Temporada 2019/20 do Asian Le Mans Series com 26 carros

RIO DE JANEIRO – Fim da espera: neste sábado, a organização do Asian Le Mans Series divulgou enfim a lista de entradas full season para os quatro eventos do calendário do campeonato 2019/20.

A temporada se inicia no próximo fim de semana com as 4h de Xangai e um grid de alto nível, superando qualquer expectativa prévia.

Teremos 26 carros distribuídos em quatro categorias, compondo um grid de muita diversidade de equipes, pilotos e nacionalidades – e a organização deve estar bem satisfeito com a presença de diversos pilotos do continente asiático, bem como da Oceania.

Com quatro vagas oferecidas aos campeões para disputar as 24h de Le Mans do próximo ano, o Asian Le Mans Series torna-se uma oportunidade atrativa para quem pode sustentar um programa de provas no inverno europeu, o que também atrai pilotos e escuderias de outros países. Não por acaso, são times de 13 nações diferentes e pilotos de 22 nacionalidades distintas – Brasil inclusive.

Aliás, o Brasil terá dois pilotos na competição (Marcos Gomes foi anunciado há mais tempo pela HubAuto Corsa), com a confirmação da inscrição da Spirit of Race no plantel de carros da classe Grã-Turismo: o veterano Oswaldo Negri, de 55 anos, vai disputar a temporada mais uma vez com o gentleman driver Francesco Piovanetti e o italiano Ale Pier Guidi, atual campeão das 24h de Le Mans na classe LMGTE-PRO.

Somou-se à presença do braço da AF Corse na competição a participação da britânica Nielsen Racing com dois protótipos Norma M30 Nissan LMP3, completando assim um total de 11 LMP2 – sete na nova plataforma, quatro na anterior; seis LMP3 e nove GTs.

A categoria dos GTs é a que mais chama a atenção pelo nível altíssimo de vários de seus pilotos – e também por ter crescido de forma exponencial em relação ao campeonato de 2018/19. São oito equipes inscritas, quatro construtores representados e há times de Japão, China, Taiwan e Indonésia.

As formações são obrigatoriamente Pro-Am, mas entre os pilotos profissionais há, além de Ale Pier Guidi, outros ótimos nomes: Joël Eriksson no FIST-Team AAI; Davide Rigon na HubAuto; André Couto no Team JLOC; Antonio Fuoco na CarGuy; Jens Klingmann na Astro Veloce e até um piloto com passagem pela Fórmula 1 – Rio Haryanto, que defenderá a T2 Motorsports.

A LMP3 vai com cinco equipes, seis carros e um ligeiro favoritismo para a Inter Europol Competition – que vai novamente tentar beliscar uma vaga para La Sarthe via AsLMS. E as chances são boas: seus pilotos são Martin Hippe e Nigel Moore, os mesmos que perderam – por um erro crasso em Portimão – a vaga direta da categoria ofertada no ELMS, para a Eurointernational.

Por ser um ano de transição de regulamento (não estou certo se no campeonato asiático haverá a mudança de chassis e motores para 2020/21), não espanta o número menor de inscritos em relação ao último campeonato.

Mas o nível é bom – mesmo sendo uma classe com prevalência de pilotos de graduação Silver e Bronze.

A Nielsen aposta suas fichas em Tony Wells e Colin Noble, com Garett Grist e Rob Hodes – que vem do Michelin Le Mans Cup e do IMSA Prototype Challenge – dividindo o outro carro com outro piloto dos EUA, Charles Crews.

Na Graff, o trio será formado por Sébastien Page/Eric Trouillet/David Droux, enquanto Gabriele Lancieri juntar-se-à na ACE1 Villorba aos já assegurados Alessandro Bressan e Yuki Harata.

A única equipe oriental da divisão será a Viper Niza, que aposta nos malaios Dominic Ang e Douglas Khoo – que ano passado tinha Nigel Moore na parceria.

E os LMP2 estão divididos: haverá ainda os protótipos que obedecem ao regulamento antigo com variedade de motores e chassis e os atuais, com motor, eletrônica e câmbio padronizados.

Poucos apostaram na que será chamada LMP2-AM. Serão três times apenas e quatro carros – aqui, confesso, esperava mais participantes. Mas o automobilismo não é um esporte barato e nem sempre se consegue o principal: dinheiro para as contas serem fechadas.

Assim, a ARC Bratislava larga com status de favorita à vaga para Le Mans, com a RLR correndo por fora. A Rick Ware Racing – que por enquanto, de Nascar mesmo só acabou anunciando Cody Ware – é uma incógnita.

Um dos pilotos anunciados é Michael Zimicki, que trabalhou como ‘coach’ de diversos pilotos que passaram pela lendária escola de pilotagem de Skip Barber. Entre eles Danica Patrick, Graham Rahal, John Edwards e Jon Fogarty. Pedigree o cara tem…

Ele ainda não tem parceiro anunciado para dividir o carro #25 do time, enquanto no #52 Cody Ware irá com Mark Kvamme na prova de Xangai. Não se sabe se um terceiro nome está em cogitação.

Já na elite da LMP2 – que inclusive permite trincas profissionais de pilotos – embora efetivamente elas não existam – teremos três modelos de chassis (o Aurus 01 da G-Drive Racing with APR é um Oreca) e cinco escuderias.

As novidades da temporada são a Eurasia com dois carros – um deles com pintura “All Black” homenageando a Nova Zelândia – assim como a Inter Europol; a G-Drive fincando pé no AsLMS e patrocinando o único carro da equipe anglo-portuguesa sediada em Albufeira; a estreia da Carlin com o solitário Dallara do grid e a aparição da K2 Uchino Racing como o primeiro time japonês de Esporte-Protótipo de alto nível desde a Tokai Dream University em 2011.

Entre os pilotos, embora não esteja com o nome na lista divulgada, Roberto Mehri é o mais ‘rodado’, embora haja outros a se destacar – Nick Cassidy, seu xará Nick Foster, Ben Barnicoat, Harry Tincknell, Mathias Beche e Haruki Kurosawa, por exemplo.

Promete ser um grande campeonato. E você leitor do blog poderá acompanhar TODAS as corridas ao vivo nos streamings do Asian Le Mans Series que serão replicados por aqui.

Comentários