GTP: o novo “velho” nome da principal categoria da IMSA

RIO DE JANEIRO  – Mais uma bola dentro, mais uma sacada de mestre da International Motor Sports Association visando o futuro e além: os ianques estão imbuídos de que a partir de 2023 pode começar uma nova “Era de Ouro” das corridas de longa duração e por isso mesmo foi anunciado ontem que a nova classe dentro do regulamento LMDh – e que também receberá os Hypercars do WEC dentro da convergência que leva os protótipos da outra plataforma ao Mundial de Endurance e por tabela às 24h de Le Mans – chamar-se-á GTP. Inclusive, com um belo logotipo cuja fonte está em itálico – sinal de modernidade e compromisso com o futuro.

A sigla foi usada por muito tempo – precisamente de 1981 a 1993, para identificar os carros que naqueles tempos deflagraram uma batalha tecnológica poucas vezes vista. Eram propulsores com altíssima capacidade cúbica, outros menores dotados de turbocompressores e as mais variadas arquiteturas de blocos: motores em linha, com pistões rotativos (Wankel), V6, V8 e V12, fazendo a delícia da galera.

Não obstante, houve um envolvimento maciço de fabricantes nessa plataforma: Acura (Honda), BMW, Corvette, Porsche, Jaguar, Mazda, Toyota (quem há de esquecer dos lendários Eagle de Dan Gurney?), Nissan e Ford. Sem contar outras marcas que não tinham tanto envolvimento, mas emprestavam seu nome e prestígio para equipar os carros da IMSA naqueles tempos – a Ferrari é uma delas.

Com a Honda outra vez envolvida via Acura, além de BMW, Cadillac, Porsche e Audi já confirmadas na nova plataforma técnica – sem contar outros ‘players’ a partir de 2024, a expectativa é de uma abertura gigantesca de temporada no próximo ano com a disputa da 61ª edição das 24h de Daytona, quem sabe trazendo junto os Hypercars de Peugeot e Toyota, só pra começo de conversa.

“Em uma tentativa contínua de garantir que o que estamos fazendo na pista seja compreensível para nosso público fiel, bem como para o novo público que continuamos a atrair, demos um passo para trás e analisamos ao longo dos anos para encontrar um nome que mais se destacou para a IMSA”, disse o presidente da série, John Doonan, à publicação Racer Magazine.

“A categoria principal passou por tantas alterações de nomes como World Sports Cars e LMP900, LMP1, depois Daytona Prototypes e agora nossos DPi. E se olharmos para o que foi feito com o DPi e a capacidade dos fabricantes de adotar seu próprio estilo e marca e integrá-lo em um protótipo de carro de corrida, sentimos que ele se alinhava melhor com o GTP e que algo mais simples como o GTP era necessário”, afiançou o dirigente

“Olhar para trás também foi uma oportunidade de nos lançar para o futuro. E com a capacidade que os novos regulamentos forneceram em termos de estilo e uma variedade de opções de motores como tínhamos antigamente, sentimos que usar um nome familiar como GTP era a melhor maneira de explicá-lo”, finaliza Doonan.

Nos eventos ACO/FIA como o WEC e as 24h de Le Mans, por exemplo, os GTP da IMSA serão identificados como LMDh, enquanto nos EUA haverá exatamente o oposto: indiscriminadamente se LMDh ou Hypercar, qualquer protótipo que se inscrever nas provas estadunidenses em 2023 na principal classe, venha de onde vier, será chamado de GTP.

Aliás, a questão de mudança de nomenclaturas entre europeus e a turma da América do Norte não se constitui em novidade alguma, pelo contrário.

“Se você olhar para o que tivemos com nossos carros GT Le Mans, os GTLMs, o ACO/FIA chama sua versão desses mesmos carros de ‘GTE’, então já existe um precedente da mesma coisa sendo chamada por dois nomes diferentes que se adequam cada organização”, explicou. “E aqui na IMSA, estamos orgulhosos de voltar à nossa história de uso do GTP.”

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