Super GT conhece campeões da temporada 2019

Kazuya Oshima e Kenta Yamashita levaram o título do Super GT na divisão GT500, no ano da despedida dos Lexus, que serão substituídos em 2020 pela quinta geração do Toyota Supra

RIO DE JANEIRO – Para falar da decisão do Super GT deste domingo, vamos viajar no tempo – precisamente no ano de 2002.

Naquela ocasião, o Team LeMans vencia a competição ainda conhecida como All Japan Grand Touring Car Championship (JGTC), com um Toyota Supra e patrocínio Esso, na classe GT500.

Por seu turno, a ARTA vencia na GT300 com um Toyota MR-S preparado pela APR.

E por que voltei no tempo? Porque dezessete anos depois, as mesmas equipes voltam a ser campeãs no automobilismo oriental. Não necessariamente com o mesmo nome, muito menos com os mesmos carros, engenheiros e mecânicos.

Mas há mais coincidências: Shinichi Takagi, veterano de batalhas, estava no carro da ARTA em 2002 – e está no de 2019. Aos 49 anos, ele voltou a se consagrar campeão, desta vez tendo a companhia de Nirei Fukuzumi – que se dividiu entre Super GT e Super Formula, e que no ano passado estava na Fórmula 2.

Na classe principal, Kazuya Oshima volta a conquistar uma taça depois de 12 anos. O piloto de 32 anos formou uma ótima dupla com outro jovem valor do automobilismo japonês – Kenta Yamashita, a nova jóia da Toyota.

A dupla chegou em 2º lugar na última etapa, após uma batalha campal contra o Lexus pole position da dupla Kazuki Nakajima/Yuhi Sekiguchi, com momentos de tirar o fôlego. Chegaram ao título com 85 pontos somados, duas vitórias e quatro pódios – e dois pontos de vantagem sobre Ryo Hirakawa/Nick Cassidy.

Os pilotos do #37 da KeePer Team Tom’s venceram enfim na temporada 2019, mas não foi o bastante para alcançar o bicampeonato. Pelo menos, tentaram fazer a parte deles na disputa que marcou a despedida do modelo Lexus enquadrado no regulamento GT500 – ano que vem, a Toyota prepara o retorno do Supra na chamada Gen 5.

Aliás, a prova de Motegi (pista da Honda) viu um massacre dos Lexus sobre as rivais. A Nissan ficou apenas com o 8º lugar de Ronnie Quintarelli/Tsugio Matsuda – que lhes garantiu a terceira posição na tabela; já a Honda viu Koudai Tsukakoshi/Bertrand Baguette no quinto posto, à frente dos campeões do ano passado Naoki Yamamoto/Jenson Button – que se despediu do Super GT fechando a temporada em 8º lugar com 37 pontos e dois pódios.

Na GT300, a Leon Pyramid teve a vitória na mão com a dupla Naoya Gamou/Togo Suganami. Só que… o combustível não foi suficiente para levar o Mercedes-AMG com o dorsal #65 ao topo do pódio pela primeira vez na temporada.

O carro escuro se arrastou para a linha de chegada e quem ganhou foi a Gainer Tanax, com o Nissan GT-R Nismo GT3 guiado por dois veteranos de batalhas – Katsuyuki Hiranaka e Hironobu Yasuda. Gamou/Suganami ficaram com o segundo posto como prêmio de consolação.

Com a vantagem de pontos que possuíam antes da largada, Takagi/Fukuzumi só se preocuparam em levar o Honda NSX-GT3 EVO #55 ao final sem cometer deslizes ou causar problemas. Tanto que até permitiram que Morio Nitta/Sena Sakaguchi, seus rivais na briga pelo título, os ultrapassassem para chegar ao pódio numa grande prova de recuperação da dupla da LM Corsa/K-Tunes a bordo de seu Lexus.

O título, enfim, veio com o quarto posto e um total de 69,5 pontos para os campeões, onze e meio à frente de quem levou o vice. A vitória na última etapa ainda rendeu a Hiranaka/Yasuda o terceiro lugar geral da classificação – por meio ponto, apenas, sobre Nobuteru Taniguchi/Tatsuya Kataoka.

Agora, a categoria se prepara para o evento conjunto com o DTM, em Fuji. Vem aí a Dream Race, com duas baterias de 55 minutos de duração cada, para os modelos GT500 e do campeonato europeu. Os GT300 também terão uma prova para eles no formato Sprint.

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