Dez anos depois, Grosjean é pole!

SÃO PAULO – O título do post NÃO está errado: Romain Grosjean, que disputa neste fim de semana sua terceira prova de Fórmula Indy, é pole position do GMR Grand Prix, quinta etapa da temporada 2021 no circuito misto do Indianápolis Motor Speedway.

O franco-suíço de 35 anos quebrou a banca com uma histórica pole – uma década depois da última, na abertura da GP2 Series em Istambul, na Turquia, exatamente dez anos e uma semana antes desta sexta-feira histórica. Com o tempo de 1’09″4396, ele superou por um décimo de segundo o bicampeão da categoria Josef Newgarden, da poderosíssima Penske.

Ninguém podia prever que isso fosse acontecer tão cedo, mas convenhamos: rápido, Romain sempre foi. Faltava era equipamento na Haas e ele saiu literalmente queimado da Fórmula 1. Responde aos críticos de forma soberba e com uma volta fabulosa num templo sagrado do automobilismo mundial.

Jack Harvey continua em ótima fase com o carro #60 da Meyer-Shank Racing e não só avançou ao Fast Six como abre a segunda fila do grid junto a Álex Palou, que liderou seu grupo e também o top 12 com o melhor carro da Ganassi no pelotão. Outro novato de peso, Scott McLaughlin, alinha na terceira fila ao lado de Conor Daly – outra das surpresas da qualificação – com o carro da ECR.

Os 25 pilotos – seriam 26, mas a Carlin abriu mão de disputar a prova e Max Chilton ficou fora da disputa – foram para a primeira parte do treino com dois grupos, um de doze carros e outro com 13. No primeiro grupo, caíram fora Felix Rosenqvist, Marcus Ericsson, Takuma Sato, Ryan Hunter-Reay, Charlie Kimball e, para zero surpresa, Jimmie Johnson.

Mas o Grupo 2 teria um panorama ainda mais surreal: Alexander Rossi não avançou, o líder do campeonato – e atual hexacampeão – Scott Dixon ficou pelo caminho e Pato O’Ward, vencedor de forma incrível na prova #2 do Texas igualmente foi limado. Querem mais? Sébastien Bourdais, James Hinchcliffe e Juan Pablo Montoya (que larga de último) também não foram para o top 12. Ah! E Dalton Kellett, óbvio.

No top 12, Will Power – que fase… – provocou mais uma bandeira vermelha e teve seus tempos deletados. Como efeito, o australiano saiu espumando de seu carro com o dorsal #12. Ele larga na sexta fila, atrás de Rinus VeeKay, Colton Herta, Ed Jones, Simon Pagenaud e Graham Rahal.

Além desta bombástica pole de Romain Grosjean, outra notícia do dia é que a IndyCar cancelou o GP de Toronto. Previsto para 11 de julho, o evento não será realizado por conta das restrições sanitárias do país vizinho aos EUA quanto à Pandemia. Nenhum evento de motorsport do país vai acontecer em 2021 a nível internacional: foram já canceladas a ida do GT World Challenge America e da IMSA a Mosport e também da Fórmula 1 até Montreal.

O GP de Indianápolis terá transmissão ao vivo na TV Cultura neste sábado com este que vos escreve nos comentários e Geferson Kern na narração. A partir de 15h30 de Brasília.

Comentários

  • Mattar,

    Nunca acreditei naquele papo de que “americano não sabe fazer curva para a direita”, mas essa pole do Grosjean torna essa frase um pouco verdadeira, ou não?

    • Olha, eu lamento discordar de você. O nível da categoria é bom e Grosjean é competente. Medi-lo pelo carro da Haas nos últimos anos é sacanagem.

      • Sim, os pilotos da Indy são bons, e Grosjean é muito melhor do que os últimos anos de HAAS…

        Mas o nível na “Europa” é maior do que na “América”, ou não?!

        Vc é o mais indicado para confirmar ou negar o que vou falar agora: mais pilotos de F1 tiveram sucesso na Indy do que pilotos da Indy na F1, certo!?

      • E isso está em discussão no momento?

        E o quanto se sacaneia – pelo menos no Brasil – qualquer piloto que sai dos EUA e vai para a Fórmula 1? O único que escapou foi o Andretti, porque foi campeão. O Villeneuve também, mas não ficou imune a críticas depois.

  • Como dito no post, Grosjean sempre foi rápido, mas inconstante, e juntando com alguns anos ruins do “conjunto” piloto/carro da Haas, saiu qu.imado (literalmente) mesmo da F1. Porem, sendo rápido, certamente apareceria em uma hora ou outra numa categoria onde as diferenças entre o melhor e o pior equipamento são bem menores, por conceito do próprio regulamento e característica. Então, Grosjean deve sim dar uma resposta aos críticos e ter bons momentos na Indy. Quem sabe, hoje mesmo…
    As 15:30h estarei na audiência. Só não estou participando da hashtag da transmissão porque, na verdade, saí do twitter há alguns meses.

  • Pessoal já disse quase tudo, completo apenas acrescentando que na Indy o equipamento é praticamente idêntico, exceção feita ao motor.
    Isso faz a pole do francês ser mais relevante ainda.
    Penso que o Romain tem tudo para “chegar chegando”, estilo Mansell/93.
    Concluindo, cada dia que passa fica mais difícil de compreender a atitude da Penske, renovando com um “Powerless” que já faz tempo que não justifica a fama.