Corvette fora de Le Mans!

RIO DE JANEIRO – Bomba de proporções atômicas na segunda-feira: a Corvette Racing comunicou hoje ao Automobile Club de l’Ouest (ACO) a desistência do convite de ofício ao qual o construtor estadunidense tinha direito para a 88ª edição da clássica prova francesa.

As incertezas por conta da Pandemia do Covid-19 forçaram a equipe a tornar pública sua desistência, pondo fim assim a uma sequência de 20 anos de participações da marca coligada à General Motors na principal prova de resistência do planeta.

A Corvette estrearia o modelo C8.R em La Sarthe e já tinha as trincas definidas para o evento. O carro #63 seria de Antonio Garcia, Jordan Taylor e Nicky Catsburg, enquanto o #64 fora inscrito para Oliver Gavin, Tommy Milner e Marcel Fässler. Inclusive, para validar a inscrição de Le Mans, o ACO e a FIA fizeram a equipe participar da Lone Star Le Mans, prova substituta das 6h de São Paulo, disputada no fim de fevereiro.

“A Corvette Racing tem uma longa história de competir nas 24 horas de Le Mans, portanto nossa decisão de não participar dessa corrida histórica este ano não foi fácil”, disse Jim Campbell, vice-presidente de performance e motorsport da companhia, em declaração fornecida ao site Sportscar365.

“Vários fatores pesaram em nossa decisão, incluindo as condições atuais e o cronograma reagendado. Estamos orgulhosos de que a Corvette Racing tenha sido convidada para as 24 horas de Le Mans nos últimos 20 anos e lamentamos que não participemos deste ano. Esperamos ter a oportunidade de competir em Le Mans novamente.”

Dessa forma, o plantel da classe LMGTE-PRO se reduz a apenas sete concorrentes, sendo os três times do WEC e mais a Risi Competizione – e quem garante que a Risi não seguirá o mesmo caminho?

E não só ela: quais as garantias de que os demais times de bandeira dos EUA – Performance Tech e Rick Ware Racing na LMP2, além da Weather Tech Racing na LMGTE-AM, vão participar da competição? – se é que ainda haverá 24h de Le Mans em 2020…

Ao olhar para a lista de entradas, bate uma tristeza. LMP1 e LMGTE-PRO totalmente reduzidas. As inscrições Pro-Am de LMP2 e LMGTE-AM estrondam. Mas as equipes não têm culpa nenhuma. Talvez o ACO e a FIA, sim, já que os regulamentos são proibitivos demais para o ingresso de novos construtores e as indefinições de Hypercarrros e agora os LMDh adiados por mais algum tempo vão cobrar a conta na classe principal.

Será um tempo muito duro. E uma Le Mans de poucas equipes de fábrica – Toyota e, vá lá, Ginetta nos protótipos, Ferrari, Porsche e Aston Martin nos GTs. Agora são sete LMP1, 26 LMP2, sete LMGTE-PRO e 22 LMGTE-AM no plantel. 

Os lugares vagos da Corvette Racing estão preenchidos, em primeira instância, pela segunda inscrição da High Class Racing – com Jan Magnussen, aliás – e o carro #78 da Proton Competition, um Porsche LMGTE-AM.

Restam ainda cinco reservas e a primeira suplência é ocupada por uma inscrição da DragonSpeed e seu protótipo Oreca LMP2 da IMSA. As demais são Iron Lynx (Ferrari LMGTE-AM), Inter Europol Competition (Ligier LMP2), Team Project 1 (Porsche LMGTE-AM) e D’Station Racing (Aston Martin LMGTE-AM).

Comentários

    • Já tivemos em tempos recentes (ok, nos anos 90 e 2000) edições tão fracas quanto. Uma categoria desce, a outra sobe, e agora há uma razão soberana pra isso…

  • Lamentável, queria muito ver os novos Corvettes em LM.
    Realmente pandemia está atingindo pesadamente também o esporte, e especificamente o automobilismo.
    Está causando um dano similar a de um período de guerra mundial. Acho que desde 1940-45 não vemos um período tão negro no automobilismo mundial.
    Bom, a pandemia não deixa de ser uma guerra mundial, com efeito devastador sobre a vida, e varios segmentos do cotidiano de pessoas, estados, países e continentes.
    Agora é fazer a nossa parte, e esperar pra ver onde e quando a humanidade vai sair dessa situação, de vida ameaçada e estagnada.
    Antonio