WRC: Evans reabre a luta pelo título e vence na Finlândia

RIO DE JANEIRO – Na terra dos mil lagos, a Toyota segue dominante na temporada 2021 do Campeonato Mundial de Rally (WRC). Quando não é o multicampeão Sébastien Ogier ou a revelação Kalle Rovanpërä, o galês Elfyn Evans resolve desfilar talento e, num dos eventos mais difíceis do campeonato, ele e seu navegador Scott Martin reabrem a briga pelo título mundial – que parecia encaminhado em direção a Ogier, mais uma vez.

Ao cabo de três dias de provas especiais, com pouco mais de 287 km de trechos cronometrados e 19 etapas, parece que a vantagem de Evans, com pouco mais de 14 segundos para o 2º colocado, mostra que o britânico foi dominante. Em tese: se considerarmos que ele fechou o sábado já no topo da classificação, sim. Mas pela luta no cronômetro, não.

A Hyundai deu muito trabalho, especialmente com Craig Breen e Paul Nagle, além do campeão de 2019 Ott Tänak na dupla com seu fiel escudeiro Martin Jarvejoja. Os dois eram os ponteiros, mas separados por somente três segundos, enquanto Evans era o 3º e o nórdico Esapekka Lappi, num Yaris não-oficial, era o quarto a meros 6,7 segundos do líder.

Sébastien Ogier e Thierry Neuville é que viram que desta vez não seria para eles. O francês correu pelos pontos, claramente. O belga não começou bem – perdeu mais de 30 segundos nas primeiras etapas e depois teve de se retirar. Com duas etapas apenas na reta final, este foi um golpe duríssimo em suas pretensões remotas de título.

Rovanpërä se deixou levar pelo ímpeto num difícil Rally, despistou-se e se atrasou na classificação. Terminou somente em 34º e a exemplo de Neuville, ficou no ‘zero’ em seu próprio país. Se o finlandês cometeu excessos, Evans manteve o controle e o sangue frio, descontando a vantagem inicial de Breen e Tänak, para no sábado fechar o segundo dia com nove segundos de avanço.

No domingo, ao abrir mais diferença nas especiais finais, principalmente em Ruuhimäki, onde tirou três segundos e meio do estoniano da Hyundai, Evans só confirmou. E ainda venceria o Power Stage, portanto marcando o máximo possível de pontos no Rally da Finlândia, por 1″7 sobre Tänak e 2″9 para Lappi, o terceiro mais rápido do último trecho cronometrado.

Apesar da boa performance no último dia, o finlandês ficou mesmo em quarto na geral, atrás de Craig Breen e à frente de um nada satisfeito Ogier, que viu sua vantagem de 44 pontos despencar para 24 (190 a 166), posto que Evans fez brilhantemente seu trabalho nessa etapa.

A Ford fez seu papel de sempre, como coadjuvante de luxo, mas seus pilotos têm regularmente entrado nos pontos. E o fizeram na Finlândia, com Gus Greensmith em sexto e Adrien Fourmaux logo atrás. Varrido da M-Sport Ford, Teemu Sunninen encontrou abrigo num time privado de WRC2 e fez um bom 8º posto geral com um VW Polo, inclusive vencendo a etapa na divisão, à frente de Mads Ostberg e Jari Huttunen.

Ausente da etapa, Andreas Mikkelsen viu Ostberg diminuir a vantagem para oito pontos (126 a 118), com o boliviano Marco Bulacia Wilkinson, que também não disputou o Rally da Finlândia, em 3º lugar com 104.

Nas regras do WRC3, o vencedor do dia foi o local Emil Lindholm, 10º na geral, num pódio 100% de pilotos da casa, pois Mikko Heikkïlä e Lauri Jooma fecharam as três primeiras posições. Yohan Rossel não disputou a etapa, mas segue líder da classificação.

O penúltimo evento do Mundial é o Rally RACC na Catalunha, entre 14 e 17 deste mês.

Resultado final do Rally da Finlândia:

1 – Evans-Martin (Toyota Yaris) – 2h19’13″7
2 – Tanak-Jarveoja (Hyundai i20) – 14″1
3 – Breen-Nagle (Hyundai i20) – 42″2
4 – Lappi-Ferm (Toyota Yaris) – 58″8
5 – Ogier-Ingrassia (Toyota Yaris) – 2’54″4
6 – Greensmith-Patterson (Ford Fiesta) – 5’02″3
7 – Fourmaux-Coria (Ford Fiesta) – 6’22″9
8 – Suninen-Markkula (VW Polo WRC2) – 9’52″1
9 – Ostberg-Eriksen (Citroen C3 WRC2) – 10’07″8
10 – Lindholm-Hamalainen (Skoda Fabia WRC2) – 10’52″8

Classificação do WRC após a 10ª etapa:

1. Sébastien Ogier – 190
2. Elfyn Evans – 166
3. Thierry Neuville – 130
4. Kalle Rovanpërä – 129
5. Ott Tänak – 128
6. Craig Breen – 76
7. Takamoto Katsuta – 68
8. Gus Greensmith – 52
9. Dani Sordo – 43
10. Adrien Fourmaux – 42
11. Esapekka Lappi – 22
12. Teemu Suninen – 21
13. Mads Ostberg – 15
14. Yohan Rossel – 12
15. Jari Huttunen e Andreas Mikkelsen – 10
17. Oliver Solberg, Pierre-Louis Loubet e Onkar Rai – 6
20. Pepe López, Pieter Jan Michiel Cracco, Karan Patel e Aleksey Lukyanuk – 4
24. Jan Solans, Carl Tundo, Fabian Kreim e Marco Bulacia Wilkinson – 2
28. Nikolay Gryazin, Emil Lindholm, Eric Camilli e Vincent Verscheuren – 1

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