Os Senhores dos Anéis vão voltar!

RIO DE JANEIRO – A semana se inicia e, com ela, surpresas e novidades vindas da Alemanha via Audi: os quatrarg´´olicos promovem um novo realinhamento estratégico dentro do Motorsport da marca de Ingolstadt.

Para começo de conversa, a bomba. A Audi sai da Fórmula E após a temporada 2021 e encerra a parceria com a Abt Sportsline. Participante de primeira hora do certame desde o primeiro campeonato, na temporada 2014/15, a montadora ganhou até aqui 12 corridas da categoria, o título de construtores em 2017/18 e o de pilotos em 2016/17, com o brasileiro Lucas Di Grassi, que disputará o próximo campeonato em parceria com o alemão René Rast.

Nada impede, contudo, que a Audi continue como fornecedora de powertrains à categoria elétrica de monopostos – só que a equipe oficial será desmantelada para dois desafios: um novo e outro muito bem conhecido.

O novo desafio vem em 2022: os alemães vão desenvolver um projeto inovador de buggy elétrico para disputar, nada mais, nada menos, que o Rally Dakar, a maior competição off-road da galáxia. As provas de todo-terreno não são um caminho desconhecido da marca – que nos anos 1980 imortalizou o modelo Quattro dotado de tração total, também um ícone não só da Audi como também da indústria automobilística – uma tendência que todo mundo seguiu a posteriori.

E o velho desafio será o retorno às competições de Endurance: com a adoção da plataforma LMDh, a Audi finca pé nos desafios das grandes provas longas do mundo – as 24h de Daytona e 24h de Le Mans, o que implica no retorno deles ao FIA WEC e a chegada à série IMSA, que adota este modelo de regulamento oficialmente a partir de 2023.

A reboque das novidades, veio o anúncio de uma novidade dentro dessa reestruturação estratégica: Dieter Gass deixa o comando da Audi Sport GmbH e seu lugar será ocupado a partir de 2021 por Julius Seebach, de 36 anos – completa 37 em 13 de dezembro.

“A mensagem mais importante para os nossos fãs é que o desporto motorizado continuará a desempenhar um papel fundamental na Audi”, confirmou Seebach no comunicado oficial. “Temos em mente os desejos dos nossos clientes e a estratégia futura da empresa, que está focada claramente na eletrificação e mobilidade neutra em carbono. É por isso que intensificamos os planos para entrar na nova categoria de protótipos LMDh com suas corridas carro-chefe, as 24h de Daytona e Le Mans”, disse o dirigente.

Também foi confirmada a sequência do programa de clientes da Audi AG nos campeonatos de GT3 pelo mundo inteiro. A Audi Sport Customer Racing seguirá com o apoio necessário às equipes que optarem por alinhar o modelo R8 LMS EVO nas pistas em 2021, com investimento maciço nas duas provas mais importantes do gênero desse modelo de competição – as 24h de Nürburgring e de Spa-Francorchamps, bem como o Intercontinental GT Challenge.

Comentários

  • Eu tomei um susto quando li sobre a saída da Audi na F-E.
    Mas, vendo seus ótimos esclarecimentos, fiquei mais tranquilo. Ela deve passar a batuta pra Abt, que deve virar uma equipe independente – e provavelmente com isso o Daniel Abt deve voltar, pois metade do mundo já vai ter esquecido da patacoada estelionatária virtual dele nesse ano.
    Creio que a Audi continue fornecendo os motores, ou seja lá como isso se chame na F-E, principalmente quando em 2021 eles basicamente fizeram um treco 100% quadrargólico. Que tudo indica que nesse ano vai se arrastar pelo meio do grid, fazendo com que Di Grassi e Rast tirem leite de pilha – o correspondente elétrico de leite de pedra. E isso eles sabem fazer. Di Grassi dispensa apresentações. Um babaca contumaz e um puta piloto, o cara que tá lá desde quando a F-E era mata virgem e o motor tinha barulho de broca de dentista. Rast teve um crescimento absurdo na segunda metade do campeonato. E é macaco velho.
    Vida longa à Audi. Tenho uma simpatia pela equipe.

  • A marca que me fez amar Le Mans e endurance está voltando! Fico imaginando Toyota e Peugeot nessa hora: se já havia receios com a nova classe de protótipos em relação à dos hypercars, com a a Audi entrando justamente naquela categoria, a pressão vai ser grande. Muito feliz, mas confesso que não entendi essa mudança de estratégia da marca.

      • Caramba, que tristeza…

        O resumo do final de semana de automobilismo com comentários embasados e bom humor acabou…

        Ver o Mestre Edgard sem palavras e com lágrimas nos olhos foi comovente!!!

        Espero que a Disney tenha parado por aí, e que continue exibindo “tudo que for corrida de carros e motos” nos canais.

        Triste, mas é como vc falou Mattar, “vida que segue” e se não for futebol, não serve.

    • Pois é André Fonseca, pela resposta do Rodrigo Mattar evidencia-se a importância que todos nós, amantes da velocidade, temos para as emissoras de TV, corrigindo: a nossa importância só existe quando fazemos parte dos números de audiência…aí sim, existimos. Chega….é por este e outros motivos, que neste mês, estarei cancelando um monte de canais do meu pacote de TV…afinal de contas: “…vida que segue…”

  • OFF-TOPIC (bem triste!)

    No domingo, o Grosjean quase morreu.

    Na segunda, acabei de constatar, agora há pouco, que o grande Fox Nitro morreu!!!!

    Espero que nessa terça-feira, o automobilismo tenha só boas notícias. Chega de notícia ruim!

    O que dizer? O óbvio: nós, os fanáticos por automobilismo, acabamos de perder o melhor programa da nossa tribo na TV paga. Se eu disser que assisti todos, estarei mentindo. Mas, com certeza, devo ter visto 98% das edições do Fox Nitro.

    Na minha opinião, o programa tinha apenas um único problema, um único defeito: uma hora de duração era muito pouco!!!

    Rodrigo Mattar: muito obrigado! Agradeço a você, e a todos os colegas da bancada (como dizia o Edgard) por compartilharem conosco a sabedoria e o amor que vocês têm pelo automobilismo!

  • Nunca assinei a Fox mas sempre tive vontade. Alguem me tira a dúvida, o Fox Nitro é um programa que fala sobre automobilismo ou engloba as transmissões das corridas ao vivo também.

    Infelizmente vivemos no país do futebol. Dia desses estava na casa de um amigo e fui correr os canais de esportes que ele assina (Sportv, ESPN, FOX e BandSports). Todos, literalmente todos falavam de futebol. Tinha até VT de Brasileiro série B.

    • Esclarecendo sua dúvida: o Fox Nitro era um programa semanal que fazia um resumo das principais competições automobilísticas da semana anterior, além de receber alguns convidados, sendo, a maioria, pilotos. As últimas entrevistas que eu mais gostei foram com o Massa e o Rubinho, mas acho que o Cacá Bueno foi o cara que mais vezes esteve no programa.

      Além de participarem do Fox Nitro, os integrantes do programa narram e comentam – sempre ao vivo – as competições que são exibidas pelo Fox Sports: Fórmula-E, 24 Horas de Le Mans, motociclismo etc etc.

      • Esqueci de comentar: o fato do futebol ocupar 99% da programação do Fox Sports/ESPN, Sportv e Bandsports é uma coisa que me irrita profundamente e eu nem vou falar mais nada.

        Em tempo: há um programa sobre automobilismo no Bandsports: Super Motor. O apresentador e seus colegas gostam e entendem muito de automobilismo, mas a produção do programa é muito pobrinha, não está no mesmo nível do Fox Nitro. A vinheta do Super Motor parece que foi feita por uma criança que foi criada por outra criança. O Fox Nitro é o Lewis Hamilton. O Super Motor é o Vettel com aquele tetra que só foi conquistado porque o Mark Webber era um Zé Ruela (essa é uma das minhas principais “teses” sobre o super-hiper-ultra estimado Sebastian Vettel).

  • Sobre o fim do Fox Nitro. Para quem não está ligado faz parte do desmonte do grupo Fox depois que o grupo Disney abocanhou vários canais. Pelo que entendi, a Disney terá que se desfazer dos canais Fox por imposição do CADE então deve absorver pacotes de transmissão e parte do pessoal da Fox, o resto, o que vai sobrar, quem sabe.. Me preocupa que eles criem depois algo parecido como o Disney Plus com o pacote esportivo e que não passem todas as categorias que podíamos acompanhar pela Fox.

  • Boa notícia nesse fim de ano pela saúde das 24h e do WEC. Da pena a Audi não estava no seu território sofrendo demais na F-E. Torcer que em 2023 vai ferver. Melhor a Toyota preparar um hypercar de um outro planeta ou fazer um LMDh também. E a Peugeot que se prepare pois esses 10 anos ausentes vão pesar bastante.