33 carros no WEC 2021!

Quase sem oposição, a Toyota já sai como favorita ao título da nova classe LMH na temporada #9 do Mundial de Endurance. O grid terá 33 carros e a ByKolles, que anunciara intenções de um Hypercar, não deu as caras

RIO DE JANEIRO – Este blog mais uma vez acertou no alvo: a temporada #9 do Mundial de Endurance (FIA WEC) teria, de acordo com as possibilidades e as cartas na mesa, de 32-33 carros. Terá exatamente 33 e poderia ter mais.

O total está assim distribuído: cinco LMH, onze LMP2, quatro LMGTE-PRO e 13 LMGTE-AM. As classes Pro-Am vão segurar as pontas de novo.

Na LMH, o desapontamento fica por conta de as previsões iniciais se contrariarem pela ausência da ByKolles e seu projeto do Hypercar PMC que, pelo visto, não estará no campeonato todo – poderemos vê-lo somente em Le Mans, mas até isso parece impossível.

Assim, a oposição à Toyota, que mantém os mesmos dorsais e as mesmas trincas da última temporada, na estreia do novo GR010 Hybrid Hypercar, virá da Glickenhaus – que terá suporte da Joest Racing – e da Alpine, única a apostar num protótipo LMP1, ainda permitido desde que dispute o campeonato sem sistemas híbridos – e que será ‘equilibrado’ com os demais com o uso de BoP.

Gustavo Menezes e Ryan Briscoe são os únicos nomes anunciados para guiar o Hypercar da Glickenhaus, enquanto o Alpine A480 LMP1 com motor Gibson V8 4,5 litros será conduzido por André Negrão – também sem parceiros definidos. Será o quarto ano do piloto brasileiro na equipe com sede em Bourges e o primeiro na ‘turma de cima’.

Filipe Albuquerque e Phil Hanson permanecem na United Autosports – que no WEC este ano correrá com bandeira dos EUA – para tentar repetir o título do último campeonato. Mas a oposição este ano será das boas…

Entre os onze LMP2 anunciados, cinco novos times no Mundial – um deles, vocês viram ontem, a Richard Mille Racing vai mesmo com o dorsal #1 e um dos dois trios 100% femininos na temporada. As outras quatro novatas na série são a Inter Europol Competition, o Team WRT (equipe de excelente currículo em provas de Grã-Turismo e já de olho no futuro regulamento LMDh, via Audi), a ARC Bratislava e a Realteam Racing – que, a exemplo do Racing Team Nederland, entra no campeonato com suporte da TDS Racing de Xavier Combet.

Serão dez protótipos Oreca 07 e um solitário Ligier – este alinhado pelo time do eslovaco Miro Konôpka. Todos com pneus Goodyear e motores Gibson V8 com 40 HP a menos em relação ao último ano. O Team Jota será o único com dois carros e – causa e efeito – não haverá mais a Jackie Chan DC Racing.

Robin Frijns e o Team WRT estreiam de olho no novo regulamento LMDh para 2023 e diante

Cinco das tripulações serão Pro-Am – um campeonato dentro do campeonato – oficialmente assim determinadas por ter pilotos bronze: Dennis Andersen (High Class Racing), Henrik Hedman (DragonSpeed), Frits Van Eerd (Racing Team Nederland), Miro Konôpka (ARC Bratislava) e Esteban Garcia (Realteam Racing).

Serão cinco inscrições na LMP2 como Pro-Am, uma delas da ARC Bratislava, única das dez equipes confirmadas com o protótipo Ligier JS P217

Dentre os pilotos confirmados, sem contar os campeões Filipe Albuquerque e Phil Hanson, que permanecem na United Autosports – agora tendo como colega o suíço Fabio Scherer, quatro tiveram passagem pela Fórmula 1: os veteranos Jan Magnussen e Juan Pablo Montoya, o belga Stoffel Vandoorne e o também experiente britânico Anthony Davidson.

Sem esquema oficial de fábrica da Aston Martin, o plantel da LMGTE-PRO ficou reduzido a somente quatro unidades e duas marcas: Ferrari e Porsche.

A ascensão de Neel Jani ao posto de piloto titular na Porsche LMGTE-PRO é tida como ‘incompreensível’

Ambas terão dois pilotos full season nos carros inscritos e as novidades em relação ao último ano serão a participação de Daniel Serra como titular da AF Corse e a considerada incompreensível confirmação de Neel Jani na vaga de Michael Christensen.

A LMGTE-AM fecha a conta e passa a régua na entry list com um incrível total de 13 carros confirmados e nove inscrições diferentes de equipes, embora duas delas trabalhem com suporte de times existentes.

Exemplo da Cetilar Racing, que desce da LMP2 para a LMGTE-AM e da japonesa D’Station Racing. Ambas terão esquemas operados respectivamente por AF Corse e TF Sport.

O time de Amato Ferrari terá duas Ferrari 488 GTE sob seus cuidados e uma delas será dos atuais campeões François Perrodo e Nicklas Nielsen, acompanhados de um novo rosto – Alessio Rovera. Thomas Flöhr, Francesco Castellacci e Giancarlo Fisichella também seguem a bordo em 2021.

Além da equipe italiana, outras organizações têm dois carros inscritos – Team Project 1 e Dempsey Racing-Proton, ambas com Porsche 911 RSR-19 e a Iron Lynx Racing, que apresentará outro dos trios 100% femininos com Manuela Göstner, Michelle Gätting e Rahel Frey.

O canadense Paul Dalla Lana, que faz 55 anos em fevereiro, retorna fiel à Aston Martin Racing em 2021

No mais, a TF Sport será a equipe de Felipe Fraga junto a Ben Keating e Dylan Pereira, com Paul Dalla Lana sublocando a estrutura da Aston Martin Racing, que permanece no WEC com seu fiel cliente. E a Gulf Racing muda seu nome fantasia para GR Racing, alinhando novamente um Porsche com Michael Wainwright e seu piloto de graduação ouro, o igualmente fiel Benjamin Barker.

Na distribuição quase salomônica de vagas, Porsche e Ferrari têm cinco carros cada e Aston Martin, três. Em relação ao último campeonato, os times de Motoaki Ishikawa e Johnny Mowlem (MR Racing e Red River Sport) – são as ausências e, convenhamos, ninguém sentirá muita falta deles.

A temporada está prevista para começar em Sebring no dia 19 de março, mas pode haver mudanças e Portimão ocuparia a vaga da pista da Flórida por conta dos efeitos da Pandemia, ainda sentidos de forma bastante significativa em diversos países.

Comentários

  • Bom plantel, mas se nas classes GT, usassem as especificações GT3, teríamos maior variedade de marcas e modelos não? nunca entendi por que o WEC não usa esse formato e fica com esses GTLM, que na minha opinião pelo menos (que não vale muito eu sei haha) são menos bonitos, os GT3 são mais próximos ainda dos modelos de rua….

    • Teoricamente, ACO/FIA são brigados com Stéphane Ratel, que formatou com sua SRO o sucesso das séries Blancpain (GT3) mundo afora.

      E pode chegar o dia – e não deve tardar – em que a turma de Le Mans e da Place de La Concorde vai pedir ‘pinico’ pro Ratel.

  • Aproveitando o ensejo desse anúncio, acho que valia uma postagem – e desde já me desculpe se uma postagem assim já existiu aqui – explicando um pouco dessa questão de graduações de pilotos no WEC, e, se não me engano, em Le Mans também.

  • Caramba…apesar de ser um grid muito bom dadas as circunstâncias de crise econômica e pandemia, ainda é um pouco frustrante o grid da LMGTE Pro…acho que alguns times teriam condições de assumir os carros da Aston Martin Racing na classe principal de GT. Um sonho ainda seria a Corvette Racing alinhar ao menos um carro full sesion…
    Sonhar ainda é de graça…

    • Voce falando do Corvette me lembrou o tempo que a Larbre andava com eles, interessante que essa e muitas outras equipes que ja foram fortes no passado recente da categoria sumiram.
      Poderia citar varias a própria Larbre, Strakka, ADR-Delta, Graeves(dos classicos Zytek), Morand, OAK, Murphy simplesmente sumiram, uma pena.

      • A OAK pode ter sumido como equipe, mas Jacques Nicolet segue envolvido com o Endurance, já que os Ligier são comercializados e construídos pela Onroak Automotive.