U.E. “Pat” Patrick (1929-2021)

“Pat” Patrick (Foto: Michael Levitt/LAT Images)

RIO DE JANEIRO – Mais uma perda enorme para o automobilismo mundial neste início de 2021. Há pouco, tive ciência da morte do antigo dono de equipe da USAC, Indy 500 e Fórmula Indy, “Pat” Patrick. Ele tinha 91 anos de idade.

Nascido em 10 de março de 1929 no Kentucky e batizado Ueal Eugene Patrick, “Pat” começou no ramo de exploração de óleos combustíveis com a Patrick Petroleum, enveredando para o automobilismo em 1967 – primeiro como patrocinador, apoiando Walt Michner.

Em 1970, Patrick entrou de vez no motorsport como chefe de equipe. Com LeRoy Scott de sócio, montou as bases da Patrick Racing. Com sua equipe, levou três edições das 500 Milhas de Indianápolis – duas com Gordon Johncock em 1973 e 1982 e a terceira em 1989, com Emerson Fittipaldi, que conquistaria o título de pilotos da CART, o antigo nome da Fórmula Indy, daquela temporada, com mais outras quatro vitórias. “Gordy” fora campeão da USAC, antecessora daquela disciplina, em 1976.

No início dos anos 1990, após uma infrutífera associação com a March e a Alfa Romeo, a Patrick Racing passou por um período temporário de retirada do esporte. Mas foi através de sua estrutura que a Firestone trabalhou no desenvolvimento de compostos de pneus, quando o fabricante voltou ao automobilismo. Com Scott Pruett a bordo, a Patrick conquistou uma sensacional vitória nas 500 Milhas de Michigan em 1995.

Dois anos depois, o time virou Brahma Sports Team, com os auspícios da marca cervejeira do Brasil, estreitando novamente os laços com os pilotos do país, via Raul Boesel. Pruett venceu em 1997 na pista de Surfers Paradise e após a saída de Boesel, com outra marca de cerveja (Tecate) a tiracolo, veio o mexicano Adrián Fernández. E triunfos em Twin Ring Motegi e Mid-Ohio.

O latino venceria mais duas provas pela equipe – Motegi, de novo e Fontana – antes do ano mais profícuo do time de “Pat” Patrick com o vice-campeonato de Fernández, impulsionado por mais duas vitórias e por Roberto Moreno ganhando em Cleveland. O “Baixo” terminou aquela temporada de 2000 com o 3º lugar na série.

Fernández bateu em retirada para montar sua estrutura e a Patrick entrou em declínio. Ainda venceu com Moreno em Vancouver e, mesmo tendo pilotos feito Jimmy Vasser, Townsend Bell e Oriol Serviá, as performances nunca mais foram as mesmas. “Pat” despediu-se do esporte em 2004, inscrevendo um carro para Al Unser, Jr. na edição daquele ano das 500 Milhas de Indianápolis, terminando em décimo-sétimo lugar.

Ao todo, a Patrick Racing conquistou 45 vitórias nas categorias estadunidenses, sendo 19 na USAC e 26 na CART.

Comentários

  • Puxa. Parte dessa história eu já acompanhava desde os anos 90, pois não perdia as corridas da CART, na época com transmissão pelo SBT e narração do Téo José. Que pena.
    Que descanse em paz!

  • Não lembrava mais que aquele carro da Brahma na verdade era a Patrick. Torci muito pelo Boesel, na época em que comecei a descobrir e gostar da Indy. Mas senti que ele foi meio o Chris Amon da época dele. Muito rápido, competitivo, mas com pouca sorte.
    Como um companheiro comentou também. Nem parece que 2020 acabou. É só pancada atrás de pancada.