WEC, 6h de Spa-Francorchamps: United Autosports comanda FP1

O #22 da United Autosports, do trio Filipe Albuquerque/Fabio Scherer/Phil Hanson fez o melhor tempo do primeiro treino para as 6h de Spa-Francorchamps (Foto: Gabi Tomescu/AdrenalMedia.com/FIA WEC)

RIO DE JANEIRO – Assim como no Prólogo, um protótipo LMP2 deu as cartas no primeiro treino para valer da temporada 2021. Na sessão livre realizada na tarde de hoje na Bélgica, com 90 minutos de duração, a United Autosports fechou o dia com o melhor tempo. O português Filipe Albuquerque marcou 2’04″083 (média de 203,2 km/h) e o carro #22 que dividirá com Phil Hanson e Fabio Scherer sai na frente da concorrência da categoria e – incrível! – dos Hypercars, teoricamente mais rápidos e evoluídos.

O Alpine A480 Gibson – que, cabe lembrarmos, é um protótipo LMP`1 – acabou em 2º na geral com Matthieu Vaxivière, uma das novidades da equipe, em 2’04″335. O francês foi 0″239 melhor que Mike Conway no Toyota GR010 Hybrid e entre eles ainda vieram quatro LMP2  – o #70 da Realteam Racing com Norman Nato (melhor dos sete carros Pro-Am da classe), o #28 da JOTA com Stoffel Vandoorne, o #21 da DragonSpeed com Ben Hanley e o #29 do Racing Team Nederland, via Giedo Van der Garde.

Vivemos para ver isso: Toyota estreando seu Hypercar levando ferro dos LMP2 com sétimo e décimo lugares na geral nesta quinta-feira em Spa (Foto: Gabi Tomescu/AdrenalMedia.com/FIA WEC)

E o outro Toyota, com Kazuki Nakajima a bordo na volta mais rápida, ainda foi suplantado pelo carro #34 guiado por Alex Brundle, da Inter Europol Competition e por mais um LMP2, este sem marcar pontos no WEC, o #26 da G-Drive Racing, com o holandês Nyck De Vries.

Detalhe: ACO e FIA jogaram água no chope de Toyota e Alpine. Não farão BoP pós-Prólogo para beneficiar os Hypercar e tampouco desbalancear os LMP2 – mais do que já foi feito, com a obrigatoriedade do kit de baixo downforce, pneus duros, mais peso mínimo e um restritor que tirou 40 HP de potência dos carros. Para´bens aos envolvidos.

O brasileiro André Negrão deu 13 voltas do total de 33 percorridas pelo Alpine de sua equipe. Estabeleceu 2’05″650 em sua melhor passagem. José María López foi o mais lento entre os nove pilotos dos Hypercars hoje com 2’06″334.

As 6h de Spa deste sábado marcarão a despedida de Oliver Gavin das pistas (Foto: Gabi Tomescu/AdrenalMedia.com)

A Porsche começou com 1-2 na LMGTE-PRO: Kévin Estre virou a melhor volta do dia em 2’13″466 e Richard Lietz esteve muito próximo, a apenas 0″034. A Ferrari não esteve muito distante da rival de todo o campeonato, já que Ale Pier Guidi, 3º mais rápido com o #51 da AF Corse, foi apenas 0″054 pior que o francês. Miguel Molina estabeleceu 2’13″715 e Daniel Serra, que finalmente chegou à Bélgica, marcou 2’14″611 – percorrendo 23 voltas.

Antonio Garcia fez a melhor volta do Corvette C8.R em 2’14″405, num treino que começou com pista úmida pela chuva na véspera e foi secando e ganhando emborrachamento. Neste fim de semana, seu parceiro no #63, Oliver Gavin, despede-se das pistas. Aos 48 anos, o britânico campeão da Fórmula 3 inglesa de 1995, derrotando entre outros os brasileiros Hélio Castroneves, Gualter Salles e Cristiano da Matta, além de Ralph Firman, sai de cena com cinco títulos do American Le Mans Series e cinco vitórias em classes nas 24h de Le Mans – tudo isso em 20 anos de Corvette Racing, o que não é pouco.

Marcos Gomes fez o 5º tempo com o Aston Martin da NorthWest AMR na LMGTE-AM (Foto: Gabi Tomescu/AdrenalMedia.com/FIA WEC)

Os Porsches também dominaram na LMGTE-AM, ocupando as três primeiras posições da tabela. O italiano Matteo Cairoli, do Team Project 1, estabeleceu a melhor volta da sessão em 2’13″941, melhor que o Corvette. Matt Campbell ficou em segundo com o #77 da Dempsey Racing-Proton a pouco mais de dois décimos e o estreante belga Alessio Picariello, no #88 da equipe de Ummendorf foi o terceiro, a 0″618 da melhor volta do dia.

Marcos Gomes ‘chegou chegando’ e mostrou serviço: foi o 5º colocado com o #98 da NorthWest AMR: a melhor volta dele na sessão foi 2’14″677. O brasileiro foi recheio de sanduíche entre duas Ferrari da Iron Lynx, com o carro das “Iron Dames” em sétimo. A TF Sport ficou em 8º lugar com Felipe Fraga marcando a melhor passagem do Aston Martin #33 em 2’14″714.

A equipe do #98 deu mais tempo de pista a Gomes e Dalla Lana nesta sexta-feira, por isso não houve num primeiro momento a necessidade de Augusto Farfus, que andou bastante no Prólogo segunda e terça, de marcar tempo. Nem ele e nem Matteo Cressoni foram à pista.

A programação desta sexta-feira será intensa na Bélgica. Anotem os horários: treino livre #2 às 4h30 de Brasília (duração de 1h30min) e treino livre #3 a partir de 9h (duração de 1h). A definição do grid de largada começa 13h20 de Brasília com as classes LMGTE-PRO e LMGTE-AM e 13h40 entram os Hypercars e Protótipos LMP2.

Detalhes: a classificação dos LMP2 terá a participação somente dos pilotos de graduação Prata e Bronze e na LMGTE-AM todos os pilotos bronze inscritos vão para a tomada de tempo. O treino oficial só poderá ser acompanhado pelo site do FIA WEC ou pelo App para Android ou iPhone. O valor é de € 37.99 para todas as seis provas, Le Mans inclusive.

Comentários

  • A explicação do Sinault para a superioridade dos Oreca P2 ante o mais leve e potente Alpine (essencialmente o mesmo carro) foi uma aula de automobilismo. Quanto a Toyota, com Glickenhaus, Peugeot, Ferrari, Porsche, Audi e Acura na linha, a ACO não precisa mais atender a todos os pedidos do gigante japonês e acertou ao se manter no plano. Quantos mais próximas as classes, melhor.

  • Vai ser interessante. O ACO nada fará como dito no post para que os Hypercars consigam andar na frente dos LMP2, mas eu ainda acho que acabarão fazendo alguma coisa para Le Mans. Embora, eu ache também que, nunca os LMP2 ou ainda o Alpine, um LMP1 adaptado ao regulamento atual, tiveram uma chance tão real de uma vitória overall em Sarthe porque, carros totalmente novos, como o Hypercar da Toyota, são muito mais suscetíveis a falhas do que projetos com alguns anos de desenvolvimento e aprimoramentos.
    O que se desenha de fato é uma briga aberta com um número bom de protótipos das duas classes pela vitória geral.
    Nas classes GTE, o fato de termos um Corvette C8R já dá uma abrilhantada mais na disputa. Eu se fosse o Oliver Gavin, deixaria para pendurar o capacete em Le Mans…certamente seria convocado pela Corvette Racing, mas é aquilo…cada um sabe o que é melhor para si, embora eu não seja um apreciador deste famoso bordão, “ele não tem mais nada a provar para ninguém”.

  • A disputa nos protótipos está sensacional e não deveriam mexer em mais nada. Os hypercars estão só começando e irão ficar mais rápidos naturalmente, mas ainda acho que irão mexer…
    Nos GTs, será briga de faca como sempre, agora a ACO deveria adotar logo o regulamento dos GT3 para baratear e aumentar a variedade de fábricas. Ou não fazem isso por receio de os fabricantes passarem a priorizar os GTs aos protótipos??

    • Não, pelo contrário, afinal Porsche e Ferrari já estão confirmadas na classe Hypercar. O que vai acontecer é que as equipes de fábrica das duas marcas sobem para a categoria rainha, até lá, a ACO assegurou a GTE muito provavelmente para as duas não terem que mudar de classe duas vezes em dois anos.