A supremacia Hamilton

RIO DE JANEIRO – Contagem regressiva: faltam três para chegar a 91.

Que vai acontecer de Lewis Hamilton igualar o recorde histórico de triunfos de Michael Schumacher neste ano da graça de 2020, não resta dúvida alguma. As perguntas são:

Quando? Em que circuito?

Pelo andor e pelo domínio do hexacampeão do mundo, a marca seria igualada em Mugello no GP da Toscana e superada em Sóchi, no GP da Rússia.

Mas de repente o destino é caprichoso. Vai que o recorde só seria alcançado ou suplantado no GP do Eifel, na terra da Mercedes? Que mídia hein?

Bem… um fato é que a supremacia Hamilton foi evidente neste domingo de um calorento e abrasador GP da Espanha onde, exceto  – óbvio – o vencedor e seus companheiros de pódio, TODOS os demais pilotos levaram uma volta ou mais (Latifi e Grosjean) nas costas ao longo dos 66 giros da 6ª etapa do campeonato.

A Mercedes levou lições aprendidas no GP dos 70 anos, ganho de forma incrível por Max Verstappen. Principalmente na gestão dos pneus. E isso fez toda a diferença num fim de semana atípico, já que a corrida em Barcelona jamais é realizada no verão europeu – e sim pelo menos três meses antes.

E mesmo com toda a temperatura escaldante, registrou-se mais um recorde absoluto de volta, quando Valtteri Bottas sacou 1’18″183 do bolso do macacão com pneus novos e levou o ponto extra auferido ao giro mais rápido da corrida. É de se impressionar que a marca anterior em 1’18″441 alcançada por Daniel Ricciardo em 2018 tenha caido nessas condições.

Como também foi de impressionar o 2º posto de Max Verstappen, que vem sendo, salvo quando tem problemas, um dos grandes nomes do campeonato, o único a fazer frente com seu carro à Mercedes e, sem surpresas, não só venceu uma vez como é o vice-líder da tabela.

Dá até um sopro de esperança, sabe? São 37 pontos de desvantagem, vai que, né…

Mas nem mesmo o próprio holandês tem discurso otimista demais quanto a derrotar Hamilton neste ano. Acredito que ele ficará bastante contente se – aí sim, e isso é perfeitamente possível – superar Valtteri Bottas na tábua de classificação. Para isso, o piloto da Red Bull terá de contar com mais largadas ruins do finlandês, feito ontem.

Amainado o incêndio causado pelos protestos da Renault (por enquanto…) a Racing Point teve uma corrida consistente de seus dois pilotos e um ótimo resultado que a deixa agora sim com o 3º lugar de direito e de fato do Mundial de Construtores. Sergio Pérez foi punido por ignorar bandeiras azuis – ele reclamou barbaramente da decisão dos comissários – e chegou mais uma vez atrás de Lance Stroll, após ficar de fora das duas últimas etapas por ter dado positivo para Coronavírus.

E no meio do pelotão de uma corrida chata pelo domínio de Hamilton e por vezes pouco emocionante numa pista de difíceis ultrapassagens como a da Catalunha, não se pode deixar de destacar o empenho e o profissionalismo de Sebastian Vettel em tentar empurrar a ‘carroça’ da Ferrari o mais para frente que pode, dentro das limitações da SF1000.

A verdade é que o carro é uma porcaria, falta ritmo, velocidade e potência. Vettel arriscou o que deu para arriscar, parou apenas uma vez, chegou a andar em 5º lugar por dez voltas, mas os pneus não puderam segurá-lo muito tempo na posição. Salvou seis pontos e deixou a Ferrari ainda na briga com McLaren e Racing Point, porque Charles Leclerc dessa vez foi quem teve problemas e desistiu.

De resto, boa prestação da dupla da McLaren, com Carlos Sainz Jr. bem melhor que Lando Norris, Gasly pontuando pela terceira vez com a Alpha Tauri – e chegando logo atrás de Alex Albon, e pelo lado negativo, a medíocre performance da Renault, que dessa vez nem chegou perto de marcar pontos, tal como ocorreu no “double header” de Silverstone.

Das 13 provas elencadas até agora por Liberty Media e FIA, chegamos à metade praticamente de um calendário que poderá ainda ter mais três ou quatro eventos anunciados. E esperamos que em breve.

A Fórmula 1 faz um respiro, uma pequena pausa. E volta com uma corrida que, essa sim, permaneceu na sua data, imutável: o GP da Bélgica, no último domingo do mês, em Spa-Francorchamps.

Faltarão duas?

A ver.

Comentários

  • A supremacia da Mercedes é tão grande, que eu só consigo imaginar o Hamilton sem ganhar corridas se algum dia ele fizer a besteira de querer encerrar a carreira na Ferrari.

  • “Conversa Com Meu Pai”, a biografia do Nelson Piquet, sairá ano que vem.O projeto do futuro livro está sendo coordenado pelo Nelsinho Piquet e o jornalista Luís Ferrari.

    Nelsinho deixou bem claro que o livro só sairá porque ele INSISTIU MUUUUUIIIITTTTO com o pai. Para o Nelsão, ter ou não uma biografia, é indiferente.

      • Estou esperando essa biografia do Piquet há muitos anos, e sempre imaginei que ela seria escrita por um desses três jornalistas: Rodrigo Mattar, Reginaldo Leme e Flavio Gomes.

        Eu não sei quem é Luis Ferrari.Suponho que ele deve ser muito amigo do Nelsinho Piquet.

        Rodrigo: eu acredito que Saudosas Pequenas será o primeiro de, no mínimo, mais uns 4 ou 5 livros sobre automobilismo.

  • Na minha opinião os caras da Ferrari estão boicotando as corridas do Vettel mal sabem eles que o Alemão de quatro títulos do mundo e enquanto o bebê chorão não tem nenhum e nem terá pois ele será um Jean Alesi da vida que pilotou por grandes equipes e com o tempo seu nome foi esquecido pela história ano que vem veremos o Vettel mostrando para a Ferrari o piloto que eles perderam.