Definições

Uma escolha pragmática: a Mercedes optou pela solução mais à mão possível e promove George Russell, um dos pilotos sob sua proteção, a substituto de Lewis Hamilton pelo menos no GP de Sakhir deste domingo. É a oportunidade que o inglês tanto precisa para mostrar que merece coisa melhor do que sua Williams na Fórmula 1

RIO DE JANEIRO – É oficial: George Russell na Mercedes e Jack Aitken na Williams. Assim está definido o grid para o GP de Sakhir do próximo domingo, com dois estreantes – Aitken e Pietro Fittipaldi – e, para Russell como substituto de Lewis Hamilton, trata-se da chance da vida.

Apesar da torcida de muitos por Nico Hülkenberg e Stoffel Vandoorne, a escolha da Mercedes foi pragmática e coerente, já que ele conhece o carro por testes e creio que Vandoorne não, assim como Hulk. Mas é uma prova de fogo para George – que, como descrevi no primeiro parágrafo – terá a chance de mostrar o que vale. Se for tão rápido quanto Valtteri Bottas, mostrará que o finlandês não tem nenhuma serventia mais na Fórmula 1. Fazendo direitinho o dever de casa, Russell pode mostrar à Toto Wolff se está pronto – ou não – para vir um dia para a equipe da estrela de três pontas.

Um outro ponto a se observar é que Jack Aitken, reserva da outrora vitoriosa equipe inglesa, pode também tirar partido dessa situação incomum de uma corrida numa pista rápida – já que a disputa será desenvolvida no anel externo do traçado barenita – e que pode proporcionar quebras e múltiplas entradas do Safety Car. Imaginem, numa hipótese meramente improvável neste momento, que ele pontue e Russell não aproveite nenhuma oportunidade a bordo da Mercedes? Não vai ficar bem para ele – Russell, evidentemente.

É só um exercício de possibilidades e não uma certeza, até porque não torço pelo fracasso do campeão da Fórmula 2 em 2018. George tem que estar cônscio – mais do que nunca – de que é uma oportunidade que não pode deixar escapar e não queimar seu filme na categoria. Já tem muita gente achando que o britânico é ‘leão de treino’ e inconstante nas corridas. A ver…

O sobrenome é pesado, mas pairam dúvidas: será que Mick Schumacher, que estreia na Haas em 2021, é mesmo do ramo como fazem crer seu questionado campeonato de F3 europeia em 2018 e até a liderança na F2 este ano?

Falando em definições, a Haas bateu o martelo e como seus dois pilotos titulares já estavam oficialmente fora há alguns dias – em 24h apenas anunciou sua nova dupla para 2021: será formada pelo russo Nikita Mazepin e por… Mick Schumacher, trazendo a segunda geração da famíia à Fórmula 1.

Sobre Mazepin, é mais um dos múltiplos casos do automobilismo onde dinheiro sobrepuja talento. O russo de apenas 21 anos está na segunda temporada de F2 e, embora seja o 3º do campeonato desse ano defendendo a Hitech, em 2019 levou um pau homérico do holandês Nyck de Vries, que foi o campeão, quando foram parceiros na ART Grand Prix. Dizem que ele deu à Haas 35 milhões de motivos via Uralchem, a indústria química de seu pai – se é que vocês me entendem – para fecharem acordo.

Mick Schumacher já tem sua trajetória questionada desde a Fórmula 3 europeia, quando sua equipe – a Prema, que defende na F2 – foi acusada pelos adversários de pôr na pista um carro fora das especificações técnicas. O garoto tem um sobrenome pesadíssimo, lidera o campeonato de 2020 com 205 pontos contra 191 do vice-líder Callum Ilott e tem boas chances de levar o título da categoria de acesso neste fim de semana.

Mas a julgar pela campanha da Haas nas últimas duas temporadas na Fórmula 1, difícil prever que terá um ano de bons resultados. Se conseguir pontuar com alguma regularidade e não fizer bobagens – e principalmente a Haas acertar a mão no carro – já terá feito muito.

Comentários

  • Eu acho ótimo o Russell ter essa chance, sempre achei que tempo de aprender é antes da F1, chegou tem que mostrar a que veio , e não por acaso , os fodões chegam e na primeira oportunidade dá mostras de seu potencial , Emerson venceu no seu 4ª GP , Piquet foi vice no seu segundo ano completo , Shumy na primeira corrida já carimbou entrada na Benetton e já andou rápido , Hamilton chegou e desbancou o fodão do Alonso , e a fila de exemplos não para , piloto de ponta chega e mostra sua cara.
    Espero que Russell abrace a chance , e esta impressão de leão de treino fique pra trás!

  • Se o Russell fizer a pole, e ainda terminar a corrida na frente do Bottas, sejamos bem sinceros: será um grande vexame!!!! Aliás, nem precisa acontecer as duas coisas simultaneamente. Bottas tem a obrigação de fazer a pole e vencer a corrida, mas estou torcendo muito para que o Russell derrote o Bottas duplamente: fazendo a pole e vencendo.

    Não ficarei surpreso se em outubro ou novembro de 2021 sair a notícia de que Mazepin – o pai – comprará a Haas e, num “surto de criatividade e imaginação”, batizará a equipe como Mazepin Racing.

  • a escolha da mercedes foi obvia e racional,confronto direto com bottas para saber com quem seguir em 2022,quanto a fittipaldi infelismente será um tapa buraco,enquanto n surgir um grande talento brasileiro ficaremos dependendo de um caminhao de dinheiro,ficar de olho em drugovich.

  • Nicholas Latifi, Mick Schumacher e Nikita Mazepin: espero estar redondamente enganado, mas em 2021 existe uma grande possibilidade de termos que analisar quem será o pior entre esses três pilotos. Isso se não aparecer um novato também na Alpha Tauri.

    Alexander Albon tem um ego que pesa 380 mil toneladas e declarou recentemente que não aceita ser “rebaixado”. Por outro lado, Verstappen também já disse que gostaria que Nico Hülkenberg voltasse para a F-1.

    Portanto, se Albon realmente se recusar a voltar para a Alpha Tauri, e o Hulk for para a Red Bull: teremos um piloto novato também na Alpha Tauri.

    Sobre o futuro de Alexander Albon, para mim tudo está bem claro.Pérez ou Hülkenberg? Um dos dois estará na Red Bull no ano que vem.