A volta da parceria Penske e Porsche na IMSA… e no WEC!

Se alguém ainda tinha dúvidas quanto á genialidade de Roger Penske como dono de equipe e homem de negócios, aí está: a Penske será de novo parceira da Porsche – e não só na IMSA, no WEC e em Le Mans também

RIO DE JANEIRO – Juntas de novo: Porsche e Penske Motorsport anunciaram nesta terça-feira a volta de uma parceria que já rendeu frutos no Endurance internacional. A mais vitoriosa das organizações estadunidenses do automobilismo volta a trabalhar com a marca do cavalinho empinado de Weissach com vistas à temporada 2023 e além.

Foi confirmado que a Penske será a equipe de fábrica do construtor alemão tanto no IMSA WeatherTech SportsCar Championship como também no FIA WEC – contemplando logicamente um dos maiores alvos de Roger Penske em sua trajetória como dono de equipe e da Porsche. O “Capitão” quer a primeira vitória em La Sarthe. Com 19 triunfos e maior vencedora da história, a Porsche quer a vigésima conquista no ano em que Le Mans completa 100 anos de existência.

O acordo foi oficializado entre a Penske, na figura de seu proprietário e a Porsche, através do presidente da companhia Oliver Blume e o Dr. Michael Steiner, do conselho executivo da Porsche para pesquisa e desenvolvimento.

“Este é um dia de orgulho para toda a nossa organização Penske”, disse Roger Penske.

“Há mais de seis décadas representamos a Porsche nas pistas ou em nossos negócios. A herança e o sucesso que desfrutamos juntos são incomparáveis ​​em nossa história. Mal posso esperar para começar, pois construímos um programa de corrida global com a Porsche que irá competir por vitórias e campeonatos no futuro.”

“Estamos muito satisfeitos por termos conseguido que a Equipe Penske formasse essa parceria”, comentou Oliver Blume.

“Pela primeira vez na história da Porsche Motorsport, nossa empresa terá uma equipe global competindo nas duas maiores séries de resistência do mundo. Para isso, vamos montar bases de equipes nos dois lados do Atlântico. Isso nos permitirá criar as estruturas ideais de que precisaremos para obter vitórias gerais em Le Mans, Daytona e Sebring, por exemplo.”

A sede estadunidense da Penske será em Mooresville, na Carolina do Norte, enquanto o time do WEC terá ainda uma base a ser definida.

O projeto Penske-Porsche-LMDh será o terceiro envolvimento da Penske Motorsport com a marca. Nos anos 2000, ambas desenvolveram e trabalharam no bem-sucedido projeto do Porsche RS Spyder, que repetidas vezes bateu os poderosos Audi TDi em provas do American Le Mans Series. Em 2009, após o fim do ciclo do RS Spyder com a equipe Penske, Roger ainda disputou provas da Rolex SportsCar Series (Grand Am) com um Riley Porsche DP.

“A Equipe Penske fez seu nome com uma história de sucesso quase sem paralelo no automobilismo,” comenta o chefe da Porsche Motorsport, Fritz Enzinger.

“Na longa lista de vitórias até agora, porém, faltou o nome Le Mans. Espero que finalmente possamos registrar este sucesso a partir de 2023 com a Porsche Penske Motorsport.”

De fato, essa é uma das únicas lacunas que ainda faltam ser preenchidas no histórico do Team Penske. Em 1971, efetivamente, a equipe de Roger foi às 24h de Le Mans. Em associação com Kirk F. White, foi alinhada uma Ferrari 512 M/P para aquele confronto com as equipes europeias. Mas os pilotos Mark Donohue e David Hobbs acabaram alijados da disputa e terminaram em 41º lugar.

A Porsche confirmou também que, diferentemente da exclusividade que a Penske detinha com a Acura Motorsports no recém-encerrado programa da série IMSA, haverá times clientes da marca tanto no campeonato dos EUA quanto no Mundial, a partir de 2023. A Penske será a equipe de fábrica e haverá a possibilidade de times satélite participarem das duas competições com apoio da Porsche.

Falta à marca definir o construtor parceiro e tudo indica que será a Multimatic – lembrando que em 2023 entra também em vigor o novo regulamento técnico da LMP2 e novos carros serão construídos: os LMDh terão como base os chassis LMP2, mas com powerplant e roupagem ao gosto do freguês e sistemas híbridos padronizados, o que agradou demais – por uma questão de custos mais reduzidos do que num programa de Hypercar ou mesmo no projeto do 919 Hybrid – na proposta de convergência de regulamento entre ACO e IMSA.

Comentários

  • Essa noticia e a melhor de 2021, nenhuma surpresa depois que correram com o projeto RS Spyder. So falta a Chip Ganassi ou a Andretti confirmar parceria com a Audi. Pelos menos a edição de 2023 não se sabe quem vai vencer kkk.

  • Os telefones de muitos pilotos devem tocar. Espero que algum piloto brasileiro que corra em Endurance tenha a chance de finalmente ganhar em Le Mans.

  • Excelente notícia, a Penske ter uma operação europeia abre muitas possibilidades, um mercado enorme para uma equipe de história impecável.

  • Vai que o Sr. Roger Resolve chamar o Montoya de volta e o gordinho leva a Tríplice Coroa…

    Os LMDh terão desempenho semelhante os Hypercar???

    E a Audi? Reroma a parceria com a Joest?

    • Sim, o BOP igualará as performances dos LMDh e LMH, embora tenhamos visto em Spa que isso não será fácil. A Joest é equipe oficial da Glickenhaus no WEC já, talvez possa ser da Audi na IMSA – ou até no WEC se o construtor americano não se mantiver – mas é difícil. Na Europa, a candidata mais forte é a WRT que já corre nessa temporada de P2 na ELMS e no WEC, inclusive venceu na estreia em Barcelona de forma categórica.

  • Pergunto: essa parceria poderia ter ramificações com a Indycar, trazendo a Porsche para ser a 3ª fornecedora de motores para a categoria? Bom, um devaneio desse tipo não é proibido! Kkkkk