Carta pra Aninha

RIO DE JANEIRO – Aninha,

Eu não te conheci pessoalmente. E isso me dói o coração.

Mas fiquei profundamente tocado com sua força, garra, vontade de viver e paixão pelo esporte que tanto amamos.

Quando você quis homenagear o “Shoey” do Daniel Ricciardo por um motivo único, quando celebraste os 100 dias do seu transplante de medula óssea, o seu sorriso, sua alegria imensas ganharam o mundo e os nossos corações.

https://twitter.com/analuizakalil/status/1064529390321745923

Você nunca desistiu de ser a Ana Luiza Kalil que até 72h atrás comentava no Twitter o GP da Grã-Bretanha de Fórmula 1. Tenho certeza que sua vibração por ver o Hamilton ganhar em três rodas apenas e pelo 4º lugar do Daniel Ricciardo foi genuína.

Ricciardo que você conheceu no GP do Brasil do ano passado, de quem repetiu o gesto no concurso promovido pelo então piloto da Red Bull na época – agora na Renault e futuramente na McLaren. E tua presença em Interlagos marcou todos nós.

A special experience in Brazil last weekend for a special woman ☺️

With a little help from his friends, @danielricciardo was able to give @analuizakalil some memories to cherish in Sao Paulo 👀#BrazilGP 🇧🇷 #F1 pic.twitter.com/xov0sU3RG0

— Formula 1 (@F1) November 23, 2019

Depois, muito depois, por um desses acasos do destino, descobri que a menina de sorriso largo era também taurina. De 19 de maio. O nosso dia de aniversário. E eu te desejei “Feliz Vida” no Facebook.

“Feliz em descobrir que dividimos o mesmo dia”, você me respondeu.

E não sei bem por qual razão, antes de arrumar minhas coisas pra transmissão do Jaguar eTrophy na manhã desta quarta-feira, dei uma olhada no Face e de repente vejo mensagens de despedida.

Pensei comigo mesmo… ‘Como assim, a Aninha se foi?’.

E era verdade. Veio o twitter e a Alessandra Alves, a Bia Rosenburg, a Erika Prado, a Julianne Cerasoli, todo mundo lamentava a notícia. A Aninha partiu nessa madrugada. Não resistiu às complicações de saúde.

Três anos de muita luta. De uma dor imensa dos amigos e dos que te queriam bem e dos que, como eu, te admiravam.

Aninha, você foi única, especial, guerreira. Até o fim.

Obrigado por ter existido.