Dieta: menos etapas, menos carros no WTCR em 2020

J-K. Vernay foi o mais rápido do dia de treinos coletivos no WTCR; Nathanaël Berthon fez o mesmo tempo, mas o francês da Alfa cravou a marca primerio (Foto: Paolo Maria/DPPI/Site WTCR)

RIO DE JANEIRO – O FIA WTCR abre neste fim de semana sua temporada 2020, com um calendário bem mais enxuto que o previsto anteriormente para cumprir um mínimo de compromissos pelos organizadores, no caso a Eurosport Events, de François Ribeiro, com os donos dos direitos televisivos e patrocinadores. E também com um panorama bem menos promissor que na última temporada. Serão apenas 22 os carros confirmados para a prova de Zolder, primeira de um total de seis marcadas.

A etapa da Bélgica e a próxima, que é preliminar das 24h de Nürbugrging, serão as únicas em regime de rodada dupla. A partir do terceiro evento, marcado para a Eslováquia, na excepcional pista de Orechová Poton, naquele país, volta o formato de rodadas triplas. Depois, o WTCR corre na Hungria, na Espanha – em Aragão – e na Itália, no “Mickey Mouse” de Adria.

O Covid-19 fez mandar para o espaço sete eventos: todos os em circuitos urbanos – Marrocos, Portugal e Macau, além das etapas marcadas para Áustria (que aliás seria a abertura deste campeonato, em Salzburgring), China, Coreia do Sul e Malásia. O calendário original teria 10 eventos e 20 provas. Com a Pandemia, ficou em 16, com a volta das provas triplas.

E entre os fabricantes, houve baixas. A Audi retraiu os investimentos na competição e algumas equipes, como a WRT, bateram em retirada. Mas a marca de Ingolstadt segue na categoria, ao contrário da Volkswagen, que tinha quatro Golf GTi TCR e saiu porque os alemães estão mais comprometidos com provas de carros elétricos daqui em diante, provocando assim a debandada da Sébastien Loeb Racing da série. Também a Cupra, marca espanhola coligada à SEAT (do mesmo grupo da Volkswagen, assim como a Audi) retirou-se como fabricante que dá suporte às equipes.

Mas houve adesões tímidas de novas marcas à categoria, como a Renault. Haverá um competindo full season com a equipe suíça Vukovic Motorsport e guiado por Jack Young, além de mais uma inscrição wild-card na primeira rodada dupla com Dylan O’Keefe, da Austrália. O outro carro fora da lista oficial é uma segunda Alfa Romeo Giulietta que será entregue a Luca Filippi: o único modelo da marca do Quadrifoglio a correr no WTCR a tempo inteiro em 2020 será com o francês J-K. Vernay.

Atual campeã com Norbi Michelisz, a Hyundai terá quatro carros e além do húngaro com o dorsal #1 em seu carro, haverá Gabriele Tarquini – cheio de vontade de recuperar o título de 2018 aos 58 anos de idade – o holandês Nicky Catsburg e o novo recruta, o alemão Luca Engstler, substituto de Augusto Farfus.

A Honda entregou todos os quatro carros ao time de René Münnich, porém mantendo o esquema de preparação com a JAS Motorsport, de Paolo Jasson, Maurizio Ambrogetti e Giorgio Schön. No time ALL-INKL.DE estará a dupla que guiou para a KCMG ano passado, formada por Attila Tassi e Tiago Monteiro. Os argentinos Bebu Girolami e Estebán Guerrieri vão na ALL-INKL.COM.

Os chineses da Lynk&Co, que detém o controle da sueca Volvo, também entram na temporada com quatro carros. A novidade é o uruguaio Santiago Urrutia, contratado para o lugar de Andy Priaulx, que fez um ano muito fraco pela marca em seu retorno aos carros de tração dianteira. Urrutia estará na Cyan Performance junto ao sueco Thed Björk e a Cyan Racing alinha Yvan Muller e seu sobrinho, Yann Ehrlacher.

A única equipe que restou para representar a Audi no FIA WTCR foi a Comtoyou, que terá três R3 LMS na pista para o belga Gilles Magnus, o francês Nathanaël Berthon e o popular holandês Tom Coronel. E a húngara Zengó Motorsport ficou responsável por alinhar os Cupra León Competición disponíveis para o excelente espanhol Mikel Azcona e os novatos húngaros Bence Boldizs e Gábor Kismarty-Lechner.

Outra novidade é a entrada da Goodyear como fornecedora de pneus, substituindo após 14 anos entre WTCC e FIA WTCR a japonesa Yokohama, que optou por concentrar o desenvolvimento de novos pneus no automobilismo de seu país. Nesta quinta-feira, os organizadores abriram o circuito de Zolder para duas sessões de testes coletivos e J-K. Vernay foi o mais rápido com a Alfa Giulietta do Team Mulsanne com 1’36″771, mesmo tempo obtido por Nathanaël Berthon. Néstor “Bebu” Girolami ficou a apenas 0″037 dos mais velozes.

Na primeira sessão, Santi Urrutia foi o mais rápido com o Lynk&Co, seguido por Attila Tassi e Tom Coronel. Michelisz, o atual campeão, ficou em 12º na primeira sessão e apenas em nono lugar na segunda.

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