Le Mans 2020: Toyota leva a melhor na Hyperpole; brasileiros bem na foto

Mais uma pole position de Kamui Kobayashi para as 24h de Le Mans. O recorde não veio, mas o japonês é muito rápido. (Foto: Marius Hecker/AdrenalMedia.com/FIA WEC)

RIO DE JANEIRO (Valeu a pena!) – Acordei cedo – na verdade, confesso que dormi pouquíssimo, talvez escassas 1h30min – para acompanhar a definição do grid da 88ª 24h de Le Mans via Hyperpole e olha… valeu a pena. Muito.

O formato adotado de qualificação veio pra ficar. Meia hora de pista aberta, dois sets de pneus, sem troca de pilotos ou reabastecimento de combustível e ‘o último que chegar é a mulher do padre’, como diz o mestre Edgard Mello Filho.

E rapaz… o que vimos nessa manhã de sexta no Circuit de La Sarthe foi do arco da velha.

Primeiro a Rebellion: o que fez Gustavo Menezes? Sério – eu não me recordo de ter visto um piloto andar tanto e tão bem num carro sem sistemas híbridos em Le Mans. Virar 3’15″822 como este rapaz virou num protótipo com 250 cavalos a menos que os Toyota, é antologia.

“Estamos surpresos por estar entre os dois Toyota”, confessa Bruno Senna. “Com certeza em ritmo máximo eles têm alguma coisa a mais, mas o Gustavo fez uma super volta no Qualifying e talvez conseguisse um pouquinho mais de tempo com o carro. Mas para a gente estar ali tá mais do que bom e amanhã (sábado) a corrida vai ser outro esquema”, continuou o campeão do WEC em 2017 na classe LMP2.

“A Toyota tem a vantagem no tráfego – é difícil pra gente ganhar – mas vamos fazer o possível. Largo amanhã e espero estar entre as duas ou passar a primeira Toyota na primeira volta. Se a gente pular na frente, consegue ‘atrasar’ um pouco eles. Mas se houver chuva (N. do blog: há essa previsão para a corrida), complica. E bastante”, revela o brasileiro.

Kamui Kobayashi é um animal. Botem um carro competitivo na mão dele e esse japonês vira tempo. Em volta rápida é disparado o melhor piloto do Endurance mundial hoje, lembrando os bons tempos de Stéphane Sarrazin, o Mr. Pole da época contemporânea das 24 Horas. E não sei não: se a Hyperpole tivesse mais alguns minutos ou, por outra, o piloto não tivesse excedido track limits em sua última volta rápida – e o recorde de 2017 em 3’14″791 teria caído.

Mas não tem problema: favorita absoluta, a Toyota ficou com a pole e a trinca líder do campeonato bota mais um ponto extra na conta. O tempo de 3’15″267, média de 251,2 km/h, foi espetacular de qualquer forma. E tem mais: Koba-San enfiou 1″382 noutro piloto muito rápido da casa, também japonês como ele, Kazuki Nakajima.

Na LMP2, o escocês Paul Di Resta mostrou o que vale e sabe: fez a pole da categoria com o Oreca 07 da United Autosports em 3’24″528 – nada menos que o novo recorde para os protótipos com motor Gibson V8 de 600 cavalos e ECU padrão fornecida pela Cosworth. A segunda posição ficou com Jean-Éric Vergne e o #26 da G-Drive Racing – com um tempo igualmente melhor que o recorde da categoria.

A terceira posição entre os protótipos Pro-Am ficou com o Racing Team Nederland – e poderia ter sido diferente: Nyck De Vries vinha numa volta voadora, mas o holandês estragou o primeiro set de pneus novos com uma saída violenta de pista nas Virages Porsche.

Com a pintura alusiva à vitória em Le Mans 1970 – primeira geral da marca alemã – Gianmaria Bruni comemora a pole da LMGTE-PRO (Foto: Marius Hecker/AdrenalMedia.com/FIA WEC)

Entre os Grã-Turismo, valeu o velho clichê “Porsche é Porsche” na LMGTE-PRO. E o italiano Gianmaria Bruni não esqueceu que é um dos melhores – senão o melhor – pilotos com esse tipo de carro no grid em Le Mans. Com 3’50″874, o piloto de 39 anos deu à marca de Stuttgart a primazia do ponto extra na categoria.

A AF Corse divide a linha de frente da principal classe de veículos derivados de modelos de série, com o ótimo 2º tempo de James Calado, que forma a trinca atual campeã da classe com Daniel Serra e Ale Pier Guidi. E as três fábricas ficaram no top 3, uma vez que a Aston Martin assegurou a posição seguinte com Marco Sørensen.

E com uma volta estonteante, o francês Côme Ledogar registrou 3’51″241 e levou a pole da LMGTE-AM com a Ferrari 488 GTE EVO da Luzich Racing (operada pela AF Corse) e que tem entre os pilotos o também brasileiro Oswaldo Negri. Mas o ponto da pole para efeito do WEC ficou com a Dempsey Racing-Proton, batida por apenas 0″056, com Matt Campbell a bordo do Porsche #77.

Matteo Cairoli classificou o #56 do Team Project 1 em terceiro, seguido pelo Aston Martin #98 com Ross Gunn a bordo – é a equipe de Augusto Farfus. Nas demais posições da divisão ficaram o #90 da TF Sport e o #86 da Gulf Racing.

A 88ª edição das 24 Horas de Le Mans terá transmissão AO VIVO e exclusiva do Fox Sports 2 neste sábado, abrindo às 9h da manhã. A largada será 9h30 – eles são pontualíssimos, não tem erro. Ficamos no ar até 13h30 e voltamos com um flash à noite – assim esperamos – entre o beisebol e a Nascar (mas sigo torcendo por chuva em Bristol). No domingo, você acompanha a hora e meia final a partir de 8h.

A gente se vê, tomara!

Comentários

  • Valeu Rodrigo eu acompanho o restanta da corrida pelo You tube at´é amanha boa cobertura fala dos brasileiros , eu já assisti esse 24 horas em 1973 , vi Jose Carlos Pace e Arturo Mezario pilitando uma Ferrari , tinha uma reta enorme uns seis km , no final da reta tinha uma montanha para proteger os piloto, e quando amanhecia tinha varios carro que batidos nesa montanha de terra, eu dei uma volta apé em toda a pista , na noite foi emocionante abs