Discos históricos: Live at The Fillmore (1973)

RIO DE JANEIRO – Este é um registro histórico que demorou alguns anos para ser resgatado e vir finalmente à tona. E que, décadas depois de seu lançamento, ganhou edição no formato de Compact Disc nos anos 1990.

Trata-se dos shows do grupo Derek and The Dominos, que tinha como frontman o guitarrista Eric Clapton, então saído do Cream e que já tinha disco solo e tocara com Delaney, Bonnie & Friends, no lendário The Fillmore East, nos Estados Unidos, precisamente em Nova York.

O álbum duplo ao vivo contém apresentações de dois shows da banda que tinha – além de Clapton, o baixista Carl Radle, o baterista Jim Gordon e o pianista/organista/vocalista Bobby Whitlock. Duane Allman gravara com eles o lendário álbum que eternizou o clássico “Layla”, mas não era da formação fixa da banda.

No setlist dos shows que aconteceram em outubro de 1970, constavam 13 músicas. Algumas delas conhecidas do álbum Layla and other assorted love songs e outras inéditas – como a primeira, a longa e belíssima “Got to get better in a little while”.

A mescla dos blues que o Derek gravara em estúdio – um deles “Key to the highway”, clássico de ‘Big’ Bil Broonzy e Charlie Segar – com músicas do primeiro disco solo de Clapton, auto-intitulado, rende muito bem apesar dos longos improvisos.

Outro registro inédito é de “Roll it Over”, canção de Clapton e Whitlock que não fora editada no disco de estúdio também produzido em 1970 – e que inclusive só seria conhecida por versões ao vivo. A outra foi no show do retorno de EC aos palcos após a longa luta contra a dependência de heroína, gravado no Rainbow Theatre de Londres em 1973. Aliás, gosto mais dessa versão do que do disco do Fillmore.

E há ainda a maravilhosa “Presence of the Lord”, da safra do único disco de estúdio do Blind Faith – outro projeto do qual Clapton participara, com Stevie Winwood e outros, além da eterna “Little wing”, já registrada pelos Dominos em estúdio, homenageando a morte prematura de Jimi Hendrix.

E a enésima releitura ao vivo de “Crossroads”, o clássico supremo de Robert Johnson – aliás, eu fico com a do Cream registrada no disco Wheels of Fire de olhos totalmente fechados.

O lançamento original deste álbum duplo é de 1973, mas o engenheiro de som Eddie Kramer, de longa experiência no ramo, remixou e remasterizou todo o trabalho para uma edição em CD lançada em 1994. Tenho o disco e posso garantir. É um clássico do blues de raiz e do rock and roll. E tem Clapton. E isso basta.

Ficha técnica de Live at The Fillmore
Selo: Polydor/PolyGram/Universal Music
Gravado no Fillmore East de NY em 23 e 24 de outubro de 1970
Produção de Bill Levenson
Tempo total: 2h02min01seg

Músicas:

1. Got to get better at a little while (Eric Clapton)
2. Why does love got to be so sad? (Bobby Whitlock/Eric Clapton)
3. Key to the highway (‘Big’ Bill Broonzy/Charlie Segar)
4. Blues power (Eric Clapton/Leon Russell)
5. Have you ever loved a woman (Billy Myles)
6. Bottle of red wine (Bonnie Bramlett/Eric Clapton)
7. Tell the truth (Eric Clapton/Bobby Whitlock)
8. Nobody knows when you’re down and out (James Cox/Jimmie Cox)
9. Roll it over (Eric Clapton/Bobby Whitlock)
10. Presence of the Lord (Eric Clapton)
11. Little wing (Jimi Hendrix)
12. Let it rain (Bonnie Bramlett/Eric Clapton)
13. Crossroads (Robert Johnson)

Comentários

  • A música Crossroads é um clássico.
    E realmente o Erick Clapton é muito bom…
    Sinceramente, não entendo muito de música, mas admiro o Clapton.
    Estranhei o tempo de cerca de 2 horas…
    Esse tempo inclui algum tipo de bônus do CD??