Temeridade?

RIO DE JANEIRO – Diz a ilustração que a Nascar está de volta.

É… para o dia 17, daqui a três domingos, prevê-se o retorno das corridas nos EUA. Tentativa de minimizar o prejuízo causado pelo Covid-19, que adiou oito etapas desde o último dia 8 de março, quando houve o fim de semana de Phoenix. Até aqui, apenas quatro corridas da divisão principal foram realizadas

Pelo calendário divulgado, como diria o antigo comercial, “o patrão enlouqueceu”. Serão sete eventos num espaço de dez dias, sendo quatro da divisão principal, duas da Xfinity Series e uma da Truck, das caminhonetes, nos dias e horários já indicados na arte que aí está.

Inclusive uma delas será no dia do meu aniversário e, em princípio, terei 10 dias de férias até exatamente aquela data. Portanto, pelo menos dessa transmissão e talvez na do dia 17, não estarei de volta aos comentários.

Opinião minha: acho temerário.

Os EUA chegaram a praticamente 1,1 milhão de casos – 23 mil novos – com quase 64 mil mortes, sendo cerca de 1,8 mil nesta quinta-feira. A Nascar anunciou que essas corridas não terão público mas… com a curva da Pandemia longe de estar achatada por lá, não sei se é o momento adequado para se reiniciar o campeonato. Dizem que os estados da Carolina do Norte e do Sul estão entre os menos afetados. Dizem…

Mas sei lá… vai ver eles estão certos e eu, como sempre, errado. Meu entusiasmo diante da novidade é mínimo. Ainda mais quando vejo que o Brasil passou a China em número de casos e aqui a curva da Covid-19 segue em ritmo assustadoramente avassalador.

Que as providências necessárias sejam tomadas pela segurança dos membros da Nascar e inclusive para nós, que trabalhamos nos canais Fox Sports, para que não venhamos a correr riscos inúteis de contágio nas transmissões – que ainda não sei como serão feitas em termos de parte técnica.

Todo cuidado é pouco.

Comentários

  • Penso que 64 mil mortes (número que ainda aumentará muito) é um argumento, ou melhor, é um fato que deveria impedir qualquer corrida nos EUA em 2020. Só mudaria de opinião se o que a Universidade de Oxford está prometendo se tornar realmente realidade: cientistas dessa universidade afirmam que em setembro eles já terão a vacina. Acho difícil, mas já está provado que em Oxford eles estão bem adiantados.

    Sobre a F-1 em julho, eu concordo. A pandemia na Europa é bem menor do que nos EUA. Sempre lembrando do grande detalhe: F-1 sem público em todos os autódromos.

  • Sei lá, é bem complicado pois se for aguardar a pandemia basicamente acabar (ou ter uma vacina), provavelmente não teríamos mais corridas em 2020…e isso causaria enormes problemas para as equipes, os fornecedores, circuitos, patrocinadores e mesmo TV – a TV vai pagar pra não ter praticamente nenhuma corrida? E os anunciantes da TV? E por aí vai…
    Enfim, vão monitorar as condições de saúde antes, durante e depois de cada evento, e devem usar EPI e adotar práticas severas de higiene e distanciamento, então creio que o risco de contágio seja pequeno…e imagino que não vão permitir que pessoas do “grupo de risco” participem dos eventos.
    Mas fico muito feliz por poder voltar a assistir!!

  • Nao me incomodaria em ver o publico medio da Nascar bem juntinho e espremido em um autodromo, sem mascara e com um bonezinho MAGA. De resto, ‘e so deixar a teoria da selecao natural agir.

  • Quando o Supremo está nas manchetes, todos viram juristas. Quando a seleção joga, todos são técnicos de futebol. Na pandemia, todos são sanitaristas epidemiologistas.

    O presidente do país da nascar pediu pesquisas sobre a ingestão de desinfetantes como remédio, o que é uma vergonha, porque os líderes políticos devem refletir sobre a importância de seus pronunciamentos para o público.

    O Japão, a Alemanha, a França, a Inglaterra e os EUA estão em quarentena. A nascar acha que pode ser diferente.

    É um erro.

  • Que é bem possivel eles liberarem a nascar e alguns eventos em alguns estados americanos , isso é possivel. Ha uam diferenca bem grande la nos casos confirmados/mortee rede hospitalar entre os estados… Tenho um casal amigo q mora na carolina do sul e ja ha planos de abertura maior dos locais nao essenciais e ate aulas para as proximas duas a quarto semanas. Nos EUA se pegar os 3 estados com mais infectados e mortos ( NY, nova Jersey e Massachussets) eles tem metade dos casos do pais em ambos os dados. Se pegar os 10 maiores ja chega a praticamente 90% dos casos ( a Carolina do Sul e Norte, nao estao entre eles)……. Eles devem esta se baseando nisso, entre casos/capacidade hospitalar e contagio, para essa tentantiva de recomeco

    • Sim, a informação que existe é de que as Carolinas estão entre os estados menos afetados.

      Mas não se pode brincar com o perigo.