FIA WEC, 1000 Milhas de Sebring – Alpine é pole na abertura da temporada #10

É zebra que vocês querem?Pois aí está uma: um velho LMP1 construído em 2018, pole para as 1000 Milhas de Sebring, abertura do WEC em 2022

RIO DE JANEIRO – A zebra escolheu passear em cores azul, vermelha e branca no lendário Sebring International Raceway: na definição do grid para as 1000 Milhas de Sebring, abertura da temporada 2022 do Mundial de Endurance (FIA WEC), não deu para a Toyota: a francesa Alpine e a estadunidense Glickenhaus – uma com um vetusto LMP1 construído em 2018 e a outra com um Hypercar sem sistemas híbridos – comandarão o grid de 36 carros nesta sexta-feira, a partir de 13h de Brasília.

Colega de equipe de André Negrão e Matthieu Vaxivière, Nico Lapierre foi o escalado pela Alpine Elf Team para qualificar e, sem menores pudores, o francês de 37 anos fez o tempo de 1’47″667 e enfiou 1″334 no Glickenhaus guiado pelo compatriota Olivier Pla. Foi a segunda pole da equipe dirigida por Philippe Sinault e Lapierre, quando inquirido pela repórter Louise Beckett, da transmissão gringa do WEC, quando tinha sido a primeira, brincou. “Não faz muito tempo. Foi em Portimão”, comentou o feliz Nico.

O vexame da Toyota na Flórida na definição do grid foi nível Fluminense na Libertadores: os dois GR010 Hybrid ficaram em quarto e sétimo geral entre os protótipos e o mais rápido dos LMP2 foi de uma inscrição Pro-Am: o #83 da AF Corse, com o excelente Nicklas Nielsen (guardem este nome e me cobrem depois) sendo o pole da divisão mais numerosa do plantel, cravando o 3º melhor tempo da sessão – 1’49″014.

O dinamarquês bateu os dois carros da United, em que Filipe Albuquerque ainda foi fracionalmente mais veloz que Paul Di Resta. René Rast estabeleceu a quarta marca da LMP2 com um dos carros da WRT, a atual campeã. O Team Penske escalou Dane Cameron para a sessão classificatória e o estadunidense fez o 9º tempo da divisão – 1’50″629.

O treino teve de ser interompido faltando 12 segundos para o final: o suíço Fabio Scherer, substituto de última hora de Alex Brundle, que contraiu Covid, bateu logo após a primeira curva e destruiu o carro #34 da equipe polonesa Inter Europol Competition. Os verde-amarelos eram os últimos da LMP2 e por lá ficaram…

Na qualificação das divisões LMGTE-PRO e LMGTE-AM, mais surpresas: a Porsche fazer 1-2 com seu time oficial de fábrica batendo a Corvette não foi novidade – Michael Christensen retornou muito bem como piloto regular da casa de Weissach e superou o experiente Gianmaria Bruni com Nick Tandy em terceiro. Até ai, ok.

O impressionante é que um Aston Martin LMGTE-AM da TF Sport, guiado por um piloto bronze – Ben Keating – bateu os dois Ferrari 488 GTE EVO tripulados por James Calado e Antonio Fuoco. Se havia dúvidas de que Keating é, hoje, o melhor piloto bronze da atualidade, elas deixaram de existir. O estadunidense de 50 anos foi o único piloto de sua classe a baixar da casa de 2min na sessão classificatória – interrompida pelo contato de Niki Leutwiler, diletante novato do Team Project 1, com as temidas barreiras da não menos temida curva #17.

Os Aston fizeram 1-2 na LMGTE-AM, posto que Paul Dalla Lana ficou atrás das duas Ferrari de fábrica, seguido por Brendan Iribe no Porsche #56 da Inception/Project 1. Excelente prestação da belga Sarah Bovy, que não conhecia a pista – 4ª colocada, à frente de Satoshi Hoshino (D’Station Racing), Christian Ried (Dempsey Racing-Proton) e do aniversariante do dia, Thomas Flöhr (AF Corse).

A sequência de carros veio com três novatos no WEC – Franck Dezoteux (Spirit of Race), Christoph Ulrich (AF Corse) e Fred Poordad (Dempsey-Proton), enquanto Claudio Schiavoni, na Ferrari da Iron Lynx, fez o último tempo – já que o Porsche #46 não voltou à pista e terá que sair do fim do grid.

O canal A Mil Por Hora no YouTube terá narração e cronometragem das 1000 Milhas de Sebring praticamente na íntegra, a partir de 12h50 de Brasília.

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