MC Tubarão vence na abertura do Império Endurance Brasil

No clique de William Inácio, o AJR vencedor guiado por Tiel Andrade, Júlio Martini e Nelsinho Piquet em Interlagos

RIO DE JANEIRO – Pouco mais de um ano após a morte inesperada do inesquecível Carlinhos de Andrade, a MC Tubarão conquistou neste sábado a primeira vitória com o novo protótipo AJR, na abertura da temporada 2020 do Império Endurance Brasil, disputada com uma prova de 4h de duração no Autódromo José Carlos Pace em Interlagos, São Paulo.

E com direito a show do convidado de última hora Nelsinho Piquet, que assumiu o volante do carro #5 antes conduzido por Júlio Martini e Tiel Andrade para protagonizar um duelo espetacular pela liderança e pela vitória com David Muffato, que conduzia o AJR #113 pole position da disputa, alinhado em parceria com Pedro Queirolo.

Em meio ao tráfego dos retardatários, Nelsinho e Muffato mostraram como se faz, com o primeiro campeão da Fórmula E ultrapassando o rival duas vezes e levando o troco uma vez. No fim das contas, Nelsinho – que estava num carro com o emblemático número de dois títulos mundiais de Fórmula 1 do pai – cruzou a linha final à frente com vantagem de apenas 6″619 após 136 voltas percorridas.

O presidente da Associação de Pilotos de Endurance (APE) Henrique Assunção, além de organizar o campeonato, guiou – e bem – o AJR #175 dividido com Andersom Toso e Carlos Kray. Ainda acabou com o 3º lugar geral, à frente do novo Porsche 911 GT3-R, que triunfou em sua primeira corrida no país com Ricardo Maurício e Marcel Visconde na classe GT3. Foi o único carro que terminou na mesma volta dos três primeiros.

Os primos André e Xandinho Negrão chegaram em 5º na geral e segundo na categoria, tendo sido obrigados primeiro a não fazer tempo de classificação e depois a ter de cumprir 5 minutos de parada de box em cada janela, compulsoriamente, porque a APE entendeu que por ser uma dupla de pilotos profissionais eles teriam vantagem sobre as outras formações “Pro-Am”, com gentleman drivers. Correndo o tempo todo atrás do prejuízo, o resultado do Mercedes-AMG, agora assistido pela equipe comandada por Rodolpho Mattheis, filho de Andreas Mattheis, não foi ruim.

Outro destaque do sábado foi o 1-2-3 de modelos Mercedes-AMG na GT4, contra o exército de seis Ginetta G55 inscritos. Ganharam Alexandre Auler e o novo parceiro Guilherme Salas, com um excelente 8º posto geral. Átila Abreu e Leonardo Sanchez ficaram em segundo na classe e no top 10 final, logo à frente de um dos carros da AutLog Racing conduzido por André Moraes/Cássio Homem de Mello/Kreis Jr./Ricardo Rodrigues.

A nova McLaren 570S GT4 estreou com o 4º lugar em sua categoria, guiada por Leandro Romera/Flávio Abrunhoza/Leandro Ferrari. O melhor dos Ginetta foi o #57 de Felipe Tozzo/Renan Guerra, que ficou onze voltas atrás do carro à frente na categoria e 15 atrás do carro vitorioso na divisão – o sábado definitivamente não foi do modelo britânico…

Na GT3 Light, prevaleceu a Ferrari de Tom Filho/Marçal Müller/Ricardo Mendes – mesmo após uma rodada – contra o Aston Martin de Guilherme e Sérgio Ribas, agora assistido pela Tech Force, de Novo Hamburgo. O único GT4 Light inscrito, o Audi RS3 TCR, não passou da primeira metade da disputa.

Entre os protótipos das demais classes, mesmo com o aerofólio traseiro quase quebrado, o MRX Honda de Aldoir Sette/Marcelo Campagnolo levou o primeiro lugar da divisão P3, com o décimo-quarto posto geral. Na P2, nem mesmo uma falha mecânica logo no início fez a Motorcar desistir e o #44 de Rubem Ghisleni/Hardy Kohl Jr./Lucas Kohl ainda venceu a disputa na categoria, já que os demais carros que viram a quadriculada – o protótipo Sigma e o MCR Grand-Am, este agora com motor Ford Coyote V8 – tiveram tantos ou mais problemas que o carro verde do time gaúcho comandado por Rafael Cardoso.

Dos 38 carros confirmados para Interlagos, após algumas baixas por acidentes e problemas técnicos, o grid mesmo assim foi muito bom, com 32 bólidos na largada. Desses, somente oito não viram a quadriculada.

A organização anuncia em breve a praça e a data da 2ª etapa do campeonato 2020.

Resultado final das 4h de Interlagos:

1º #5 MC TUBARÃO
Protótipo AJR Chevrolet V8 – classe P1
Tiel Andrade/Júlio Martini/Nelsinho Piquet
136 voltas em 4h01min22seg958

2º #113 JLM RACING
Protótipo AJR Chevrolet V8 – classe P1
Pedro Queirolo/David Muffato
a 6seg618

3º #175 JLM RACING
Protótipo AJR Chevrolet V8 – classe P1
Henrique Assunção/Andersom Toso/Carlos Kray
a 1min10seg276

4º #55 STUTTGART MOTORSPORT
Porsche 911 GT3-R – classe GT3
Marcel Visconde/Ricardo Maurício
a 1min16seg401

5º #9 MATTHEIS MOTORSPORT
Mercedes-AMG GT3 – classe GT3
Xandinho Negrão/André Negrão
a 1 volta

6º #8 SCUDERIA 111-AMG
Mercedes-AMG GT3 – classe GT3
Guilherme Figueroa/Júlio Campos
a 1 volta

7º #19 TMG-VIA ITALIA
Lamborghini Huracán GT3 – classe GT3
Chico Longo/Marcos Gomes
a 2 voltas

8º #3 RACING M3-HOT CAR
Mercedes-AMG GT4 R – classe GT4
Alexandre Auler/Guilherme Salas
a 5 voltas

9º #155 SUL RACING
Ferrari 458 Italia GT3 – classe GT3 Light
Tom Filho/Ricardo Mendes/Marçal Müller
a 5 voltas

10º #15 SCUDERIA 111-AMG
Mercedes-AMG GT4 R – classe GT4
Leonardo Sanchez/Átila Abreu
a 6 voltas

Comentários

  • Achei errado a punição da dupla Negrão. No meu ponto de vista o Xandinho não é mais piloto profissional, está mais para gentleman drive. Não me recordo de outra corrida que ele tenha feito no ano passado além do Brasileiro de Endurance. Sendo assim, todos que fizeram todos seriam pilotos profissionais.

    Rodrigo, qual a definição para a APE para piloto profissional?