IMSA em crise?
RIO DE JANEIRO – A temporada 2019 da IMSA terminou no último sábado e, normalmente, esta é uma época fervilhante com vistas ao campeonato da temporada seguinte. É quando boatos se confirmam, contratos são fechados e esquemas começam a ser anunciados/especulados.
O inverno será longo e talvez tenebroso para o futuro de um campeonato que começa a se contentar com o que tem e John Doonan, o novo presidente da entidade, terá de trabalhar muito para montar um pacote competitivo em termos de atração ao longo de 12 etapas.
A separação das classes DPi e LMP2 não foi boa para ninguém. Os protótipos de motor e eletrônica padrão foram totalmente relegados já este ano a segundo plano e o final do campeonato de 2019 foi simplesmente constrangedor. Entendo que a IMSA quisesse fortalecer os times oficiais e os oficiosos, mas poderia ter sido menos cruel – e continuará sendo, já que os LMP2 terão apenas seis datas para si a nível de pontuação em 2020.
A DPi já vê um horizonte nebuloso. A Action Express não poderá ter dois carros por conta da saída da Mustang Sampling e a CORE Autosport, com o desinteresse da Nissan e a saída de Jonathan Bennett, vai deixar o campeonato. Não deveremos ter nenum protótipo Nissan Onroak DPi – a menos que alguém se movimente para adquirir o espólio.
Por obrigação contratual, até o fim de 2020 a Acura não pode ter ninguém como cliente e a Penske vai desfrutar por mais um campeonato desta parceria. E não fará nenhum sentido à Honda buscar um novo time para o ano seguinte, pois comenta-se que em 2022 entra um novo regulamento em vigência, de modos a atrair mais fabricantes – a Ford está interessada na proposta que poderia mesclar os DPi dos EUA com os Hypercars do WEC.
Isto posto, de saída o plantel se reduz aos esforços de Penske (Acura); Action Express, Wayne Taylor Racing e JDC-Miller (Cadillac) e Mazda – dizem, sem o Team Joest, levado para os EUA por John Doonan. A conferir.
A Juncos Racing pode ficar somente com as provas de maior duração do calendário e cogita-se o retorno da Spirit of Daytona como cliente Mazda, com mais um terceiro carro montado na plataforma Riley MK30.
Na LMP2, a Performance Tech não só terá o seu programa como confirmou que deverá ir às 24h de Le Mans com Cameron Cassels e mais dois pilotos a escolher. A Rick Ware Racing, que disputará o Asian Le Mans Series – também pleiteando vagas a La Sarthe – comprou o Riley MK30 que veio passando de mão em mão nos últimos três anos. A esperança é que a PR1/Mathiasen consiga o budget suficiente para alinhar seus dois Oreca, o que dobraria o plantel em relação à temporada recém-encerrada.
A GTLM vive o mesmo drama do FIA WEC em relação às montadoras, ou melhor: a falta delas. O fim do programa oficial da Ford deixa a Chip Ganassi ao menos por enquanto à margem do próximo campeonato – a menos que se convença a Multimatic a dar suporte à operação, nem que seja para pôr um único carro. Não será uma tarefa fácil.
A Risi Competizione só participa de provas esporádicas – foram três ou quatro em 2019 e olhe lá. Restariam no radar a Porsche, a Corvette (única que investiu em equipamento novo) e a BMW que, dizem, pode cair fora após a temporada 2020.
A GTD respira, a priori, ares mais saudáveis, mas nem a divisão Pro-Am de Grã-Turismo escapa do problema dos custos operacionais altos para se manter por um campeonato inteiro um ou dois carros competindo de forma performante por um calendário de 10 a 12 corridas, de janeiro a outubro.
Pelo menos dois programas estão confirmados: atualmente no Blancpain GT World Challenge America, a Wright Motorsports regressa com dois Porsches 911 GT3-R, com Anthony Imperato e Ryan Hardwick alocados em um carro cada. A Robinson Racing será o novo time cliente da Mercedes-AMG, em parceria com a Riley Motorsports, com Gar Robinson e Lawson Aschenbach já garantidos na pilotagem.
A tarefa de John Doonan como sucessor de Scott Atherton desenha-se das mais difíceis a partir do ano que vem. Mesmo com toda sua experiência à frente da Mazda, caberá ao dirigente ter bom diálogo, jogo de cintura e, principalmente, saber lidar com adversidades que teimarão em vir.
A verdade é que as categorias vicem de ciclos e recomeços.
Quando ocorreu a fusão, em 2014, havia uma série de questionamentos ao regulamento que, claramente favorecia os então Daytona Prototypes em relação aos LMP2 da ALMS…situação que provocou, inclusive, a debandada de alguns times. Agora parece que o IMSA volta a ter um período turbulento. Cabe ao novo comandante conduzir a categoria a se reinventar para se manter, porque hoje ja é uma das mais importantes do mundo.
Sobre a Mazda sem o Team Joest…sinceramente, pelo que vimos antes desta parceria, é ladeira abaixo.
Eles terão que aguentar a ressaca da mudança desastrosa quando separaram os DPi dos Lmp2 , como pro próximo ano não tem como voltar atras , calendário de 6 corridas já anunciado , e não sabemos se no novo regulamento essa pauta esta na mesa, parece que não.
Pra mim, o futuro do automobilismo esta em ter algo onde oficiais e independentes coram juntos , como se mostrou em 2017 e 1018 o sucesso que foi a IMSA.
Gostaria muito de agradecer a toda equipe de transmissão da Fox Sports , por me ensinarem a apreciar e entender as corridas de endurance , elas são um colírio para os meus olhos e acho que esse vírus não me deixará mais , muito OBRIGADO !!!