Conflito de datas afasta Pietro Fittipaldi do ELMS e das 24h de Le Mans

Por restrições de viagens em virtude do Covid-19 e conflitos de datas, Pietro Fittipaldi não poderá prosseguir na G-Drive Racing para o programa do ELMS e a disputa das 24h de Le Mans deste ano (Foto: G-Drive Media/Divulgação)

RIO DE JANEIRO – É oficial: Pietro Fittipaldi não disputará mais as 24h de Le Mans neste ano e tampouco o restante do campeonato do European Le Mans Series, por conflito de datas. O piloto brasileiro de 24 anos faria sua estreia em La Sarthe e seria, junto ao colombiano Juan Pablo Montoya, um dos únicos confirmados para fazer Indy 500 e Le Mans. Agora, só o sul-americano, que corre no WEC pela DragonSpeed e tem acordo para fazer duas provas pela McLaren, terá esse privilégio.

O problema se deveu quanto à mudança de data das 24h de Le Mans de junho para agosto. O adiamento é para garantir a presença de pelo menos 50 mil espectadores – a corrida do ano passado, em setembro, foi disputada em portões fechados e tornou-se a primeira adiada em mais de meio século.

“Infelizmente, não poderei continuar com a G-Drive Racing devido a um conflito de datas. A mudança das 24 Horas de Le Mans entrou em conflito com meus compromissos com na Indy e as frequentes mudanças de data, juntamente com as restrições de viagens causadas pela pandemia COVID-19, tornaram difícil continuar com o ELMS e Le Mans”, disse Pietro Fittipaldi.

Some-se a isso o fato de ele ser reserva imediato de Mick Schumacher e Nikita Mazepin na equipe Haas de Fórmula 1. Agora, o piloto estará à disposição deles e também da Dale Coyne Racing para dois eventos neste ano após o Texas, onde retornou à IndyCar com a 15ª posição: a disputa das 500 Milhas de Indianápolis em maio e a prova de Gateway, em agosto.

Pietro já não disputara as 6h de Spa-Francorchamps pela G-Drive no WEC por conta da data ser exatamente a mesma da rodada da Indy do Texas e este que vos escreve ficou encucado quando apareceu a lista para as 4h do Red Bull Ring com Roberto Mehri, que substituiu Fittipaldi na Bélgica, para a corrida deste domingo. E Mehri será o piloto titular do #25 junto a John Falb e ao angolano Rui Andrade para o restante do ano.

Fittipaldi lamentou bastante não ter podido prosseguir no projeto ELMS.

“Eu gostaria de poder continuar porque estivemos bem na primeira etapa em Barcelona e tenho a certeza de que ainda há mais por vir. Foi ótimo trabalhar com o John (Falb) e o Rui (Andrade), mas vamos ver o que vai acontecer no futuro, porque adoraria ter outra oportunidade de trabalhar com eles e com a equipe Algarve Pro Racing”, diz Pietro.

Diretor da equipe Algarve Pro Racing, Stewart Cox lamentou a saída de Pietro, que já havia conquistado um segundo lugar na Pro-Am com o time em Barcelona e ainda teria muito para contribuir no restante da temporada.

“Estamos naturalmente muito desapontados com a saída do Pietro (Fittipaldi), porque é um prazer trabalhar com ele, ele já trouxe muito para a equipe e não tenho dúvidas de que ele teria dado uma contribuição significativa para nossa temporada 2021”, disse Cox.

“Compreendemos e respeitamos totalmente a necessidade de agilizar sua programação devido às recentes mudanças no calendário do automobilismo. Atualmente, estamos vivendo em uma época muito incomum e desafiadora em que você precisa ser adaptável e as viagens internacionais são difíceis, e não há solução viável neste caso. Desejamos a Pietro tudo de bom com seus compromissos com a Haas na F1 e IndyCar, e esperamos ter a chance de trabalhar com ele novamente no futuro”, completou.

Comentários

  • ´E uma pena, mas acho arriscado ele continuar com essa estratégia de sair atirando para tudo quanto é lado. Acaba ficando sem foco e não se firma e desenvolve em categoria alguma. Me lembra um pouco o Bruno Senna perseguindo o desejo de ficar na F-1. Que tenha sucesso.

    • Bruno Senna tem uma excelente carreira no WEC, campeão da P2, vitória na P1 pela Rebellion no ano passado, foi piloto de fábrica da Aston, trabalhou bastante com a McLaren nos GTs, se a carreira do Pietro for por esse lado, tá ótimo. É um erro enorme o neto do Emmo não ter focado na Indy desde o começo, lá ele mostrou velocidade sempre teve portas abertas, atirar pra WEC, DTM e Super Formula em tão pouco tempo não foi lá a melhor escolha.

  • Enfim, não deu. Paciência. Mas Pietro, que é um piloto que ainda não me empolga, eu confesso, deixa as portas abertas, e este pequeno detalhe faz a diferença lá na frente, pois não dá para contar que um dia se abrirá uma vaga na F1, ainda mais para um piloto ainda sem grandes feito$$ que possa bancar essa empreitada com $egurança, como Stroll e Mazepin.