IMSA: 61 carros anunciados para as 24h de Daytona

Podem apostar que a foto de 2022 será mais impactante que a da classe de 2021 que ilustra esse post: também pudera, serão 61 carros nas 24h de Daytona, o maior número de inscritos desde 2014 (Foto: IMSA)

RIO DE JANEIRO – Há oito anos, quando houve a primeira corrida pós-fusão entre Rolex Sports Car Series (Grand-Am) e American Le Mans Series (IMSA), o então Tudor SportsCar Championship iniciava sua história com um grid de 67 carros – o maior das 24h de Daytona em muito tempo.

Pois em 2022, em meio a uma transição de regulamentos técnicos em duas categorias – os DPi disputam seu último campeonato e os GTD agora dominam a cena entre os Grã-Turismo, a IMSA conseguiu um incrível número de inscritos para um dos clássicos do Endurance dos EUA.

Divididos em cinco classes, estarão no circuito misto de 5,728 km de extensão a partir de sexta-feira, quando começam as sessões livres para o Roar Before The Rolex 24 – com corrida classificatória e de definição do grid no domingo – nada menos que 61 carros: é o segundo maior total da prova do Daytona International Speedway desde 2014.

Serão 26 os protótipos – sendo sete DPi, 10 LMP2 e nove LMP3 – e o deslumbrante total de 35 modelos Grã-Turismo, cabendo 13 à nova classe GTD Pro e incríveis 22 aos GTD, inclusos os carros que participarão somente do IMSA Michelin Endurance Cup ou apenas e tão-somente da primeira prova do campeonato.

A DPi perdeu a Mazda mas a qualidade do grid segue inabalável mesmo com Cadillac e Acura como as únicas ‘sobreviventes’ visando o envolvimento na LMDh em 2023. Aliás, uma prova disso é o status que a Chip Ganassi já ostenta para a primeira corrida deste ano – o time será conhecido como Cadillac Racing, numa clara demonstração de quem vai dar as cartas no fabricante estadunidense quando mudar o regulamento.

E que time a CGR montou: no #01, os titulares full season Sébastien Bourdais e Renger Van der Zande terão a companhia de Scott Dixon e do atual campeão da Indy Álex Palou. Kevin Magnussen, contratado pela Peugeot no WEC e também o nórdico Marcus Ericsson reforçam o #02 com Alex Lynn e Earl Bamber na titularidade.

A JDC-Miller Motorsports aposta em Richard Westbrook, veterano de batalhas, para fazer a temporada completa com Tristan Vautier, enquanto Loïc Duval – outro nome da Peugeot – reforça o time no IMEC e Ben Keating estreia na DPi fazendo ‘double duty’, pois o texano também vai andar de LMP2.

Na atual campeã Whelen Engineering/AX Racing, Felipe Nasr partiu para o projeto Porsche e será substituído oficialmente por Tristan Nunez após conquistar dois títulos pela escuderia. Pipo Derani, também campeão em 2021 junto a Nasr, segue. Mike Conway reforça o #31 nas provas de Endurance.

Aliás e a propósito, no #48 da Ally Cadillac Racing estarão os demais campeões das 24h de Le Mans e do WEC, pois Kamui Kobayashi e Pechito López dividirão os trabalhos com Jimmie Johnson e Mike Rockenfeller.

Entre os times clientes da Acura, enquanto a WTR mantém sua dupla titular e o foco em conquistar o título perdido ano passado, a Meyer-Shank Racing promove uma mudança radical, impelida pelas necessidades: o time perdeu Dane Cameron para o programa Penske-Porsche e Olivier Pla foi “saído” antes do fim do último campeonato. Vieram Oliver Jarvis, egresso do programa Mazda e Tom Blomqvist, que por enquanto não sabe também se correrá no Mundial de Endurance.

A MSR terá Hélio Castroneves e Simon Pagenaud como reforços pelo menos em Daytona, enquanto na WTR os demais assentos serão de Alexander Rossi e de Will Stevens, este comprometido para as quatro provas do IMEC.

Na LMP2, com uma dezena de participantes assegurados, pelo menos quatro inscrições são full season: a Tower Motorsports se garante com John Farano e Louis Déletraz, campeão do European Le Mans Series. O angolano Rui Andrade e o austríaco Ferdinand Von Habsburg-Lothringen, vencedor das 24h de Le Mans na LMP2 ano passado, completam o time em Daytona.

A PR1/Mathiasen dobra a parada: no #11, Jonathan Bomarito e Steven Thomas estão escalados para a série completa, com Harry Tincknell e o precoce (apenas 15 anos!) Josh Pierson fechando o quarteto na corrida inaugural. O #52 terá Mikkel Jensen e Ben Keating a bordo em todas as etapas onde a classe competir. Scott Huffaker e Nico Lapierre voltam à escuderia nas provas longas.

O outro carro do certame completo é o #18 da ERA Motorsports, com Dwight Merriman e Ryan Dalziel, mais Kyle Tilley nos eventos de Endurance e Paul-Loup Chatin em Daytona.

Algumas escuderias vêm do WEC para a IMSA e se comprometem pelo menos com o IMEC: casos da High Class Racing e do Racing Team Nederland, atraídos pelo regulamento Pro-Am que na IMSA é cumprido à risca. O time de bandeira dinamarquesa aporta nos “States” com Dennis Andersen e Anders Fjördbach, mais dois helvéticos – Fabio Scherer e Nico Müller, futuro piloto Audi no programa LMDh.

Os conterrâneos de Max Verstappen vão de Giedo Van der Garde, Frits Van Eerd, Rinus VeeKay e Dylan Murry, jovem piloto ianque de 21 anos. Também a United Autosports se inscreve para o evento com uma mescla de pilotos que traz do experiente Guy Smith ao diletante Jim McGuire, passando pelo regresso de Will Owen e a presença de Phil Hanson.

A DragonSpeed pretendia ter dois carros e num deles escalar ninguém menos que Juan Pablo Montoya ao lado do filho Sebastián, de 16 anos. No entanto, o time de Elton Julian terá somente um protótipo e com pilotos da Indy, apostando no carisma de Colton Herta e Pato O’Ward, além do futuro estreante Devlin DeFrancesco, junto ao piloto bronze Eric Lux.

Com suporte da Algarve Pro Racing (APR), a G-Drive ataca com uma boa mescla de jovens, pilotos de talento e nomes como o do veloz alemão René Rast – que estará num dos Aurus 01 da equipe da Federação Russa junto a François Hériau, Oliver Rasmussen e Ed Jones, ex-Indy e que também corre no WEC em 2022.

No outro carro, o líder natural será Luca Ghiotto: o italiano dividirá a guiada com o veloz australiano James Allen, o bronze John Falb e o novato holandês Timjen Van der Helm, que fará 18 anos no fim de semana das 24h de Daytona.

Na LMP3, que tem conceito semelhante ao da LMP2, com quatro construtores homologados de chassi, motor, câmbio, eletrônica e pneus padrão, há diversidade de chassis – ao contrário de sua ‘irmã’ maior: serão quatro Duqueine M30-D08 e cinco Ligier JS P320. Coincidência: os construtores são franceses.

São oito os times envolvidos e somente um terá dois carros: a Mühlner Motorsports America aposta em nomes como os de Moritz Kranz e Ugo de Wilde para ter sucesso no primeiro evento do campeonato, contra a atual campeã Riley Motorsports – que desta vez se concentra num carro só e conta com o brasileiro Felipe Fraga junto a Gar Robinson no certame completo, além de Kay Van Berlo e Michael Cooper em Daytona.

Outra força da LMP3 é a CORE Autosport, com Jonathan Bennett, Colin Braun, Nic Jönsson e George Kurtz, sem contar a Andretti Autosport com Jarett Andretti/Josh Burdon/Rasmus Lindh/Gabby Chaves. Corre por fora a Sean Creech Motorsport com João Barbosa/Lance Willsey/Seb Priaulx/Malthe Jakobsen, além da novata AWA, que aposta nos canadenses Kuno Wittmer e Orey Fidani, além do britânico Matt Bell e do alemão Lars Kern.

A GTD Pro começa forte e a IMSA mostra aos franceses do ACO/FIA como se faz: são 13 carros de nove escuderias e são oito os construtores envolvidos – Porsche, Corvette, Mercedes-AMG, Ferrari, Lamborghini, BMW, Lexus (Toyota) e Aston Martin.

Dentro dessa fina flor de inscritos, pilotos oficiais de fábrica dos diversos construtores, nomes de peso e entre eles o do brasileiro Daniel Serra, duas vezes campeão das 24h de Le Mans e muito bem-sucedido em outras provas longas. Ele fará parte do plantel da Risi Competizione com a Ferrari 488 GT3 EVO #62 do time sediado em Houston, no Texas.

Augusto Farfus, responsável pelo desenvolvimento direto da BMW M4 GT3 desde seu início, terá o prazer de acelerar o carro pelo BMW M Team RLL, dividindo os trabalhos no #25 com um elenco de peso: Connor de Philippi, Jesse Krohn e John Edwards.

E até Felipe Nasr terá seu primeiro compromisso como piloto oficial Porsche: foi escalado para os quatro eventos do IMEC via Pfaff Motorsports, dividindo o carro #9 com ninguém menos que Matt Campbell e Mathieu Jaminet. Felipe começa seu envolvimento com o construtor de Weissach com os dois pés na porta…

Na GTD, o total de 22 carros é espetacular, com a adesão de pelo menos quatro desses inscritos ao calendário limitado de provas do IMEC – Cetilar Racing, Magnus Racing with AMR, Gradient Racing e Alegra Motorsports. A Paul Miller Racing é a única ausente por não ter fechado o pacote técnico a tempo da montagem da nova BMW M4 GT3 para as 24h de Daytona. Estreiam em Sebring.

McLaren e Acura, que não estão na GTD Pro, aumentam o cordão de construtores para 10 e as formações Pro-Am desta divisão apresentam uma mescla muito interessante de pilotos jovens com diletantes – alguns deles com relativo talento e outros, nem tanto – e promessas que caíram no desvio ou profissionais consagrados – casos de Nicki Thiim, do interminável Bill Auberlen, do velocíssimo Raffaele Marciello, Franck Perera, Jonathan Adam, Antonio Fuoco, Darren Turner, Toni Vilander, Giacomo Altoè, Richard Lietz e por aí vai…

O pacote está completo. Só falta embrulhar. E sexta-feira, dia 21, a partir de 11h15 locais (13h15 de Brasília), começam as atividades de pista na Flórida.

Viva o Endurance!

Comentários

  • Bela apresentação!
    Seria muito bom, como você destacou, que a ACO/FIA desse uma boa observada nessa GTD Pro. Vai fazer falta no WEC.
    Vai ser um corridaço!
    Mas vai faltar você nos comentários da transmissão, se é que vão transmitir.