“Normal”: Team WRT sai da pole para a vitória nas 3h de Imola

RIO DE JANEIRO – Se ‘ganhar Fla-Flu é normal’, como dizem os eufóricos tricolores – eu que o diga… – o Team WRT também considera ‘normal’ ganhar provas no GT World Challenge Europe na série de Endurance, inaugurada hoje na temporada de 2022 com a disputa das 3h de Imola, na Itália.

O #32 guiado por Dries Vanthoor, Kelvin Van der Linde e Charles Weerts partiu da pole e só não esteve no comando quando no primeiro stint, com Weerts a bordo, houve um ligeiro despiste do belga e o #25 da Saintèloc, com Christopher  Mies ao volante, esteve no comando por algumas voltas. De resto, a equipe de Yves Weerts, René Verbist e Vincent Vosse foi absoluta ao longo da disputa, encerrada com 94 voltas percorridas e quatro entradas do Safety Car, pelos mais variados motivos.

Com a pista lotada por 51 carros – o Audi #33 de Ryuchiro Tomita, Arnold e Maxime Robin não alinhou – os incidentes começaram cedo e logo antes da primeira volta, bateram a Ferrari das Iron Dames com a belga Sarah Bovy e o McLaren da JP Motorsport que tinha o polonês Patryk Krupinski escalado para o primeiro turno.

Seria o primeiro acidente dentre outros que atrapalhariam a disputa. Outros competidores ficaram pelo caminho e no total uma dezena dos 51 que alinharam não viram a quadriculada preta e branca na Itália.

A corrida foi assistida por um bom público nas arquibancadas, muitos certamente movidos pela estreia de Valentino Rossi como piloto regular da categoria: aos 43 anos, o “Doutor” acertou com o Team WRT e fará o campeonato inteiro com Nico Müller e Fred Vervisch. O começo foi discreto, com o trio largando de 14º lugar e nunca indo muito além disso – mas com um ritmo decente. Müller fez a primeira parte da prova e entregou a Rossi, que apesar de alguns errinhos, conduziu bem o Audi com o indefectível dorsal #46 – único com autorização da SRO a fugir do padrão da categoria na decoração dos carros.

Mas foi um período de Safety Car, se não me engano o terceiro, que deitou por terra a corrida do trio. E porque Rossi, com o pitlane lotado de carros, passou ‘voado’ pela equipe que já o esperava para a troca de pilotos. No rebosteio, Valentino teve de completar mais um giro atrás do Safety Car e depois acertou o local da parada. Vervisch entrou e não foi o suficiente para uma recuperação: a trinca terminou em 17º lugar.

O erro de Rossi não foi, contudo, a maior patacoada da disputa: pouco antes de o Safety Car retornar a boxes com a pista limpa após um problema com outro carro, o “Boatley” guiado por Matthieu de Robiano foi vítima de um autêntico ‘brake test’ promovido por Jordan Witt, piloto da Leipert Motorsport. Detritos de todos os tipos se espalharam pela pista – a fibra de carbono, se não for retirada do asfalto, corta como faca qualquer pneu – e o carro de segurança acabaria em ação por mais alguns minutos.

Após o Audi triunfante, chegou o Mercedes-AMG da ‘nova’ organização Akkodis-ASP Team, com Raffaele Marciello dividindo as honras com Dani Juncadella e Jules Gounon. O último degrau do pódio teve outra equipe do construtor da estrela de três pontas, já que Luca Stolz, Steijn Schothorst e Maro Engel fizeram boa corrida com o #2 da GetSpeed, que veio da 10ª posição do pelotão.

Daniel Serra e seus camaradas de Iron Lynx fizeram uma prova discreta, mas foram aos pontos: o brasileiro tricampeão da Stock Car, mais Antonio Fuoco e Davide Rigon, chegaram em oitavo lugar. Augusto Farfus recuperou bem após um desastroso segundo turno em que a nova BMW #98 da ROWE Racing que dividiu com Nicky Catsburg e Nick Yelloly chegou a andar em 24º – acabaram em décimo-primeiro, a menos de um segundo do McLaren da Jota, que fechou o top 10 da Pro Cup.

Na Silver, o Team WRT tam´bem venceu: o #30 de Benjamin Goethe, Jean-Baptiste Simmenauer e Thomas Neubauer completou a disputa em décimo-quarto na geral. Após um começo muito forte – com a pole da divisão e um bom período no top 10 geral, o Audi da Attempto guiado por Marius Züg, Alex Aka e Nicolas Schöll fechou em segundo na subclasse e décimo-sexto na geral. A Garage 59 fechou o pódio com a penalização à Mercedes da Al Manar Racing by HRT – Ethan Simioni, Manuel Maldonado e Nikolai Kjegaard tiveram boa atuação e ficaram com o terceiro lugar na categoria.

A nova Gold Cup começou com triunfo da Herberth Motorsport e o Porsche de Ralf Böhn, Alfred e Robert Renauer bateu a Ferrari da AF Corse com Alessandro Balzan, Cédric Sbirazzuoli e Hugo Delacour. O trio da Haupt Racing Team formado pelo patrão Hubert Haupt, além de Florian Scholze e Arjun Maini fechou o pódio da divisão.

Já na Pro-Am, deu Mercedes-AMG e SPS Automotive Performance com Ian Loggie, Dominik Baumann e Valentin Pierburg. Mesmo com o esforço final de Henrique Chaves, que terminou a oito décimos do 2º colocado da classe, a AF Corse levou a melhor com o carro guiado por Louis Machiels, Stefano Costantini e Andrea Bertolini nessa disputa de posição. O português, mais o compatriota Miguel Ramos e o sueco Alexander West se contentaram em completar a festa dos três primeiros em Imola.

A próxima etapa do GT World Challenge Europe Endurance será a disputa dos 1000 km de Paul Ricard, com duração limite de 6h, em Le Castellet, no próximo dia 5 de junho.

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