Team Kunimitsu fatura Super GT em Motegi; JP de Oliveira tem colisão na GT300

RIO DE JANEIRO – Com o adiamento anunciado pela GTA, organizadora do Super GT, da etapa de Suzka, a temporada 2021 da principal competição de Grã-Turismo do Oriente  acabou tendo um longo intervalo entre a 2ª etapa, ocorrida no início de maio em Fuji, no fim de semana do “Golden Week” e a última, que seria a quarta e foi cronologicamente a terceira, que se realizou neste domingo.

Tudo por conta do adiamento da corrida marcada para Suzuka, também em maio, e que precisou ser remanejada por conta do aumento dos casos de Covid-19 no Japão.

O circuito Twin Ring Motegi recebeu pela primeira vez este ano – haverá outra como a 7ª etapa – os 44 carros regulares da série, 15 da GT500 e 29 da GT300. E o Team Kunimitsu fez barba, cabelo e bigode. Pole position na qualificação e vitória, numa disputa bastante acirrada, para o Honda NSX Concept-GT da equipe que defende seu título.

O carro #1 guiado por Naoki Yamamoto/Tadasuke Makino teve trabalho com o Toyota Supra da WedsSport Bandoh. Único dos modelos daquele fabricante com pneus Yokohama no grid da GT500 (a Kondo também anda com seu Nissan calçado da mesma marca), o #19 de Yuji Kunimoto/Ritomo Miyata deu trabalho aos rivais e só foi batido depois do pit stop.  A diferença entre eles após 63 voltas percorridas nos 4,801 km do traçado de propriedade da Honda foi pouco superior a três segundos.

Yuhi Sekiguchi/Sho Tsuboi, noutro Toyota Supra – este da au Tom’s – fecharam o pódio da etapa, seguidos por dois Honda guiados por Ukyo Sasahara/Toshiki Oyu (Red Bull Mugen) e Nirei Fukuzum/Tomoki Nojiri, dupla da ARTA, equipe do antigo piloto e proprietário de escuderia de Fórmula 1, Aguri Suzuki.

O melhor dos Nissan GT-R Nismo GT500 foi o da Craftsports – 6º colocado com Kohei Hirate e Katsumasa Chiyo.

Após a 3ª etapa, mesmo sem terminar no top´-10 (acabaram a disputa em 13º lugar), Kazuya Oshima e Kenta Yamashita seguem líderes com 35 pontos – portanto levando um lastro adicional de 70 kg na próxima etapa. Yamamoto é o vice-líder com 32, de forma isolada, pois o parceiro Makino, 3º colocado com 29, teve Covid no início do ano e teve de ser substituído pelo veterano Hideki Mutoh.

Na GT300, os então líderes do campeonato João Paulo de Oliveira e Kiyoto Fujinami acabaram prejudicados por um acidente: o Lamborghini Huracán da JLOC alinhado para Takashi Kogure/Yuya Motojima fizera um pit stop duas voltas antes do Nissan #56 da Realize Advan Kondo.

Oliveira, que nesta segunda participou de live no meu canal no YouTube, explicou que, sem aquecimento prévio de pneus, não permitido pelo regulamento, os carros entram com pneus muito frios após cada pit stop – e também nas largadas. Em dias de baixa temperatura, o brasileiro explicou que é uma dificuldade enorme em colocar os compostos numa temperatura adequada para não perder aderência na partida em movimento e na primeira curva de cada prova.

João Paulo tinha saído do box e Kogure, que estava a bordo do Lambo, fizera o que no jargão do automobilismo chamamos de ‘undercut’. O objetivo do piloto da JLOC era ganhar a posição e o brasileiro tinha a missão de se defender do adversário Ele estava satisfeito desde os treinos, quando conseguiram o 3º tempo num carro com 72 kg de lastro extra por conta da pontuação no campeonato. E a dupla do #56 caminhava bem para mais um bom resultado… até Kogure fazer uma lambança numa frenagem e bater muito forte no Nissan do brasileiro.

Os dois carros ficaram muito danificados. Oliveira se arrastou aos pits com a suspensão dianteira esquerda quebrada. A dupla dele e de Fujinami perderia 12 voltas. Mas Kogure e Motojima foram castigados: acabaram também alijados da briga e levaram oito voltas nas costas. Se os atuais campeões não pontuaram, a dupla do #88 então, muito menos.

“Depois o Kogure e o chefe de equipe vieram, envergonhados, pedir desculpas. Ele admitiu que errou e isso é costume aqui. Toda vez que eu erro eu também me desculpo”, comentou João Paulo, que ficou muito frustrado com o adversário.

Graças a um período de FCY que beneficiou a entrada no pit stop, o Lotus Evora MC montado no chassis Dome oferecido pela JAF às equipes da GT300 venceu a corrida na categoria com o veterano Hiroki Katoh e seu parceiro Ryohei Sakaguchi, tio do piloto da GT500 Sena Sakaguchi.

Eles completaram 58 voltas com o #2 da muta Racing com pouco mais de um segundo e meio de diferença para os igualmente experientes Katsuyuki Hiranaka e Hironobu Yasuda, da Gainer Tanax, com um Nissan igual ao de Oliveira e Fujinami.

O Toyota “Green Brave” da Saitama Toyopet foi ao pódio com a dupla Kohta Kawaai/Hiroki Yoshida, enquanto outro modelo idêntico – guiado por Yuui Tsutsumi/Atsushi Miyake foi quarto, representando a escuderia Takanoko-no-yu. A Goodsmile, com seu Mercedes-AMG guiado por Nobu Taniguchi/Tatsuya Kataoka completou o top-5 – essa equipe é de ninguém menos que Ukyo Katayama. Lembram?

Apesar do zero ponto em Motegi, Oliveira e Fujinami ainda estão na linha de frente do campeonato porque os vencedores e demais integrantes do pódio não tinham muitos pontos nas provas anteriores. Naoya Gamou/Togo Suganami, com o 9º posto em Motegi, assumiram a ponta em empate com Yasuda e Hiranaka.

A dupla da Realize Advan vem em 3º um ponto atrás e a escadinha até o quinto se completa com Shunsuke Kohno. Sem contar que os vencedores de Motegi, que partiram da pole, somaram o máximo de pontos no fim de semana e estão em 6º na tabela com 21. Uma batalha muito equilibrada.

Não haverá provas do Super GT no período das Olimpíadas de Tóquio. O campeonato volta no fim de semana de 21 e 22 de agosto, o mesmo das 24h de Le Mans, o que explica muito Heikki Kövalainen anunciado pela HubAuto para a prova de La Sarthe e posteriormente trocado pelo belga Maxime Martin.

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