Adeus, Rebellion

RIO DE JANEIRO (Que pena…) – A mais tradicional das equipes privadas do Endurance mundial dá adeus ao WEC ao fim da temporada 2019/20: a Rebellion Racing anunciou hoje a decisão de encerrar suas atividades após 13 anos no esporte a motor. Justamente após as 24h de Le Mans deste ano, que também encerram o fim de uma era de regulamento esportivo.

A marca suíça fabricante de relógios entrou de cabeça nas provas de resistência em meados da década passada, absorvendo a estrutura da Speedy Racing Team Sebah para se tornar talvez a mais proeminente das equipes não-oficiais da classe principal, a LMP1 – tendo tido sucesso na LMP2 com o título mundial de Bruno Senna.

Lembram? Eu lembro: narrei para o Fox Sports aquela conquista. Foi inesquecível.

Aliás, a equipe tem laços com os brasileiros: Bruno está lá e ficará por lá até o fim do ano. Nelsinho Piquet disputou a temporada completa em 2017 e algumas outras provas em anos anteriores. E Pipo Derani também esteve por lá. É uma equipe que tem o carinho dos fãs não só daqui como do mundo todo. Por isso, a tristeza.

O que terá contribuído para a decisão do time anglo-helvético de encerrar as atividades no WEC é a Oreca ter roído a corda na parceria triangular entre a equipe, a Peugeot e o ateliê de Hughes de Chaunac, que inclusive fez os últimos carros do time.

Como a Oreca deve optar pela saída dos protótipos LMDh, bem menos custosa que o desenvolvimento de um Hipercarro, a Rebellion viu-se em maus lençóis. Fazer LMP2 de novo para voltar em 2022/23 com carro novo? Não ser protagonista? Tudo isso deve ter pesado na balança.

“O automobilismo tem sido uma grande ferramenta de recursos para a Rebellion”, disse Alex Pesci, presidente da Rebellion Corporation.

“Os circuitos têm sido vitrines excepcionais e uma importante caixa de ressonância para a nossa marca, com um público muito amplo. O retorno do investimento dessas atividades no negócio de esportes a motor tem sido mais do que satisfatório. Estamos nos dando tempo para redefinir os contornos de nossos negócios, mas os efeitos dessa decisão serão imediatos para o departamento de corridas assim que a temporada do WEC terminar”, garante Pesci.

“Essas decisões não são fáceis de tomar e estamos tristes por não podermos cumprir nossos compromissos passados nos próximos anos”, lamentou.

Em tempo: a Peugeot acaba de anunciar que a Ligier de Jacques Nicolet será a parceira tecnológica do construtor francês na construção de seu Hipercarro.

Agora tudo faz mais sentido…

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