The end: Aston Martin encerra equipe de fábrica no FIA WEC

RIO DE JANEIRO – Foram 66 corridas desde as 12h de Sebring há oito anos até a última etapa da temporada 2019/20, com as 8h do Bahrein, quarenta e quatro vitórias nas duas classes de Grã-Turismo (19 na LMGTE-PRO e 25 na LMGTE-AM), com dois títulos ‘overall’ de pilotos de GT, um na LMGTE-AM, um de construtores e mais cinco de equipes. Sem contar os triunfos de subclasse nas 24h de Le Mans.

E nada disso foi capaz de segurar a Aston Martin Racing no Mundial de Endurance. Por conta de um ‘investimento maior’ na Fórmula 1, o programa oficial de fábrica e o de apoio ao cliente Paul Dalla Lana, que pagava pelo running do construtor de Gatwick, está oficialmente cancelado para o campeonato de 2021.

Eu entendo a decisão da companhia hoje comandada majoritariamente por Lawrence Stroll, mas não concordo. No caso do Hypercar Valkyrie e seu natimorto programa de desenvolvimento, até acho que fez um certo sentido. Mas cancelar três carros de LMGTE, cuja operação não é barata – mas com certeza menos custosa que arcar com um LMH – pra mim já é um pouco demais. Sem contar a associação da marca com o modelo derivado do carro de série. E outra pergunta: qual o benefício técnico hoje da Fórmula 1 para os modelos urbanos e/ou esportivos?

Enfim, vida que segue: a Aston Martin sai de cabeça erguida com os títulos de construtores e do ‘Dane Train’ formado por Marco Sørensen e Nicki Thiim no campeonato bienal 2019/20. Quatro brasileiros por lá passaram – Bruno Senna, Fernando Rees, Daniel Serra e Augusto Farfus – na pilotagem, afora os competentes engenheiros Gustavo Betelli e Patrick Bandeira de Mello.

A Aston Martin, via Prodrive, seguirá oferecendo suporte à sua clientela nas mais diferentes categorias. Por incrível que pareça, não está descartada a permanência do Vantage no FIA WEC com equipes clientes na LMGTE-PRO, porém é mais tangível que a LMGTE-AM  seja o caminho a se seguir.

Veremos como as coisas caminharão para 2021. Certo é que ACO/FIA têm que se mexer e para já. Não pode o WEC perder três fabricantes – Ford, BMW e agora Aston Martin e a IMSA, dois – Ford e Porsche, sem contar que não há Ferrari full season há tempos e a BMW já considera fazer somente as provas longas neste ano que se avizinha. E a perspectiva de novas marcas no futuro próximo é sombria.

Tempos difíceis, estes…

Comentários

  • É uma grande perda para as classes LMGTE, mais uma.
    Já disse várias vezes, mas creio que não haja solução satisfatória que não seja adotar a configuração GT3 para as classes LMGTE dos certames do ACO/FIA pois, além de poder manter normalmente os fabricantes que já existem, ainda poderá angariar outros que atualmente fabricam carros GT3, como Audi, Lamborguini, Mercedes, Bentley, Mclaren, entre outros.

  • Li essa noticia hoje de manhã desastrosa na pagina oficial das 24 Heures du Mans, depois da alegria da noticia de Audi e Porsche semana passada. O fim de uma era o combate direto Corvette x Aston Martin que brindou corridas incriveis. Dizem os proverbios que nos tempos dificeis e que se abrem os novos horizontes, talvez seja um bom tempo da organização francesa chamar novas fabricantes para os GTE, flexibilizar…