 2006, quando se apresentaram juntos pela última vez em Nova York, no Madison Square Garden.

https://www.youtube.com/watch?v=7FZ0pv9R1uY&t=1645s

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