Super GT: JP de Oliveira campeão na GT300; Team Kunimitsu fatura GT500 na última curva!

Yamamoto e Makino ladeiam a lenda Kuminitsu Takahashi.: a equipe que representa a Honda vence pela segunda vez em três temporadas o Super GT japonês na GT500

RIO DE JANEIRO – Final cinematográfico para uma temporada atípica do Super GT em 2020. Com a GTA, organizadora da competição, obrigada a comprimir um calendário de oito etapas em somente quatro meses e limitando as visitas do certame a apenas três circuitos – Fuji Speedway, Suzuka e Twin Ring Motegi – não houve espaço para muito respiro. E o ano acabou com uma corrida de tirar o fôlego de todo mundo.

Um campeonato decidido literalmente na última curva, da última volta, quando engasopou o Toyota Supra de Ryo Hirakawa/Kenta Yamashita – este, substituto de Nick Cassidy, já envolvido com a Fórmula E nos testes de pré-temporada para 2021. Hirakawa se encaminhava para o título, mas a conquista caiu no colo do Raybrig Team Kunimitsu, da lenda oriental Kunimitsu Takahashi, com requintes de crueldade. Após a quadriculada, o Honda NSX-Concept GT parou na pista, sem combustível.

Pela segunda vez em três temporadas, o time do carro #100 leva a taça. E se em 2018 havia Jenson Button, Naoki Yamamoto comemorou o título com o compatriota Tadasuke Makino. A dupla venceu quando mais precisava na temporada e chegou a 69 pontos, dois à frente do vice-campeão Hirakawa.

Yuhi Sekiguchi/Sacha Fenestraz foram muito bem na disputa e levaram o último degrau do pódio. Não foi suficiente, contudo, para impedirt que Koudai Tsukakoshi/Bertrand Baguette terminassem o ano num excelente 3º lugar.

Aliás, as duplas da Honda foram muito bem: três delas ficaram entre os seis primeiros, com Nirei Fukuzumi/Tomoki Nojiri, da ARTA do antigo piloto de F1 e também dono de equipe Aguri Suzuki faturando duas poles e uma vitória. Fecharam em 5º, adiante do melhor Nissan, com Tsugio Matsuda/Ronnie Quintarelli.

Atuação impecável e título mais do que merecido na GT300 para João Paulo de Oliveira e Kiyoto Fujinami: o stint do brasileiro de 39 anos foi decisivo para a conquista em Fuji

Mas o melhor veio na GT300: João Paulo de Oliveira e seu parceiro Kiyoto Fujinami fizeram uma corrida impecável e levaram o troféu de campeões da temporada 2020 com o velho “Godzilla” Nissan GT3-R Nismo. A dupla da Realize Nissan Automobile Technical College Kondo Racing tinha que chegar à frente dos principais adversários e atingiu seu intento, com o 2º lugar na disputa  – graças a duas importantes ultrapassagens do “Oribeira” em seu stint, primeiro sobre o carro #6 de Kazuto Kotaka/Ryohei Sakaguchi e depois em cima do Mercedes-AMG GT3 EVO de Togo Suganami/Naoya Gamou.

Assim, o paulista de 39 anos chega ao seu quinto título na carreira. Campeão da F3 Sul-Americana na classe B em 1999, levou também o Alemão e o Japonês da mesma modalidade, além do troféu da Fórmula Nippon – hoje Super Formula – em 2010. Com 123 largadas no Super GT, João Paulo é um dos mais respeitados pilotos estrangeiros que por lá competem.

E além de tudo é uma ‘avis rara’ no meio. Merece muito conquistar o que conquistou neste ano, depois de muita luta e de uma temporada ruim com a D’Station ano passado, guiando o modelo britânico da Aston Martin.

Pole position, o Toyota GR Supra GT300 da Saitama Toyopet Green Brave venceu pela segunda vez no ano com Kohta Kawaai e Hiroki Yoshida. Contudo, isso bastou apenas para que tirassem o vice-campeonato de Suganami/Gamou, que chegaram à decisão atrás de Oliveira/Fujinami, com o Mercedes-AMG da K2 R&D Leon Racing. A dupla do carro #65 finalizou em quarto, atrás do Toyota “Mother Chassis” de Kotaka/Sakaguchi.

Comentários

  • Que corrida sensacional. Um títulos decidido a poucas voltas do fim me outro na linha de chegada! Como pode esse campeonado não ser mais conhecido?

    • Primeiro que o nivel ´tecnico , que é muito abaixo . Japoneses não tem muita tradição em revelar grandes pilotos de GT ( drift reina por lá ) e as fabricas locais tem elenco bem ruim , pra os pilotos correrem nesse campeonato e dar mais peso , alem do horário . E a GT500 usa o peso do sucesso e também tirar um pouco do graça. Sou fan da Nissan , mas se o João Paulo quiser mais destaque a BritishGT seria uma opção pra ele , Principalmente o horario das corridas ( que proximo a hora do almoço , aqui no Brasil ) e não ser tao concorrida e ter pilotos disputando a EnduranceCup ( na segunda classe ) .