Prólogo do WEC termina com LMP2 à frente em Sebring

Ferdinand Von Habsburg fez a melhor volta do prólogo do WEC em Sebring neste fim de semana. A temporada 2022 começa na próxima sexta-feira, com as 1000 Milhas de Sebring ou máximo de 8h de disputa

RIO DE JANEIRO – Mais de uma vez em categorias do automobilismo, nos últimos anos, tem sido dito à exaustão que alguns treinos e testes pouco ou nada têm valia para a avaliação de performance, parâmetro e desempenho porque muita gente esconde o jogo. E no WEC, o Campeonato Mundial de Endurance, isso não foi exceção na Flórida, onde se realizou o Prólogo da temporada 2022.

Sábado e domingo, descontando a temperatura gelada (chegou a dar 4ºC de máxima) e uma chuvarada daquelas, os 36 carros inscritos para o primeiro evento do ano entraram no circuito de Sebring para o primeiro ‘confronto’ do ano. E tal como aconteceu em várias sessões de treinos livres ano passado, os LMP2 prevaleceram.

Na manhã de ontem, o austríaco Ferdinand Von Habsburg, no #41 do RealTeam by WRT, fez a melhor volta do prólogo em 1’48″089 – e os três carros mais rápidos no agregado dos dois dias são da categoria que novamente perdeu potência para este ano – são onze cavalos a menos para o motor Gibson 4,2 litros V8 – além de 10 litros de combustível a menos, uma modificação no difusor traseiro extraindo 50mm de seu comprimento e o “trim” aerodinâmico de Le Mans.

Tudo para não fazer os Hypercars passarem vergonha – e cabe lembrar que esse regulamento não é seguido pela IMSA, que corre no mesmo fim de semana, exceto que nos EUA todas as tripulações de LMP2 são Pro-Am.

René Rast ficou em 2º com o #31 do Team WRT, atual campeão da categoria e Filipe Albuquerque foi o terceiro mais rápido no geral e melhor da última sessão, mesmo estatelando o #22 da United Autosports USA nas barreiras da curva 17 do traçado de Sebring.

O Team Penske foi o melhor entre as novas equipes da LMP2 – quarto tempo da classe com Dane Cameron marcando 1’48″751. Felipe Nasr percorreu 69 voltas e fez seu melhor giro em 1’49″737.

Projeto de 2018 – já cansado – o Alpine A480 Gibson ainda dá um caldo. Acabou como o melhor dos Hypercars no prólogo

Entre os Hypercars, o Alpine A480 Gibson foi o mais rápido: Nico Lapierre fez a melhor volta em 1’48″497  – André Negrão, no mesmo carro, foi um décimo mais lento. O mais rápido entre os Toyota GR010 Hybrid (que têm modificações estéticas em relação ao carro de 2021) foi Brendon Hartley com 1’49″101. O Glickenhaus andou em 1’49″159, com Olivier Pla na melhor volta. 

Uma das missões da equipe de James Glickenhaus neste fim de semana é ajustar o ponto do motor Pipo Moteurs V8 biturbo do protótipo estadunidense para os novos combustíveis renováveis que a Total Engines dispõe aos times do WEC a partir desta temporada, dentro da missão de uma categoria comprometida com as questões da emissão de carbono – um problema sério dentro do automobilismo e do meio-ambiente como um todo.

Esse foi o ângulo pelo qual os adversários do Porsche #92 viram o carro na LMGTE-PRO…

Na LMGTE-PRO, que começa a última temporada de sua trajetória no Mundial de Endurance, Michael Christensen superou – e por muito – o segundo melhor carro do plantel. O dinamarquês ‘enfiou’ um segundo inteiro em Tommy Milner a bordo do Corvette C8.R. Com 1’55″315, ele liderou a folha de tempos por 1″094. Kévin Estre, o outro piloto do #92, também virou melhor que Milner…

Gianmaria Bruni registrou o terceiro tempo com o segundo Porsche, na casa de 1’56”, enquanto as Ferrari andaram basicamente além de 1’56” alto. Veremos se esse ritmo será estabelecido em todo o fim de semana ou/e se principalmente houver um BoP pré-corrida. A ver.

Seb Priaulx – anotem este nome: vai dar trabalho no WEC em sua temporada de estreia via Dempsey-Proton. Filho de peixe…

Entre os 12 LMGTE-AM presentes, empate: Seb Priaulx apresentou armas com o #77 da Dempsey-Proton e fez O MESMO TEMPO que o italiano Matteo Cairoli, com outro Porsche, só que do Team Project 1. Por ter registrado a melhor volta primeiro, o filho de Andy Priaulx figurou no topo da folha de tempos – 1’57″573.

Julien Andlauer andou no #88 da equipe de Patrick Dempsey e Christian Ried e foi o terceiro, no 1-2-3-4 dos carros do construtor de Stuttgart, já que o #56 foi o quarto com Ben Barnicoat. Porém, este carro do Team Project 1 foi muito danificado num acidente e terá de ser substituído por um carro reserva que chegará à Flórida a tempo de ser construído e preparado para a disputa.

A melhor Ferrari foi guiada pelo experiente Giancarlo Fisichella, agora na Iron Lynx, enquanto Nicki Thiim foi o mais rápido entre os Aston Martin presentes.

Entre os pilotos que guiaram nos testes, mesmo ainda fora da Entry List oficial do fim de semana, David Pittard esteve no #98 da Northwest AMR e dividiu os trabalhos com Paul Dalla Lana e o português Henrique Chaves, que pinta como opção.

Também andaram o belga Jan Heylen, que assinou com a Dempsey-Proton para fazer várias provas (Le Mans, inclusa) no #88 e Memo Gidley, que prospecta uma possibilidade de participação nas 24h de Le Mans.

Para quem não se lembra, Gidley guiava um protótipo Corvette DP (o Red Dragon) da Gainsco-Bob Stallings Racing numa edição das 24h de Daytona e sofreu um acidente brutal ao se chocar com a Ferrari da Risi guiada por Matteo Malucelli – se não me engano, essa colisão foi na edição de 2014 da prova, a primeira disputada na fusão entre American Le Mans Series e Rolex SportsCar Series.

 

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