Nanni Galli (1940-2019)

RIO DE JANEIRO – Enquanto fazia a transmissão da Petit Le Mans no Fox Sports 2, fui informado da morte do antigo piloto de Fórmula 1 e Esporte-Protótipos Nanni Galli. O italiano, nascido em Bolonha, região italiana da Emília Romagna, tinha 79 anos.

Por coincidência, neste fim de semana andava em Monza no GT Cup Open, o Tecno Nanni Galli Euroracing, modelo movido a bioetanol que foi inscrito em caráter hors-concours por uma equipe da República de San Marino.

Tecno, aliás, era o nome da marca dos irmãos Pederzani à qual Nanni serviria como piloto de competição, tendo também seu histórico muito ligado a outro construtor de muita tradição: a Alfa Romeo.

Aqui em Daytona, nos anos 1970: Galli foi por muito tempo piloto da Alfa Romeo em Turismo e Esporte-Protótipos, com quatro participações nas 24h de Le Mans e um 4º lugar como melhor performance, na edição de 1968

Disputou ao todo quatro edições das 24h de Le Mans. Foi quarto colocado na estreia em 1968 ao lado de Ignazio Giunti a bordo de uma T 33/B 2; 7º colocado no ano seguinte, só que ao volante de um Matra-Simca; foi desclassificado na disputa de 1970 e abandonou em 1972 – ambas com Alfa Romeo. Também tomou parte com a marca do trevo de quatro folhas em diversas corridas do World SportsCar Championship, a versão antiga do WEC.

Nos monopostos, correu eventualmente de Fórmula 2 e emergiu à Fórmula 1 em 1970, tentando – sem sucesso – a qualificação para o GP da Itália, o mesmo em que morreu nos treinos o austríaco Jochen Rindt, que venceria o campeonato post-mortem. O carro era uma McLaren M7D com motor Alfa Romeo V8, que tinha apenas 400 cavalos.

Esses motores foram para o March 711, o famoso “tábua de passar roupa”, com o qual Galli faria três corridas no campeonato de 1971 e as demais com o Cosworth. Estreou na categoria com um abandono na chuva em Zandvoort, após falhar a classificação em Mônaco. Seu melhor resultado no ano foi o 11º posto em Silverstone.

Galli foi o primeiro piloto do monoposto Tecno Pederzani, com patrocínio do vermute Martini

No ano seguinte, Nanni foi o piloto que estreou o Tecno PA123/3, bólido justamente construído pelos irmãos Pederzani com um motor 12 cilindros boxer de 460 HP. Com ele, disputou quatro corridas pelo campeonato e fez um 3º lugar numa corrida não-oficial em Vallelunga, o GP da República Italiana, ganho inclusive por Emerson Fittipaldi.

Em Clermont-Ferrand, o italiano teve à disposição uma Ferrari como regra-três de Clay Regazzoni, mas não obteve êxito algum com o monoposto da Casa de Maranello, terminando em 13º lugar no GP da França.

A curta carreira de Nanni Galli terminou no meio do campeonato de 1973, após 17 GPs disputados; suas últimas aparições foram com os Iso-Marlboro da equipe de Frank Williams

Em 1973, fechou com a equipe de Frank Williams, que usava os modelos Iso-Marlboro desenhados por John Clarke. Mas só disputaria as cinco primeiras etapas: foi 9º colocado no GP do Brasil em Interlagos e 11º na África do Sul. Deixou a categoria após o GP de Mônaco com 17 GPs disputados e nenhum ponto somado.

Depois de encerrar sua carreira de piloto de competição, Galli ainda se envolveria com a Fórmula 1 em dois acontecimentos: foi através dele que Michele Alboreto chegou à categoria máxima em 1981 (Nanni foi um dos apoiadores do ingresso do jovem compatriota); e ele também seria o responsável por convencer Luciano Benetton (o pai) a comprar a Toleman após investir nas equipes Tyrrell e Alfa Romeo.

Comentários

  • Nunca o vi correr.
    A referencia que tenho dele é de ser um piloto batalhador, que sempre apareceu razoavelmente bem nas provas de endurance.
    Deixou seu nome registrado na historia, junto a diversos outros pilotos que também correram vários anos com os Sport Prototipos.
    RIP

    Antonio