A Mil por Hora
Automobilismo Internacional

Mais um talento perdido?

RIO DE JANEIRO – Com a obsessão deste país por Copa do Mundo e Olimpiadas, os outros esportes pagam a conta. E até 2016, será assim. Zero de apoio, principalmente para o automobilismo. Querem mais uma prova? Perguntem ao carioca Nicolas Costa, 20 anos de idade. Ele não conseguiu apoio financeiro para disputar a temporada […]

RIO DE JANEIRO – Com a obsessão deste país por Copa do Mundo e Olimpiadas, os outros esportes pagam a conta. E até 2016, será assim. Zero de apoio, principalmente para o automobilismo. Querem mais uma prova? Perguntem ao carioca Nicolas Costa, 20 anos de idade. Ele não conseguiu apoio financeiro para disputar a temporada 2013 da GP3 Series, mesmo tendo feito testes com a Marussia, e pode ficar um ano parado.

Parece brincadeira, mas não é. Um jovem de talento, campeão na extinta Fórmula Futuro brasileira, que integrou a Ferrari Driver Academy e campeão da Fórmula Abarth italiana, impedido de seguir carreira internacional porque dois eventos que ocorrerão nos próximos três anos, onde se constroem estádios superfaturados e/ou com ajuda do governo federal e onde uma prefeitura destroi um autódromo (só aqui mesmo…) para ‘construir’ um parque olímpico que, como todos sabemos, não vai ser erguido, vão monopolizar as verbas. Patrocínio para o automobilismo? Nem pensar.

Tive a oportunidade de conversar com Nicolas por telefone, para publicar uma entrevista que, por falta de tempo do blogueiro, acabou não vingando. Respondeu todas as perguntas com educação, clareza e conhecimento. Um menino sério, centrado, com objetivos definidos, cuja carreira entra no desvio.

É duro, muito duro, saber disso, ainda mais num país onde deputado cassado ganha aposentadoria de R$ 22 mil e garçom do senado ganha 10 vezes mais do que professor concursado. Vivemos num país completamente errado. E, pior: deixamos o barco correr alegremente rumo à correnteza. O problema é que no fim dessa correnteza existe a queda. Digna das Cataratas do Niágara…