8h do Bahrein: Toyota vence mais uma e trio do #7 é bicampeão; na LMGTE-PRO, título será definido no tapetão

Celebração: Toyota termina invicta a temporada 2021 do WEC na nova classe Hypercar e o trio do #7 guiado por Kobayashi, Conway e López é bicampeão mundial

RIO DE JANEIRO – A Toyota terminou de forma invicta com seu modelo GR010 Hybrid a primeira temporada do novo regulamento Hypercar como classe principal do Mundial de Endurance (FIA WEC). O construtor oriental já era campeão e a dúvida era sobre qual dos trios venceria a classificação entre os pilotos.

E deu o trio do #7 formado por Kamui Kobayashi, Mike Conway e José María “Pechito” López pelo segundo ano consecutivo. Sem precisar inclusive do triunfo na última etapa, as 8h do Bahrein disputadas neste sábado.

Brendon Hartley, Sébastien Buemi e Kazuki Nakajima, que encerrou neste fim de semana sua passagem pela Toyota Gazoo Racing no WEC, triunfaram com 247 voltas completadas no circuito de Sakhir, derrotando os colegas de equipe e rivais por apenas 7″351, numa corrida sem nenhum problema para os dois trios – ao contrário da equipe Alpine Elf Matmut, que enfrentou uma falha de transmissão: o #36 do trio do brasileiro André Negrão chegou a perder quatro voltas e cair para último. Ele e os franceses Nico Lapierre e Mathieu Vaxivière ainda superariam todo o pelotão de carros exceto os Toyota para terminar em 3º na geral com um deficit de seis voltas.

López, Koba e Conway somaram ao final das seis provas disputadas um total de 173 pontos com três vitórias, com Le Mans sendo a cereja do bolo e dois segundos lugares. Cinco pontos atrás ficou o trio vice-campeão com a turma da Alpine somando 128 pontos. Pipo Derani, que só se classificou nas 24h de Le Mans, foi 7º colocado na temporada com 24.

Na divisão LMP2, o Team WRT coroou um ano perfeito: título no European Le Mans Series, vitória nas 24h de Le Mans e, neste fim de semana, título no FIA WEC com o trio Charles Milesi/Ferdinand Von Habsburg/Robin Frijns emplacando nada menos que três vitórias seguidas e batendo por 20 pontos (151 a 131) o trio Sean Gelael/Stoffel Vandoorne/Tom Blomqvist, que ficou com o vice.

O outro carro do Team JOTA chegou em 2º na corrida final do campeonato e também do britânico Anthony Davidson, que aos 42 anos anunciou sua aposentadoria como piloto de competição. A trinca formada por ele, pelo português Antônio Félix da Costa e por Roberto González ainda ficou com o 3º posto no campeonato.

Na LMP2 Pro-Am, o 9º lugar na geral e sexto na categoria deu a vitória na etapa ao trio do Racing Team Nederland e o título a Frits Van Eerd, já que em pelo menos um momento os titulares Job Van Uitert e Giedo Van der Garde tiveram que se ausentar pois contraíram Covid-19 – na etapa de Monza, Nyck de Vries e Paul-Loup Chatin foram os substitutos.

Assim, Van Eerd fechou o certame paralelo com 167 pontos, vinte e um à frente de Esteban Garcia e Norman Nato, da Realteam Racing. Ambas as escuderias, inclusive, têm o running dos protótipos Oreca 07 sob o mesmo guarda-chuva, da TDS Racing de Xavier Combet.

Já entre os LMGTE-PRO, a situação no Bahrein atingiu níveis altíssimos de tensão entre Porsche e Ferrari. Como efeito de todas as situações extrapista, inclusive o BoP que atrapalhou os italianos na etapa passada, AF Corse e Porsche GT Team tiveram um confronto cheio de nuances e que acabou mal: a 15 minutos do final, a Ferrari #51 de Ale Pier Guidi e James Calado teve um entrevero com o rival #92 de Kévin Estre/Neel Jani/Michael Christensen.

Como resultado do toque, o Porsche rodou e a direção de prova apenas mandou que Pier Guidi devolvesse a posição. Porém, o carro alemão precisou fazer um pit extra por combustível e assim a AF Corse ganhou a disputa – e o título entre pilotos e marcas – por somente 3″249 de vantagem após 233 voltas.

A Porsche confirmou que fez um protesto formal e o campeonato infelizmente será definido no tapetão do Comitê de Apelação da FIA, o que é uma lástima. Sub-judice, Pier Guidi e Calado são campeões da temporada 2021 com 177 pontos somados contra 166 de Estre e Jani.

O brasileiro Daniel Serra terminou o campeonato em 4º lugar com 92 pontos – foi uma temporada atribulada para ele e o espanhol Miguel Molina e com três pódios – o que os derrubou foi o mau resultado nas 24h de Le Mans, onde enfrentaram problemas técnicos.

Felipe Fraga completou o campeonato da LMGTE em 9º lugar somando 39,5 pontos, enquanto Augusto Farfus e Marcos Gomes figuraram em décimo-quarto lugar, com 20.

Já na LMGTE-AM, título para o trio do #83 da AF Corse, que se despede da categoria e vai em 2022 correr de LMP2 Pro-Am: François Perrodo/Alessio Rovera/Nicklas Nielsen chegaram ao quarto triunfo no ano e coroaram um campeonato quase perfeito para eles. Com 150 pontos, terminaram com larga margem sobre os vice-campeões Dylan Pereira/Ben Keating/Felipe Fraga, posto que o Aston Martin #33 da TF Sport teve de abandonar após pouco mais de 6h de disputa em virtude de um dano de suspensão num contato – ironicamente – com a outra Ferrari da AF Corse, guiada por Thomas Flöhr.

O pódio da última etapa teve ainda a Dempsey Racing-Proton com o Porsche de Christian Ried/Matt Campbell/Jaxon Evans e o #56 do Team Project 1 com Matteo Cairoli/Egidio Perfetti/Riccardo Pera. Marcos Gomes e Augusto Farfus, mais o canadense Paul Dalla Lana, ficaram somente em 29º na geral, tendo perdido sete voltas em relação ao carro vencedor da categoria por terem sido atingidos pelo outro Porsche da Dempsey Racing-Proton no correr da disputa. Com os pontos da nona posição já que a Ferrari da Kessel Racing competiu como ‘hors-concours’, a trinca terminou em 8º na tabela, com 58 pontos.

Comentários

  • Até agora a batida do Pier Guidi na traseira do piloto da Porsche ficou muito estranha. Dificil de dizer, carro LMGTE é pesado diferente de um prototipo que freia bem, engraçado a reação do piloto Porsche Neel Jani na hora das entrevistas. Tava torcendo para Ferrari levar o caneco mas ficou gozado essa batida. A Porsche também não teve uma atitude muito limpa se aproveitou da batida para fazer um abastecimento e foi para o pitstop. Foi uma confusão. De resto a Toyota dominando, agora aguardar Sebring pela entrada da Peugeot.

  • Uma pena este episódio do desfecho da LMGTE Pro que, quando tem um grid razoável com 8 carros, por vezes é a mais disputada e atrativa entre as classes da corrida. Assim fora há alguns anos atrás.
    Não vi a corrida. Um novo momento profissional me impede de acompanhar, mas vou arrumar um tempo para ver um replay.
    No mais, triunfo merecido da trinca do #7, muitas vezes preterida e azarada nas temporadas anteriores, ainda mais quando o outro carro tinha Dom Fernando.